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Antônio Meira Jr.
Publicado em 26 de agosto de 2024 às 14:00
Enfim, a Volkswagen lançou a atualização da Amarok no Brasil. No entanto, o modelo que está desembarcando nas concessionárias nacionais não é a nova geração da picape. O utilitário oferecido na América do Sul, que tem produção na Argentina, é o mesmo comercializado desde 2010 e agora passou por ajustes.
Para outros mercados, a Volkswagen oferece a segunda geração do veículo, que foi desenvolvida pela Ford. Isso mesmo, as duas marcas fizeram uma parceria e o fabricante americano foi o responsável pela nova Amarok, que tem a mesma base da nova Ranger. Inclusive, estava prevista a produção na Argentina, porém, na época, a filial da América do Sul, na gestão do argentino Pablo Di Si, não deu sequência ao projeto.
Dessa forma, a Ford seguiu sozinha na região e lançou a nova geração da Ranger há um ano. A Volkswagen partiu então para produzir uma modificação na dianteira e incrementar alguns ajustes da sua picape. O principal avanço foi a introdução de dois airbags do tipo cortina, totalizando agora seis unidades.
Outras atualizações que seriam pertinentes não puderam ser introduzidas, é o caso da partida por botão. Dessa forma, mesmo a picape custando a partir de R$ 309.990, não oferece esse sistema que está disponível no Polo Sense (R$ 102.990). A explicação da engenharia da VW é que a arquitetura eletrônica da plataforma não suporta essa tecnologia.
O mesmo acontece com equipamentos de auxílio à condução. Enquanto rivais oferecem sistema de avisos para veículos no ponto cego e sistemas de frenagem autônoma, a Amarok adotou um aparelho auxiliar para fazer alertas ao motorista. Chamado de Safer Tag, ele indica a velocidade máxima da via, mostra se há saída de faixa e avisa em caso de colisão frontal com outros veículos, pedestres e ciclistas.
Faltou implementar um sistema de alívio para a tampa traseira, como adotado na Ranger e Frontier, por exemplo, e a inclusão de ganchos de fixação de carga na metade da caçamba - são oferecidos fixadores de carga apenas na altura do piso. Os concorrentes citados ainda contam com sistema de câmeras 360 graus para facilitar em manobras.
Volkswagen Amarok 2025
MECÂNICA MANTIDA
Para o Brasil, será oferecido apenas o motor V6 turbodiesel. Esse propulsor de 3 litros foi criado pela Audi, que faz parte do Grupo VW, e continua entregando 258 cv de potência, entre 3.250 e 4 mil rpm, e 59,1 kgfm de torque, entre 1.400 e 3 mil giros. Ele conta com a função Overboost, chegando a 272 cv por até 10 segundos.
O motor V6 é associado a uma transmissão de oito velocidades que aceita intervenções manuais pela alavanca ou por paddle shifters. A direção tem assistência hidráulica.
O sistema de tração nas quatro rodas atua sob demanda, ou seja, entra em ação automaticamente sempre que existe necessidade, sem uma intervenção do condutor. Isso pode acontecer aos 20 km/h ou aos 150 km/h, por exemplo.
Assim, o 4x4 atua tanto para melhorar a aderência em altas velocidades, quanto para ultrapassar obstáculos no off-road. Para isso, conta com dois dispositivos: o bloqueio do diferencial traseiro e o ABS off-road.
MERCADO DE PICAPES
A VW ampliou a garantia de três para cinco anos, equalizando com os demais competidores da categoria: Chevrolet S10, Fiat Titano, Ford Ranger, Mitsubishi L200 e Toyota Hilux. A Frontier conta com seis anos de cobertura.
São três versões de acabamento: Comfortline (R$ 309.990), Highline (R$ 328.990) e Extreme (R$ 350.990). É um preço alto para uma picape que deveria ter passado por uma atualização mais profunda, tecnicamente chamada de mudança de geração.
Como comparação, a Ford cobra valores próximos na Ranger, que está uma geração à frente: XLT (R$ 295.790), Limited (R$ 326.990), Limited Pack (R$ 351.990). A Toyota cobra R$ 333.290 na Hilux SRX Plus e R$ 290.190 na versão SRV.
Em relação às vendas, a Amarok precisa melhorar muito seu desempenho na Bahia. No primeiro semestre, a líder foi a Hilux, com 1.134 emplacamentos. A Ranger ficou em segundo lugar com 676 unidades e a S10, na terceira posição, com 375 exemplares. A Amarok somou apenas 47 emplacamentos no estado entre janeiro e junho.
*O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA VOLKSWAGEN