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Antônio Meira Jr.
Publicado em 25 de agosto de 2023 às 13:30
Inicialmente produzido para utilização militar, o Classe G começou ser disponibilizado para os civis em 1979. No entanto, seu projeto iniciou-se em 1972, fruto de uma parceria entre a Mercedes-Benz e a Steyr-Daimler-Puch, hoje Magna Steyr.
Enquanto os engenheiros da Mercedes eram os responsáveis pelo design e pela realização de testes, o time austríaco desenvolveu os planos de produção. Em 1973, o primeiro protótipo do modelo foi apresentado internamente e, no ano seguinte, já eram realizados testes em ambientes extremos, como no deserto do Saara e no círculo ártico.
No total, desde que começou a ser disponibilizado para civis, há 44 anos, mais de 500 mil unidades já foram produzidas em Graz, na Áustria. No entanto, a configuração que chega ao Brasil, a 63 AMG, recebe um motor fabricado artesanalmente na Alemanha. É um V8 biturbo a gasolina de 4 litros que gera 585 cv e oferece um torque máximo de 86,6 kgfm entregues entre 2.500 e 3.500 rpm.
Esse propulsor é totalmente montado à mão em uma linha de produção da AMG em Affalterbach, município próximo a Stuttgart, onde fica a sede da Mercedes. Nessa fábrica, a filosofia é: um homem, um motor. Apenas alguns procedimentos que exigem maior precisão são feitos por máquinas. Para atestar a forma artesanal como são produzidos, cada motor ganha uma pequena placa com a assinatura do responsável por sua montagem.
O câmbio é automático, de nove marchas, com sistema de tração integral (batizada na marca como 4Matic) com divisão de tração entre dianteira e traseira na proporção de 40%/60%. Com esse conjunto, o SUV acelera até os 100 km/h em apenas 4,5 segundos, mesmo pesando 2.595 kg.
Mas não é só a propulsão que chama atenção na mecânica desse SUV raiz esportivo. A suspensão dianteira é independente com duplo braço triangular e amortecimento adaptável. Para completar, o sistema de tração possui as funções Low Range e High Range, que alternam a relação da caixa de transferência da reduzida de 1,00 em High Range para 2,93 em Low Range. O que resulta em força extra para ultrapassar os obstáculos do off-road. Além disso, o G 63 tem diferencial de travamento controlado automaticamente.
A linguagem visual se mantém desde a inicial, da década de 1970. Portanto, estão presentes a silhueta quadrada, o capô marcante, as rústicas dobradiças externas das portas, faróis redondos, indicadores de direção montados no capô e a roda reserva na tampa do porta-malas.
Só não se engane pela aparência rústica, esse é o modelo mais caro que a Mercedes-Benz comercializa no mercado brasileiro. Custa inicialmente R$ 1.869.900. Mas o cliente pode tornar o veículo ainda mais exclusivo: cada unidade pode ser personalizada com uma lista de mais de 40 opções de cores e mais de 25 opções de acabamentos de bancos.
É claro que tudo tem um preço. A pintura especial G Manufaktur, por exemplo, custa R$ 77.400. As rodas que estão na unidade avaliada, a mesma das fotos, também são opcionais e oferecidas por R$ 22.700. Quer apliques em fibra de carbono na cabine? Desembolse outros R$ 44.600.
Há ainda um pacote denominado como "Linha interna Superior", no qual a empresa pede mais R$ 99.700. Por esse valor, entrega sistema de som da Burmester com 15 alto falantes e 590 watts, teto solar elétrico, ionização do ar e bancos dianteiros com opção de massagem. Com esses opcionais, a unidade avaliada custa R$ 2.014.600.
Experiência que encanta
O fabricante alemão soube muito bem manter, por décadas, o desejo por um dos seus produtos mais icônicos. Manteve a silhueta por três gerações, modernizando o veículo sem que ele perdesse a essência e a personalidade.
O indefectível som da abertura das portas continua lá. Assim como a posição vertical de comando que o cliente tem ao assumir a posição de direção. Na cabine, apesar de linhas retrôs, os detalhes remetem ao luxo, como a qualidade dos materiais e dos conteúdos, como o sistema de som.
A suspensão é a AMG Ride Control, sistema totalmente automático e controlado eletronicamente, ajusta o amortecimento em cada roda a cada situação. Tudo depende do estilo de condução, da superfície da estrada e da configuração de suspensão selecionada. O ponto de operação ideal pode ser selecionado a qualquer momento com base em informações abrangentes relacionadas à aceleração ou à velocidade do veículo, por exemplo.
Através de um interruptor no console central, o condutor pode escolher entre três conjuntos diferentes de características de amortecimento, nomeados de "Comfort", "Sport" e "Sport+" e, assim, influenciar individualmente a experiência de condução de muito confortável a mais esportivo.
Por fim, o V8 que está embaixo do capô encanta a cada acelerada. Seu som invade a cabine e mostra para o motorista que ele está a bordo de uma máquina que pode chegar a qualquer lugar.
*O jornalista viajou a São Paulo a convite da Mercedes-Benz