Mustang tem mais tecnologias, porém mantém motor V8 e a essência do design

Carro esporte da Ford chega à sétima geração e custa R$ 529 mil. Acompanhe avaliação em autódromo

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  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 17 de junho de 2024 às 14:30

O desenho do muscle car evoluiu, mas manteve a essência
O desenho do muscle car evoluiu, mas manteve a essência Crédito: Divulgação

Três modelos dominaram o mercado dos muscle cars por anos: Chevrolet Camaro, Dodge Challenger e Ford Mustang. No entanto, o primeiro já está sendo comercializado em uma edição de despedida e a especulação é que retorne elétrico. O segundo já foi mostrado em uma nova geração, que será movida por baterias. Só a Ford manteve a tradição da motorização a combustão na nova geração do Mustang.

No Brasil, o carro esporte chega novamente com o propulsor V8 sob o capô. É o mesmo engenho que já era oferecido desde 2018, quando o Mustang estreou oficialmente no mercado nacional. Porém, foi retrabalhado. Batizado como Coyote, ele está na quarta geração e continua naturalmente aspirado, e teve o rendimento ampliado para 488 cv de potência (a 7.250 rpm) e 58 kgfm de torque (a 5 mil giros).

“O novo motor Coyote é muito forte e entrega 80% do torque máximo a apenas 2 mil rpm. Ele é mais rápido que o Mach 1 [versão que chegava ao Brasil até ano passado], com 5 cv a mais na potência e 0,8 kgfm a mais no torque. A aceleração de 0 a 100 km/h, de 4,3 segundos, é praticamente a mesma. Mas em trechos maiores, como 0 a 200 km/h, por exemplo, o ganho é perceptível”, explica Ariane Campos, supervisora de engenharia da Ford América do Sul.

O resultado da aceleração é ótimo, principalmente quando é levado em consideração que o veículo pesa 1.836 kg, massa que fica 55% na dianteira e 45% atrás. Essa é uma das fórmulas para deixar o carro, que tem tração traseira, mais na mão. A transmissão automática de 10 velocidades, que pode ser operada manualmente, também colabora com esse desempenho.

A sensação de maior domínio da máquina é uma das melhores qualidades dessa sétima geração do Mustang - que foi lançado originalmente em 1964. Vários fatores contribuem para isso, começando pela suspensão adaptativa MagneRide com quatro opções de ajuste, sistema de detecção automática de buracos e barras estabilizadoras herdadas do Mach 1, que aumentam a rigidez torsional em 30%.

Os freios são fornecidos pela italiana Brembo. O sistema é de alto desempenho tanto na dianteira como na traseira, com discos maiores e pinças com seis e quatro pistões, respectivamente. As rodas são de 19 polegadas, com pneus Pirelli P-Zero 255/40 R19 na dianteira e 275/40 R19 na traseira. O perfil é mais alto que o adotado em muitos esportivos, o que contribui para o conforto a bordo, lembrando que esse coupé é um 2+2, com dois assentos traseiros, mesmo que apertados.

A cabine ficou mais tecnológica e oferece sete airbags por Divulgação

Uma boa novidade é o freio de estacionamento eletrônico, nomeado como Drift Brake. Ele permite fazer manobras de derrapagem controlada das rodas traseiras e amplia as possibilidades de técnicas de pilotagem. Os recursos para pista incluem também o Line Lock para manobras de “burn out”, cronômetros e medidores auxiliares no Track Apps.

Para quem vai investir os R$ 529 mil que a Ford cobra pelo carro, gostar de dirigir é essencial e o veículo pode ser moldado ao estilo de cada um. Ele vem com seis modos de condução para o motorista calibrar a seu gosto, desde a assistência elétrica da direção, a sensibilidade do acelerador, a rigidez da suspensão e o ronco do escapamento, até a aparência do painel de instrumentos para diferentes situações de rodagem.

CABINE E TECNOLOGIA

No interior, as linhas tradicionais foram atualizadas. A cabine foi inspirada em caças a jato e tem como destaque mais de 25 polegadas de telas. São dois visores de 12,4 pol e 13,2 pol do painel de instrumentos e do multimídia. Elas formam um conjunto único, com várias opções de personalização.

O pacote inclui também GPS embarcado, Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador por indução e sistema de som de alta fidelidade da dinamarquesa Bang & Olufsen. Outro recurso novo e divertido – desenvolvido pela engenharia brasileira – é o Remote Rev, que permite ligar e acelerar o motor remotamente pela chave.

Para completar, o volante esportivo tem base reta, com revestimento em couro e aquecimento. Os bancos parcialmente em couro contam com ajustes elétricos, ventilação e aquecimento.

DESENHO CLÁSSICO

O seu design valoriza elementos clássicos do modelo original dos anos 1960, com capô longo, traseira curta e teto baixo, que ganharam linhas esculpidas mais musculosas e atléticas. Cupê esportivo mais vendido do mundo desde 2016, o Mustang também comemora este ano seu 60º aniversário de lançamento, o que contribui para valorizar essa edição histórica.

O Mustang acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 segundos e tem um porta-malas com capacidade para 382 litros
O Mustang acelera de 0 a 100 km/h em apenas 4,3 segundos e tem um porta-malas com capacidade para 382 litros Crédito: Divulgação

*O JORNALISTA VIAJOU PARA MOGI GUAÇU (SP) A CONVITE DA FORD