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Antônio Meira Jr.
Publicado em 4 de março de 2024 às 16:00
Apesar de arriscar novos modelos, a base do portfólio Honda é formada por veículos que estão em linha há muitos anos. É o caso, por exemplo, do CR-V, que surgiu em 1995 e, desde a sua segunda geração, produzida entre 2001 e 2006, é comercializado no mercado brasileiro. Nesse período, o SUV passou por diversos momentos, mas quando era importado do México – de 2008 a 2015 - teve seu maior resultado em vendas.
Agora, o CR-V está de volta ao país. Porém, alguns fatores vão deixar esse Honda longe de um grande volume de vendas. O primeiro deles é que ele é importado da Tailândia, com o novo Civic. Quando era trazido do México não havia taxação extra de impostos. A redução nas vendas já foi sentida desde a geração anterior, que vinha dos Estados Unidos.
Como não é um produto acessível, a Honda optou por trazer apenas uma versão, a topo de linha Touring. Recheada de equipamentos, ela custa R$ 352.900. Este valor o posiciona como o híbrido mais caro da marca no país, acima do Civic (R$ 265.900) e do Accord (R$ 332.400). Seu rival mais direto, também híbrido, o Toyota RAV4 está tabelado por R$ 349.290.
Nessa sexta geração, o CR-V continua seguindo a premissa que está em sua sigla: Comfortable Runabout Vehicle, ou, em português, veículo confortável em qualquer situação. Uma prova disso são os bancos dianteiros, que possuem ajustes elétricos e contam com estabilizadores corporais. São estruturas internas que asseguram um adequado suporte nas regiões do quadril e lombar.
Quem vai atrás, além de desfrutar do teto solar panorâmico, também tem um banco confortável. Há bom espaço para as pernas e é possível variar o ângulo de inclinação do encosto em oito diferentes posições. Nas duas posições laterais traseiras existe até um item que vem sendo suprimido em alguns automóveis premium nos bancos da frente: regulagem de altura para o cinto de segurança.
CONJUNTO MOTRIZ
A versão Touring do novo CR-V recebe um sobrenome relativo à sua propulsão: Advanced Hybrid. Esse sistema conta com dois motores elétricos dispostos em paralelo - um para tração e outro para geração de energia - e o motor a combustão (de ciclo Atkinson) de 2 litros a gasolina, que entrega 147 cv de potência máxima e 19,4 kgfm de torque. Em conjunto, são oferecidos 207 cv de potência e 32,4 kgfm de torque.
A transmissão é automática, estilo CVT, e a tração integral (AWD), sempre com atuação nos dois eixos. Esse recurso permite que o veículo trafegue com mais aderência em qualquer tipo de terreno.
Mesmo com essa tração ativa nas quatro rodas, o consumo é baixo graças ao sistema híbrido. De acordo com o Inmetro, o CR-V faz 14,2 km/l na cidade e 11,6 km/l em estradas. Na nossa avaliação, em deslocamento de ida e volta de São Paulo para a cidade de Nova Odessa, no interior do estado, a média ficou em 14,6 km/l.
MUITOS EQUIPAMENTOS
Com desenho reformulado, que o deixou mais robusto e esportivo, o CR-V cresceu. São 4,70 metros de comprimento (+ 7 centímetros), 1,87 m de largura (+1 cm), 1,69 m de altura (+1 cm) e 2,70 m (+4 cm) de entre-eixos. O porta-malas, ficou quase 60 litros maior, chegando aos 581 litros - sendo que a tampa do bagageiro tem auxílio elétrico para abertura e fechamento.
Honda CR-V 2024
Na lista de equipamentos, dez airbags se destacam: frontais, laterais dianteiros, laterais traseiros, de joelhos e de cortina. Há ainda sistema de som premium da Bose, ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia com tela de 9 polegadas e quadro de instrumentos digital de 10,2 polegadas.
Em termos de auxílio à condução, o CR-V conta com o pacote Sensing, que inclui controlador de velocidade adaptativo, frenagem automática de emergência, alertas de objeto no ponto cego (para o lado direito), saída de faixa com centralização no volante e de atenção do motorista e farol alto com facho automático.
OUTROS CONCORRENTES
Além do clássico rival da Toyota, o CR-V concorre com modelos chineses: BYD Song Plus (R$ 229.800) e GWM Haval H6 PHEV (R$ 269 mil). Outro desafio é o BMW X1, que custa R$ 354.950 em sua configuração topo de linha, a sDrive 2.0i M Sport.
O CR-V vai agradar o cliente Honda, porém, pelo preço, vai ser difícil atrai novos consumidores. Para isso, o veículo deveria custar até R$ 280 mil.
*O JORNALISTA VIAJOU PARA SÃO PAULO A CONVITE DA HONDA