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Antônio Meira Jr.
Publicado em 16 de dezembro de 2023 às 08:00
Enquanto muitas montadoras se preocupam com a invasão de veículos chineses no mercado brasileiro, o México vem ampliando as exportações para o Brasil. Neste ano, 26,8 mil unidades produzidas em fábricas mexicanas chegaram ao país, contra 14,9 mil do ano passado. Da China, acusada de “invadir” mercado nacional, foram trazidos 32 mil carros.>
Dessa forma, o México é o terceiro maior fornecedor de carros para nosso mercado. A Argentina, com 105 mil exemplares, ocupa a primeira posição dessa lista. Diferentemente do que ocorre com a China, que não tem um acordo comercial com o Brasil, dos outros dois não há cobrança de impostos de importação, uma alíquota de 35%. >
A Argentina faz parte do Mercosul e tem uma legislação específica com o Brasil. Enquanto isso, os mexicanos têm como benefício o Acordo de Complementação Econômico número 55 e internalizado pelo Decreto no 4.458/2002. É por meio dele que empresas como Audi, BMW, Chevrolet, Ford, Honda, Mercedes-Benz, Nissan, RAM e Volkswagen trazem seus produtos.>
Essa operação é interessante para os fabricantes pelo custo mais baixo de produção no México, que ainda tem uma alta escala de produção. Das suas fábricas milhares de veículos alimentam o gigante mercado dos Estados Unidos, que consome mais de 15 milhões de unidades por ano. >
Dessa forma, fica mais fácil para a Nissan comercializar no Brasil o Versa, um dos carros mais baratos dos EUA. De lá, o fabricante japonês também importa outro sedã, o Sentra. Recentemente, outra marca nipônica, a Honda, começou suas concessionárias brasileiras com o ZR-V, que é feito lá para ser o SUV mais barato da empresa nos EUA.>
Três picapes grandes também chegam de lá, as RAM 2500 e 3500, e a partir deste mês, a Chevrolet Silverado são importadas do México. Já a Ford traz de lá uma picape (Maverick), um SUV (Bronco Sport) e seu primeiro carro elétrico, o Mustang Mach E.>
De volta às concessionárias nacionais, o Tiguan Allspace é igual ao que é oferecido aos consumidores dos EUA por ser produzido no México. A VW também importa o Jetta GLI. Lançado no último mês no Brasil, o atualizado M2, da alemã BMW, é feito em San Luis Potosí, região central do México.>
Via México, elétricos sem imposto>
A partir do mês que vem, o imposto de importação para carros híbridos e elétricos começa a ser retomado gradualmente até voltar ao patamar de 35%. Porém, os modelos produzidos México, permanecem com benefícios por conta do acordo de Livre Comércio com o Brasil. Com isso, o Mustang Mach E pode se tornar mais competitivo em relação a rivais feitos na Europa e na China. >
De olho no mercado norte-americano, BMW e Volkswagen também já anunciaram a produção de carros inéditos a bateria no país. Por tabela, o brasileiro poderá ser beneficiado.>
Até a Tesla, montadora especializada em elétricos, prometeu construir no México uma grande fábrica, onde iria investir 1 bilhão de dólares. Se o negócio for concretizado, o Brasil poderá usufruir disso.>