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Antônio Meira Jr.
Publicado em 12 de julho de 2023 às 15:30
De Curvelo, Minas Gerais*
Atualmente, um a cada cinco veículos vendidos no país é uma picape. No acumulado do ano, o modelo mais emplacado é dessa categoria, a Fiat Strada. Esse fabricante, que também comercializa a Toro, terá outra opção disponível nos próximos meses, a Titano.
A Stellantis, empresa que controla a Fiat, também comercializa uma picape da Jeep, a Gladiator, e tem uma outra marca especializada em utilitários em seu portfólio, a Ram. Até agora, essa companhia, que surgiu de uma divisão da Dodge, tinha uma atuação discreta no país. Importa do México e Estados Unidos veículos grandes, e que custam a partir de R$ 357 mil.
Porém, a partir do final deste mês, começa a desembarcar nas concessionárias a Rampage, que custa a partir de R$ 239.990. Desenvolvida no Brasil, ela é produzida em Pernambuco, na mesma fábrica onde é feita a Toro e três SUVs da Jeep: Commander, Compass e Renegade.
É sobre a mesma plataforma desses quatro produtos que a Rampage é construída. Dessa forma, ela é uma picape monobloco, como a Toro, a Ford Maverick e a Renault Oroch. Ou seja, é um veículo com uma estrutura única, diferente do que acontece, por exemplo com a Hilux. Nesse caso, a carroceria é montada sobre um chassi.
O projeto da nova picape consumiu R$ 1,3 bilhão e foi realizado por mais de 800 engenheiros e técnicos no Brasil, com mais de 1,2 milhão de horas de desenvolvimento. A Rampage tem 5,03 metros de comprimento e 1,89 m de largura. Dessa forma, o novo veículo é 9 centímetros maior e 4 cm mais largo que a Toro e 30 cm menor e 4 cm mais largo que a Hilux, modelo em evidência por liderar o segmento das picapes médias. A Rampage é pesada: tem entre 1.906 kg e 1.942 kg. Como comparação, o utilitário da Toyota pesa entre 2.080 kg e 2.135 kg.
CONJUNTO MOTRIZ
Todas as versões da nova Ram são equipadas com tração 4x4 e transmissão automática de nove velocidades. Debaixo do capô são duas opções de motor: gasolina ou diesel, ambos turbinados de 2 litros. O diesel é o mesmo adotado na Toro, mas com a calibração de torque do Commander. Dessa forma, entrega 170 cv potência a 3.750 rpm e 38,8 kgfm de torque a 1.750 giros.
O motor a gasolina é inédito no país, o Hurricane 4. O rendimento é seu ponto forte: 272 cv de potência a 5.200 rpm e 40,8 kgfm de torque a 3 mil giros. A Rampage é o primeiro veículo produzido na América do Sul que recebe esse propulsor, que é capaz de alcançar 220 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos (versão R/T).
Para avaliação dinâmica, o fabricante ofereceu apenas as versões com o motor a gasolina. No asfalto, acelerei a versão esportiva, que fez jus à ficha técnica, com bastante fôlego e ótimo sistema de tração integral sob demanda.
Em circuito misto de asfalto, calçamento de pedras, terra, areia e lama explorei a versão Rebel. A picape foi bem em diversos desafios e subiu até uma escadaria com o auxílio da tração reduzida. Os 26,4 cm de vão livre ajudam. Nas duas versões, a dirigibilidade é um dos pontos fortes.
O principal ponto negativo não é estrutural. É uma decisão equivocada: todas as versões são equipadas com estepe de uso temporário, aqueles mais estreitos. Imagine a situação de danificar um pneu e ter que usar um estepe fino com carro pesado e em uma estrada não pavimentada.
TABELA DE PREÇOS
Sempre equipadas com itens de auxílio à condução, como alerta de ponto cego, sistema de frenagem autônoma de emergência e piloto automático adaptativo, a Rampage é oferecida em cinco opções.
São duas opções diesel: Rebel (R$ 239.990) e Laramie (R$ 249.990). A gasolina são três Rebel (R$ 249.990), Laramie (R$ 259.990) e R/T (R$ 269.990). Para qualquer uma delas há um único pacote de opcionais, que custa R$ 6 mil. Ele inclui ajustes elétricos para o banco do passageiro, sistema de som da Harman Kardon e iluminação interna diferenciada.
*O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA RAM