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Portal Edicase
Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 17:00
Até 2030, seis em cada dez profissionais precisarão passar por requalificação ou treinamento devido à automação e às novas exigências do mercado, segundo o Relatório Futuro do Trabalho 2025, do Fórum Econômico Mundial. >
ParaThais Requito, especialista em desenvolvimento humano e produtividade sustentável, há cinco movimentos globais que estão moldando essa nova era:flexibilidade, longevidade, produtividade aumentada por tecnologia, pluralidade e regeneração. >
“As transformações que estamos vivendo exigem uma nova abordagem, tanto das empresas quanto dos profissionais. Não basta apenas se adaptar, é preciso entender como essas tendências impactam o presente e moldam o futuro para agir de forma estratégica”, destaca. >
A seguir, Thais Requito detalha os 5 movimentos globais. Confira! >
O conceito de trabalho está se tornando cada vez mais fluido, eliminando restrições geográficas e horários fixos. A flexibilidade se manifesta na forma como as pessoas colaboram, no tempo dedicado ao trabalho e até mesmo nos critérios para medir produtividade. Modelos híbridos e jornadas reduzidas devem ganhar força, com um foco crescente na entrega de resultados, em vez do controle rígido das horas trabalhadas. >
“A possibilidade de trabalhar remotamente ou de maneira assíncrona não só beneficia os profissionais, que ganham autonomia, como também amplia o acesso das empresas a talentos em qualquer lugar do mundo. Já sabemos que a presença física não é mais essencial para que uma reunião seja produtiva. A tendência é que o trabalho presencial seja cada vez mais intencional e voltado para momentos estratégicos de colaboração”, explica Thais Requito. >
O aumento da expectativa de vida está impactando diretamente as carreiras. Profissionais precisarão se reinventar diversas vezes ao longo da vida, pois a lógica tradicional de carreira linear – em que se começa como estagiário e se sobe progressivamente até um cargo de liderança – está cada vez mais rara. >
“Não só viveremos mais, como trabalharemos por mais tempo. Isso significa que mudar de indústria, de ocupação e até começar do zero em outra profissão será cada vez mais comum. Esse cenário torna o aprendizado contínuo um elemento indispensável para se manter relevante. Além disso, as empresas precisarão repensar seus modelos para garantir bem-estar e qualidade de vida, pois isso será determinante para retenção de talentos”, afirma a especialista. >
A tecnologia está redefinindo a relação entre trabalho humano e automação. Muitas funções repetitivas e operacionais serão substituídas por inteligência artificial e automação, ao mesmo tempo em que novas oportunidades surgirão. >
“Ferramentas de automação e inteligência artificial permitirão que os profissionais foquem em atividades mais estratégicas, eliminando tarefas operacionais. Isso, por sua vez, vai mudar a forma como medimos produtividade. Não fará mais sentido avaliar desempenho com base em horas de trabalho, mas, sim, no impacto e nos resultados entregues”, pontua Thais Requito. >
A pauta da diversidade e inclusão avança no mercado de trabalho, mas ainda há desafios na criação de ambientes verdadeiramente inclusivos. Empresas precisarão ir além das contratações para atender metas e investir na construção de espaços em que diferentes perfis possam atuar com autonomia e entregar resultados. >
“Diversidade e inclusão não podem ser apenas uma estratégia de branding . É preciso criar estruturas reais de suporte e desenvolvimento para que esses talentos possam prosperar. Além disso, a tecnologia pode ocupar muitos trabalhos operacionais, e isso exige que as empresas pensem em formas de capacitar e incluir quem for impactado por essas mudanças”, alerta a profissional. >
O lucro a qualquer custo não é mais sustentável – nem para empresas , nem para a sociedade. Cada vez mais, as novas gerações e investidores pressionam por modelos de negócios que equilibrem rentabilidade com impacto ambiental e social. >
“As empresas que não incorporarem a regeneração em seus modelos de negócio vão perder espaço. O mercado já está exigindo não apenas mitigação dos danos ambientais, mas um compromisso real com práticas sustentáveis. Além disso, a regeneração também precisa acontecer dentro dos ambientes corporativos: uma cultura de trabalho mais saudável será essencial para atrair e reter talentos no futuro”, conclui Thais Requito. >
Por Maria Fernanda Benedet >