Único do Atlético a vingar, Dionísio admite: 'O Vitória mudou minha vida'

Meia rubro-negro revela desafio pessoal após saída precoce de Miller da Toca

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  • Daniela Leone

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 04:30

. Crédito: Talita Gouvea / Divulgação ECV

Nascido e criado em Itapetinga, no sudoeste baiano, Dionísio está aprendendo a lidar com a própria timidez. Bicampeão baiano com o Atlético de Alagoinhas após defender Vitória da Conquista, Jequié, Atlântico, Cajazeiras, Bahia de Feira e Jacobina, ele ganhou visibilidade com a camisa do Vitória durante a Série C deste ano. Titular absoluto durante a campanha de acesso, o meio-campista esteve em campo em 23 dos 25 jogos disputados pelo Leão.

O trabalho foi reconhecido dentro do clube e fora dele. “Eu não vou mentir, não era acostumado com isso de ficar tirando foto, mas depois do acesso do Vitória, estou sempre recebendo convites para dar entrevistas, ir em canais de televisão. O Vitória mudou bastante minha vida”, comenta o jogador de 28 anos, que está passando as férias na cidade natal.

“Quando eu cheguei aqui, fui em um evento e meus amigos falaram que não dá mais para sair comigo, porque é toda hora gente querendo tirar foto e falar comigo”, conta. “Eu sou bastante tímido e bem família. No Atlético, a gente tinha um pouco de assédio, mas era mais na cidade mesmo. No Vitória se tornou praticamente em todos os lugares que eu vou. Fui aqui no jogo do Intermunicipal e todo mundo no estádio ficou pedindo para tirar foto comigo”, relata o meia, que tem contrato com o Leão até dezembro de 2023.

Dionísio chegou ao clube já com a Série C iniciada, na companhia de outros dois jogadores campeões com o Atlético de Alagoinhas. O meia Miller e o atacante Thiaguinho, no entanto, não conseguiram construir uma história de sucesso no rubro-negro. 

Thiaguinho permaneceu no Vitória até a conquista do acesso à Série B do Brasileiro, mas só entrou no decorrer de dois jogos. Miller fez quatro partidas e deixou o clube pouco mais de um mês após chegar por causa de uma alegada proposta do futebol português. A ida para a Europa não vingou e ele retornou para o Carcará, onde jogou a Série D. Depois, seguiu para o Carajás, time que defende até hoje na segunda divisão do Campeonato Paraense.

“Eu acho que para Miller e Thiaguinho faltou um pouco de sequência. Eu tive mais sequência que os dois e acho que se eles tivessem tido sequência, iriam ajudar bastante. Thiaguinho chegou e teve um problema na perna, de varizes, o que acabou atrapalhando um pouco. Miller eu não sei o que realmente aconteceu, mas creio que se os dois tivessem mais minutagem, eles teriam ajudado bastante a gente”, comenta Dionísio.

Saída de Miller

A saída precoce de Miller mexeu bastante com Dionísio. De uma hora pra outra, ainda sem estar adaptado ao Vitória e a Salvador, ele se viu sem o apoio do amigo e companheiro de moradia.  Os dois são conterrâneos e jogaram juntos desde a infância.

“A gente chegou junto no Atlético, a gente sempre morou junto, a gente foi junto para o Vitória, morou junto no Vitória também. Enquanto ele estava ali, para mim era bom, porque eu sabia que tinha um amigo do lado. Depois que ele saiu foi um desafio a mais para mim”, afirma Dionísio. “Já não tinha mais meu companheiro que morava comigo e um amigo dentro de campo, mas eu sabia que tinha que seguir, porque o futebol tem dessas coisas e, graças a Deus, deu tudo certo. Torço por ele onde ele estiver e a gente nunca deixou de se falar. Ele sempre manda mensagem pra mim e a gente sempre conversa”, conta.