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Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2022 às 14:29
- Atualizado há 2 anos
Agora ex-presidente do Vitória, após ser destituído pelo Conselho Deliberativo em maio, Paulo Carneiro rebateu as declarações do atual dirigente, Fábio Mota, que na terça-feira revelou em entrevista à Rádio Metrópole ter se arrependido de apoiá-lo nas eleições de 2019 e creditou as dificuldades financeiras do Leão a “uma série de anos de administrações equivocadas”. Mota, que sucedeu Carneiro, disse ter assumido o clube “devendo a duas pessoas: Deus e o mundo”.
Em mensagem distribuída via WhatsApp, Paulo Carneiro condenou a postura de Fábio Mota. “As minhas preocupações hoje dizem muito mais respeito à minha reputação e à minha história no clube, porque eu não estou lá dentro. O cara que está à frente, pelo visto, quer transferir responsabilidades. Não vou permitir que ele mexa com a minha reputação, isso ele não vai fazer”.
Ao justificar os maus resultados do Vitória na Série C e neste ano como um todo, Fábio Mota reconheceu que o planejamento do futebol foi ruim, mas alegou que teve sua missão dificultada por causa de uma punição da Fifa, que em decorrência de uma dívida com o atacante Walter Bou impediu o Leão de registrar jogadores até quitação do débito. A diretoria contratou 14 jogadores ainda em dezembro do ano passado, já que a pena entraria em vigor em 1º de janeiro. Após o pagamento, em março, o clube foi liberado para contratar novamente.
Paulo Carneiro se defende afirmando que, depois que ele foi afastado da presidência em 2 de setembro, e que seu vice-presidente Luiz Henrique pediu licença em 26 de outubro, Fábio Mota assumiu o cargo e teria à disposição a verba referente à venda dos jogadores Pedrinho e Pablo Siles por R$ 10 milhões ao Athletico-PR, costurada ainda na sua gestão.
No entanto, Carneiro critica o atual presidente por, em vez de ter quitado a dívida com Walter Bou e assim evitado a punição da Fifa, ter feito um acordo com o Athletico que abateu uma dívida antiga do Vitória com o clube sulista no valor de R$ 4,7 milhões, referente ao lateral direito Léo Morais. Com essa dedução, somada ao custo que o Vitória teria para comprar Pablo Siles do uruguaio Danubio antes de repassar ao Athletico (cerca de R$ 1,5 milhão), o valor que o rubro-negro recebeu caiu de aproximadamente R$ 8,5 milhões para menos da metade.
“Com a intervenção do Conselho Deliberativo na negociação de Pedrinho, com um prejuízo no caixa de R$ 4,7 milhões, o clube só recebeu o saldo de pouco mais de R$ 3 milhões em novembro, quando se pagou salários atrasados e imagens atrasadas. O saldo não foi suficiente para pagar a Fifa. Portanto ele e sua turma são os responsáveis”, diz Paulo Carneiro. Ele afirma que esse pagamento referente a Léo Morais não estava previsto na negociação costurada inicialmente.
Sobre a declaração de ter deixado o Vitória com dívidas a Deus e o mundo, Carneiro retrucou: “Quando saí, os salários de funcionários e atletas (CLT) estavam em dia. Devíamos imagem e pessoa jurídica. A diferença é que nunca escondi nossa realidade. Já esse sujeito andava dizendo que pagava tudo em dia e agora diz que o clube vive de doações de torcedores do Bahia, manchando a imagem do clube e envergonhando o torcedor”.