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Ídolo do Vitória, Dinei explica aposentadoria após acesso: 'Tinha que ser em um momento feliz'

Em entrevista, centroavante relembra momentos marcantes da carreira e projeta futuro

  • Foto do(a) author(a) Daniela Leone
  • Daniela Leone

Publicado em 29 de setembro de 2022 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução Instagram/Acervo pessoal

Ídolo do Vitória, Dinei vai escrever o último capítulo da história dele como jogador no próximo sábado (1º), às 16h, quando será homenageado com um jogo amistoso de despedida, no Barradão. Aos 38 anos, o centroavante decidiu pendurar as chuteiras e está radiante porque a carreira será finalizada no clube em que viveu os melhores momentos dela.  

A primeira passagem de Dinei no Leão foi em 2008. Depois, retornou em 2012 e ficou até 2014. A terceira teve início em maio de 2021 e foi concluída oficialmente no último sábado (24), quando o Vitória comemorou o acesso à Série B do Brasileiro após empate em 1x1 com o Paysandu, no estádio da Curuzu, em Belém. Na ocasião, Dinei deixou o banco de reservas e entrou em campo aos 26 minutos do 2º tempo. 

No total foram 177 jogos com a camisa rubro-negra, 53 gols marcados e dois títulos, ambos do Baiano, em 2008 e 2013. Neste último, ele levou a torcida do Vitória à loucura ao marcar quatro gols contra o Bahia no jogo de ida da final, na goleada por 7x3, na Fonte Nova. Ele e Índio (no 6x5 de 2007) são os maiores goleadores do clube em um único Ba-Vi.

Nesta entrevista exclusiva, Dinei falou sobre a emoção do acesso, a decisão de se aposentar e a lesão no ligamento cruzado anterior do joelho, que o fez passar por cirurgia e ficar sete meses longe dos gramados. Depois dela, o atacante não conseguiu reencontrar o caminho das redes e se despede dos gramados sem marcar gols nesta temporada.  

Por que você decidiu pendurar as chuteiras agora? Eu já estava pensando. Depois da minha lesão do ano passado, eu estava pensando em parar, mas com o incentivo do pessoal da fisioterapia e dos familiares, eu resolvi jogar mais um ano. E também não poderia parar lesionado. Acho que no clube que me trouxe de volta tinha que ser da melhor maneira possível. Deus preparou esse momento com o acesso. Tinha que ser num momento feliz. Não tem outro momento para eu encerrar, no clube que eu tenho uma identificação imensa, com o acesso, acho que foi o momento certo. Essa lesão é muito complicada, pela lesão também, de cruzado. Eu já tinha operado o joelho direito, aí tive a lesão no joelho esquerdo. Acho que tem mais dificuldade. Os jogos também, treinamentos, isso pesa um pouco, e acho que está no momento certo, para poder parar por cima também, com o acesso, por isso que eu decidi. 

O Vitória informou que o presidente Fábio Mota deu a missão a Alan Santos de te convencer a jogar o Baiano do próximo ano. Por que você não quis? É verdade. Não só Alan e Fábio, mas todos do grupo, pelo carinho que eles têm por mim. É um momento especial para mim, com o acesso. Até falei que a gente poderia fazer um jogo de despedida no Baiano, mas minha condição com o joelho dificulta mais um pouco, por isso eu decidi parar nesse último jogo festivo e acho que é minha decisão final. Acho que eu fiz tudo pelo Vitória e é um momento especial para mim. 

Você foi às lágrimas quando o acesso foi confirmado. O que sentiu naquele momento? Senti que foi dever cumprido. Foi um ano sofrido, com muita dificuldade. Todos davam que a gente seria rebaixado, não iria classificar e esse grupo teve superação. Foi o momento que concretizou nosso acesso. Foi emocionante. Juntou também com o último jogo, porque eu decidi parar, então ali juntou a emoção toda. Quando eu entrei no jogo, estava empatado e foi um momento muito difícil, porque o jogo do Figueirense não terminava e a gente não sabia se tinha que atacar para fazer outro gol ou defender para conseguir o empate, mas graças a Deus deu tudo certo e conseguimos o acesso. 

O que representa para você finalizar a carreira no Vitória? Não poderia ser diferente. Foi o clube em que cheguei em 2008 desconfiado e, graças a Deus, o torcedor apoiou, gostou e não poderia ser diferente de terminar a carreira aqui no clube em que eu tive a melhor passagem da minha carreira. 

Como está a expectativa para o amistoso de despedida? A expectativa é grande e a ficha ainda nem caiu. Acho que só vai cair no jogo de sábado porque vão estar alguns jogadores com quem eu joguei, meus familiares estarão todos aqui, os familiares de São Domingos (onde ele nasceu, no interior da Bahia) vão vir prestigiar também. Acho que vai ser emocionante, mas só no dia para saber a imensidão desse jogo. Estou preparando o coração para que seja especial. 

Quem está confirmado no amistoso? Confirmado tem poucos. A maioria dos jogadores que eu convidei estão jogando ainda. Escudero e Cáceres, que está jogando no Paraguai, não vão poder vir. Vai vir Kanu, acho que Marquinhos vem, Willians Santana. Foram os que eu convidei que estão mais próximos. O pessoal do time (atual) vai ficar para poder jogar, a maioria deve comparecer. 

Você não fez gol nesta temporada. Como se sente em relação a isso? No ano passado eu fiz dois gols no Brasileiro e infelizmente teve a lesão que me prejudicou um pouco. Depois dessa lesão complicou mais ainda. Eu também não vinha jogando com sequência. Em todas as outras passagens eu jogava, era titular. Infelizmente não teve gol, mas estou feliz, pois veio o acesso. Estou feliz do mesmo jeito e acho que dei o máximo de mim para terminar bem.

Qual foi o momento mais marcante da sua história no Vitória? Acho que para todos os torcedores e para mim também foi a final do Baiano 2013, contra o rival, que eu fiz quatro gols e a gente conseguiu ser campeão. O pessoal lembra muito. Esse jogo foi o momento mais marcante pra mim. 

E qual foi o momento mais difícil da carreira? Foi na Espanha, quando eu perdi meu pai e eu não pude estar no enterro dele. Ele sempre me incentivou a jogar e, graças a Deus, pôde me ver jogar aqui no Barradão na minha melhor fase. Foi um momento muito difícil. 

Quais são os seus planos para o futuro? Seguirá trabalhando com futebol? Plano de imediato eu ainda não sei. Vou curtir a família, minhas filhas. Vou ter um tempinho aí pra poder estudar mais um pouco para ver o que eu posso fazer. Sei que o jogador dificilmente sai do esporte, do futebol. Eu acho que devo continuar no esporte mesmo, mas vou descansar um pouquinho e pensar. Deus vai me guiar, mas espero poder trabalhar com futebol. 

Alguma mensagem para a torcida do Vitória? Só gratidão. O carinho que eles têm por mim não tem preço. Fico feliz por ter contribuído para esse clube. Dei tudo de mim por esse clube e o torcedor tem um carinho imenso por mim. É recíproco. Só agradecer a todos os torcedores do Leão.