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Bahia é destaque no The Guardian: 'Mais progressista do Brasil'

Jornal inglês destacou as ações afirmativas do tricolor baiano

  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2019 às 11:47

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução The Guardian

Do Brasil para a Inglaterra. O Bahia chamou a atenção do jornal britânico The Guardian. As ações afirmativas do tricolor foram destaque em uma reportagem publicada pelo periódico na última quarta-feira (13). Com o título "Como o Bahia se tornou o clube de futebol mais progressista do Brasil", o texto aborda logo de cara o protesto do clube contra o derramamento de óleo que atinge há três meses as praias da região Nordeste.

No dia 21 de outubro, o Esquadrão enfrentou o Ceará, no estádio de Pituaçu, vestido com o uniforme "manchado de óleo" e essa foi apenas uma das pontuações feitas pela reportagem do jornal europeu, que enumerou algumas das pautas trabalhadas pelo Núcleo de Ações Afirmativas do clube.

"A intervenção da Bahia sobre o assunto não surpreendeu os fãs de futebol no Brasil. Nos últimos dois anos, o clube desenvolveu uma reputação como o clube mais democrático e socialmente envolvido no país, realizando campanhas sobre questões como racismo, direitos LGBTQ, demarcação de terras indígenas e tratamento de torcedores em estádios de futebol. Ao mesmo tempo, eles conseguiram reduzir os preços dos ingressos, aumentar as receitas, pagar parte da dívida que estava prejudicando o clube e melhorar seus resultados em campo", escreveu o autor Joshua Law.

O The Guardian pontua também o fato de Roger Machado ser um dos dois únicos técnicos negros na Série A do Campeonato Brasileiro. 

"Ele ganhou as manchetes no mês passado, quando fez um discurso poderoso em uma entrevista coletiva pós-partida, condenando o racismo estrutural na sociedade brasileira. Quando perguntado sobre o envolvimento social do clube, ele diz: 'Acordei com um sentimento tão grande de pertencer a Salvador. A Bahia e o Bahia me capacitaram, me deram a coragem de fazer essa declaração (contra o racismo). Ser inserido nesse contexto realmente me ajudou a responder à questão dessa maneira. Se, no final do livro da minha vida, estiver escrito: 'Esse indivíduo ajudou a construir o esporte, mas, acima de tudo, ajudou a usar o esporte como uma ferramenta de transformação', poderei morrer em paz'”.

A reportagem do tablóide britânico destaca ainda o aumento da receita, a redução da dívida e o crescimento do número de sócios nos últimos dois anos.  

"A receita do clube passou de R$ 95 milhões em 2017 para R$ 170 milhões este ano e sua dívida foi reduzida de R$ 190 para R$ 160 milhões (35,5 milhões para 29,9 milhões de libras). A introdução de ingressos mais baratos ajudou. As assinaturas agora começam em R$ 45 por mês (£ 8,50) para pessoas com renda mensal de R$ 1.500 ou menos (£ 280). Os preços mais baratos atraíram os fãs de volta ao clube, com o número de membros aumentando de 14.000 para 45.000".

Para conferir a matéria original publicada pelo The Guardian, clique aqui.