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Crônica: Chi-chi-chi, Le-le-le

Quem vem de dois títulos seguidos não pode ser considerado fora do páreo

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Galo
  • Gabriel Galo

Publicado em 18 de junho de 2019 às 11:48

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Nelson Almeida / AFP

Quando em 2015 o Chile levantou o título da Copa América em casa, estava definitivamente encerrado o período de “joga como nunca, perde como sempre” da seleção andina.

Algumas gerações contribuíram para o quase. Em 1962 o valente Chile protagonizou a Batalha de Santiago contra a Itália e avançou até sucumbir diante do Brasil nas semifinais. O Brasil, aliás, se tornaria o grande vilão chileno em Copas do Mundo. Sempre eliminados nas oitavas de final, em 1998 o escrete de Salas e Zamorano não foi páreo para César Sampaio, artilheiro da vez. Em 2010, caiu diante de Robinho e Kaká para em 2014 literalmente bater na trave, em chute de Pinilla no limite do segundo tempo da prorrogação. Confirmado o empate, nos pênaltis, deu Brasil.

Ferir o Brasil um ano antes injetou força na seleção chilena. Comandada por Sánchez, Vargas e Arturo Vidal, fez de sua casa o local para exterminar seus traumas. Sob a batuta de Jorge Sampaoli, venceu a Argentina de Messi nos pênaltis para erguer seu merecido troféu. Ambiciosa, ainda repetiu a dose em 2016, mesmo enredo, superando nos pênaltis da final zerada a Argentina.

A não classificação para a Copa do Mundo de 2018 interrompeu um ciclo virtuoso de crescimento. Ainda assim, o time está longe de ser considerado fraco. Em 2019, chegou ao Brasil se apoiando nas mesmas bases desde 2015. Há entrosamento, há confiança.

No que o organizado-mas-frágil Japão sub alguma coisa não haveria de apresentar dificuldades na estreia. Se tentou em algumas estocadas surpreender os atuais bicampeões, os japoneses viram sua meta ser vazada quatro vezes, duas pelos pés e cabeça de Vargas, ressuscitado de uma sequência longa de temporadas abaixo da crítica, uma por Alexis Sánchez e outra por Pulgar.

Vê-se, pois, que os pilares do Chile, podem passar os anos, podem se suceder temporadas frustrantes, permanecem robustos para segurar o peso de representar o país na Copa América. Aparentemente, em vez de envergar, a roja injeta ânimo num grupo que está aguerrido para recuperar a autoestima abalada pela ausência na Rússia.

No tapete do Morumbi, o Chile apresentou suas credenciais. Se todos se apressam a eleger Brasil, Argentina e Uruguai como favoritos – embora Reinaldo Rueda, técnico do Chile, considere a Colômbia mais forte que os argentinos, mesmo com Messi – a vitória serviu de alerta.

Quem vem de dois títulos seguidos não pode ser considerado fora do páreo para vencer a corrida. Levanta a seleção do Chile a mão pedindo passagem, exigindo respeito e goleia para intimidar. Assim, no embalo da torcida, pode responder à pergunta sobre quem é o favorito entoando o seu canto característico “Chi-chi-chi le-le-le!”

Gabriel Galo é escritor. Texto publicado originalmente no site Papo de Galo e reproduzido com autorização do autor.