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Tem zumbis, mas The Last Of Us é cheia de humanidade

HBO terá sinal aberto neste domingo (15) para estreia da série que adapta o game premiado 

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 14:00

. Crédito: divulgação

A premissa parece saturadíssima e é mesmo: uma pandemia assola o mundo e transforma os humanos em zumbis, deixando quem ainda não se infectou numa situação de caos. O que há de diferente, então, entre a extensa The Walking Dead, só para dar exemplo de um produto com o mesmo tema, e The Last of Us, nova série da HBO que estreia neste domingo (15), dia em que a emissora deixará o sinal aberto? O reencontro com a humanidade talvez seja a resposta mais adequada. Outra parece estar na ciência. Esta nova trama se aproxima de títulos como Eu Sou a Lenda ou Guerra Mundial Z, que também conduzem seus roteiros como estudos científicos.

Adaptação do jogo premiado, com 37 milhões de cópias vendidas ao redor do globo, The Last of Us tem como showrunners Craig Mazin (da festejada Chernobyl) e Neil Druckmann (criador do game). Por mais que representem histórias de desespero em seus trabalhos anteriores, ambos se concentram no aspecto mais humano dos humanos para se expressar. Druckmann criou The Last of Us, o jogo, quando foi pai pela primeira vez, adaptando um game de zumbis feito como trabalho de faculdade. "Ele é uma exploração do amor incondicional de um pai por seus filhos, as coisas belas e horríveis que podem surgir daí", disse ele na CCXP deste ano. 

Na tela da tevê, vemos Joel (Pedro Pascal) é um sujeito trabalhador, viúvo, que vive com a filha adolescente, Sarah (Nico Parker), e o irmão Tommy (Gabriel Luna). No espaço de um dia, uma pandemia causada por um fungo começa a se espalhar violentamente pela Terra. Sarah morre, Tommy desaparece. Vinte anos depois, Joel, tão embrutecido quanto qualquer outro sobrevivente, faz tudo para manter-se vivo e recebe, muito a contragosto, a missão de levar a adolescente Ellie (Bella Ramsey) numa grande viagem pelos Estados Unidos, combalido também por um governo autoritário contestado por grupos de resistência. 

Veja o trailer de The Last of Us:

Bacana o recurso temporal que os produtores usam para introduzir a pandemia causada por um fungo agressivo. E realçar que se trata de uma questão de saúde pública, para a qual nunca estamos preparados, e não de comedores de carne viva. "Era importante que a série deixasse claro que estamos falando de pessoas infectadas, doentes, não simplesmente monstros. Esta não é exatamente uma série de zumbi", explicou Mazin, também durante sua participação na CCXP.

Emoção e entrega Aos poucos, Joel vai recuperando a capacidade de reconectar-se. E Ellie, encarada como experimento científico, já que seu corpo é imune ao fungo, vai se desolando do cinismo que usa como escudo. Um pai que precisa de uma filha, uma filha que não tem família há muito tempo. Por isso, a dupla faz toda a diferença na narrativa de The Last of Us, sobretudo para quem não tem contato com a dinâmica do jogo e enxerga apenas a história sendo contada com as ferramentas do audiovisual.

Para os fãs do game, os showrunners apresentam uma produção esmerada, reproduzindo cenários e até enquadramentos com fidelidade. “Eu amo isso ganhando vida e ser autêntico com o que criamos na Naughty Dog, e ainda assim diferente e original do seu jeito, é muito gratificante", disse Druckmann. Diante das possibilidades narrativas, aspectos somente citados no game se desenvolveram em maior profundidade.

Mais do que investigar como acabar com a doença que quase extinguiu os seres humanos, a dramaturgia em The Last of Us acaba revelando uma história de superação, perseverança e altruísmo, apesar do natural endurecimento que a adversidade nos traz. Muito natural, portanto, que a emoção tome conta do espectador em alguns momentos, embalados com delicadeza pela trilha de Gustavo Santaolalla, compositor argentino que ganhou o Oscar pela música de O Segredo de Brokeback Mountain e Babel, e que também assina os temas do game The Last of Us Part 2.  O visual de Joel e Ellie no game (reprodução) Pascal e Ramsey, que integraram o elenco de Game of Thrones em temporadas diferentes, vivem seus personagens com tanta força que os vínculos criados extrapolam a tela com facilidade. "Nesse mundo, a única coisa que você sabe fazer é sobreviver às suas perdas. Não há tempo para pensar em quem você é, a não ser que encontre um espelho. É isso que Joe e Ellie são um para o outro, eles se forçam a entender quem são, o que sentem e o que querem. Sem ela, Joe não é uma pessoa completa", explicou Pascal.

Com nove episódios, liberados sempre aos domingos, The Last of Us é a série mais cara do canal por assinatura. Segundo a revista The New Yorker, a primeira temporada teria custado mais de US$ 100 milhões, algo em torno de US$ 10 milhões por episódio. O montante é superior até que Game of Thrones, que, de acordo com a Forbes, teria custado cerca de US$ 6 milhões por episódio até a sua quinta temporada. O valor investigo demonstra a confiança que o projeto tem dentro da HBO.