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Carmen Vasconcelos
Publicado em 8 de outubro de 2017 às 10:05
- Atualizado há 2 anos
Com o fim da novela, muito se questiona sobre o fim da filha do boto, Ritinha, personagem de Isis Valverde. Na semana passada, numa das cenas mais tensas, depois que Ruy (Fiuk) atira em Zeca (Marco Pigossi), a moça simplesmente diz que vai nadar para respirar.
Cinismo? Mau caratismo? Egoísmo? Para a atriz, a justificativa para esse comportamento autocentrado reside no fato de Ritinha não se limitar a encarar a vida segundo os padrões habituais.
“Ela é uma sereia. E sereias não têm esse tipo de regras ou de vivência ou de vontade. Para ela, isso não importa. O que importa é viver a vida, sem ligar para o dia de amanhã”, defende Isis. Ritinha se diverte como sereia em aquário na novela (Foto: Fábio Rocha/GShow) Apesar do segredo que ronda o final da personagem e as tentativas de lançar diversas versões para despistar o verdadeiro destino da sereia, o fato é que Ritinha, como ser mítico que é, pode acabar voltando para Vila Parazinho e para o rio, como iniciou na trama. Não é a primeira vez que Glória Perez escolhe finais sobrenaturais para os seus personagens. Que o diga o cientista Albieri e “sua criatura”, Leo, em O Clone, exibida de 2001 a 2002. Na novela da mesma autora, os personagens somem no deserto do Marrocos.
Outra versão dá conta que a moça vai para os Estados Unidos trabalhar como sereia. “Ela é tão impulsiva que a impulsividade dela faz com que o telespectador duvide do seu caráter. Acha que ela é dúbia, mas ela não deseja o mal das pessoas. Ela é apenas impulsiva. E ela vai se ferrar porque uma hora esse impulso vai trazer coisas para ela também”, diz Valverde, sugerindo que haverá uma punição para o comportamento dessa versão tupiniquim de Ariel, a Pequena Sereia da Disney.
Apesar de estar longe de apresentar um caráter defensável, Ritinha colecionou momentos de grande empatia com o público desde a estreia da novela, em março deste ano. Especialmente quando deu uma surra em Irene, vilã de Débora Falabella, que na época era amante de Eugênio, personagem de Dan Stulbach e sogro da sereia. “Mas agressão não é uma coisa legal. Não é legal fazer justiça com as próprias mãos”, pondera Isis Valverde.
Outro momento singelo da personagem que ganhou “pernas” para conhecer o mundo foi quando, numa conversa com Ivana (Carol Duarte), é criticada por achar tudo muito simples. “Ritinha respondeu: ‘Mas a vida é simples. Vocês é que complicam’”, finaliza a atriz, com a sabedoria de uma sereia.