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Coleção apresenta cerca de mil peças em mostra que será aberta nesta sexta (21) no Solar do Unhão; visitação é gratuita
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2022 às 15:55
Será aberta nesta sexta-feira (21), às 17h, e continua até dezembro, a exposição Reminiscências Museu de Arte Popular’ no Museu de Arte Moderna (MAM-Bahia). As quase mil peças integram o acervo pessoal de Lina Boa Bardi’ no seu local de origem, o Solar do Unhão. Formada por objetos de arte popular nordestina coletados desde o final da década de 1950 e início dos anos 1960, a mostra apresenta carrancas da proa de barcaças do Rio São Francisco, ex-votos, imaginária, esculturas em cerâmica representando animais e figuras humanas, fifós/candeeiros, panelas, potes de barro, brinquedos, utensílios domésticos e objetos de uso diário criados a partir de materiais recicláveis. A exposição tem acesso gratuito e estará aberta de terça-feira a domingo, sempre das 13h às 17h.
A coleção tem o nome em homenagem à arquiteta e designer ítalo-brasileira, também primeira diretora do MAM (1959-1964), Lina Bo Bardi (1914–1992), pois foi ela quem deu continuidade ao acervo de arte popular iniciado pelo cenógrafo e diretor de teatro pernambucano, Martim Gonçalves (1919–1973) que implantava a pioneira Escola de Teatro da UFBA. A partir da amizade e afinidade entre os dois foram viabilizadas duas mostras com essas peças: Exposição Bahia de Arte Popular Nordestina na 5ª Bienal Internacional de São Paulo (1959); e a exposição 'Nordeste' no Solar do Unhão (1963).
Foi também Lina Bo Bardi quem concebeu e coordenou as obras de restauro do complexo arquitetônico-histórico do Solar do Unhão, originário do século XVII e tombado como Patrimônio do Brasil em 1943. Desde o início, Lina planejou criar dois museus no Unhão: o de Arte Popular e o de Arte Moderna, incluindo um Centro de Estudos e Trabalhos Artesanais como uma escola produtiva de arte e design que unia o saber popular ao acadêmico. Impedida e pressionada pelo Golpe Militar em 1964, Lina foi obrigada a abandonar as suas ideias inovadoras e à frente do seu tempo.
Veja algumas peças em exposição:
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A abertura da exposição Reminiscências Museu de Arte Popular marca o resgate do Museu de Arte Popular (MAP) no MAM-Bahia, como um ato de redemocratização em relação à ditadura militar e reafirma o complexo educacional-museológico da proposta inicial de Lina Bo Bardi para o Unhão. “O MAM hoje detém o Espaço Lina Bo Bardi, composto pela sala da exposição ‘Reminiscências’, outra sala para pesquisas e a grande sala das Oficinas do MAM para práticas educativas e de formação, e isso é o reinício do MAP”, explica o diretor do MAM-Bahia, Pola Ribeiro.
O curador do MAM, Daniel Rangel, ressalta que a iniciativa revela o entendimento e a pertinência simbólica do resgate histórico do MAP, tornando o sonho uma realidade. “A retomada do projeto ‘utópico’ de reservar um espaço permanente para o MAP e a arte do povo no MAM, colocando essa coleção de Arte Popular em diálogo constante com a produção moderna e contemporânea do museu, se tornou aqui uma missão poética e política”, revela Daniel.