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Companhia de dança mineira apresenta Gil Refazendo e Onqotô, coreografias com trilha assinada pelos baianos
Ana Pereira
Publicado em 22 de outubro de 2022 às 05:00
Novamente Gil e Caetano estão irmanados na arte. Desta vez, inspirando os movimentos precisos e criativos do Grupo Corpo, que juntou coreografias com trilhas sonoras assinadas pelos baianos para a turnê que marca seu retorno aos palcos. Em Salvador, a companhia mineira faz duas apresentações no Teatro Castro Alves: sábado (21), às 21h, com ingressos esgotados, e domingo (22), às 11h, no projeto Domingo no TCA, com ingressos a R$ 1.
“Esse projeto é genial, adoraria traz para o Palácio das Artes, em Belo Horizonte, pois reúne um público que não costuma ir ao teatro”, afirmou o coreógrafo Rodrigo Pederneiras, um dia antes de embarcar para Salvador. Vale acordar cedo e encarar a fila para assistir a dobradinha entre os espetáculos Gil Refazendo e Onqotô.
O primeiro é uma nova montagem de Gil (2019), que teve as apresentações interrompidas pela pandemia; e o segundo, de 2015, tem música assinada por Caetano Veloso em parceria com José Miguel Wisnik e marcou os 30 anos da companhia. O título é uma brincadeira, uma corruptela mineira para onde eu estou.
Juntá-los, diz Pederneiras, é uma homenagem os 80 anos dos baianos, completados esse ano, mas também é simbólico para falar de arte e renascimento. “Eles são de uma grandeza sem tamanho, já deram tanto ao Brasil e ao mundo”, diz o coreógrafo. Ele explica que Gil Refazendo é um novo espetáculo – concepção, figurino, iluminação e coreografia.
“Me equivoquei na coreografia do espetáculo Gil. Recebi a trilha pronta, mas o espetáculo ficou muito lento. Agora ele desenha melhor o ritmo e a dinâmica das canções de Gil, mas só fui sacar isso depois. Refazer as coisas é difícil”, resume o mineiro, ampliando a ideia para a necessidade de retomar o rumo do país pós-pandemia, sobretudo na arte. “Esse espetáculo é uma celebração, um convite para olhar pra frente, para um futuro menos árido e mais harmônico. É um grande abraço coletivo”, diz.
FICHA
Espetáculo: Gil Refazendo e Onqotô
Onde: Teatro Casto Alves, dia 22 às 11h
Ingresso: R$ 1, à venda no local a partir das 9h, com entrada imediata Persepólis está na mostra (foto:Divulgação) Festival de animação: para pequenos e grandinhos
A SaladeArte – Cine Paseo tem uma programação especial este fim de semana para quem curte animação, mas que passa longe da estética Disney/Pixar – tanto na forma quando no conteúdo. O festival ocupa os primeiros horários, com oito produções recentes, a maioria com classificação de 12 anos. Neste sábado (21), tem Persépolis (10h20) e O Mágico (12h10), na sala 1, e As Bicicletas de Belleville (10h20) e Anomalise (11h40), na sala 2; e no domingo (22)tem Onde Está Anne Frank (10h20) e Ilhas dos Cachorros (12h10) na sala 1, e Mary & Max – Uma Amizade Diferente (10h) e Valsa com Bashir (11h40), na sala 2. Preço: R$ 10.
Novas exposições na cidade Foto: Divulgação) Mostra no Palacete das Artes reúne 80 cartazes históricos
O Palacete das Artes recebe a exposição inédita Triennale di Milano: Uma História em Cartazes, que reúne 80 peças de divulgação da Exposição Internacional Triennale di Milano, e marca os 100 anos da iniciativa, símbolo de excelência em arte, arquitetura e design. Com curadoria de Marco Sammicheli , a mostra é uma iniciativa do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro e Embaixada da Itália e de Salvador segue em giro nacional. Os cartazes são assinados por grandes mestres do século XX italiano e por designers contemporâneos r traduzem o desenvolvimento da arte gráfica no país. “Um cartaz é, antes de tudo, um suporte informativo, mas é também, e sobretudo, uma declaração pública que tem o escopo de atingir o maior número possível de pessoas e de comunicar no modo mais imediato possível temas e visões” afirma o curador. Palacete das Artes (Rua da Graça, 284). Visitação gratuita até 11 de dezembro, de terça a sábado, das 13h às 18h . Foto: Geraldo Muniz/divulgação Arte popular nordestina
A impressionante Coleção de Arte Popular Lina Boa Bardi, que tem quase mil peças, ganha um recorte na mostra Reminiscências Museu de Arte Popular, no Museu de Arte Moderna. A coleção, que volta a ser abrigada no Solar do Unhão, seu local de origem, após 60 anos, é formada por peças coletadas pela arquiteta italiana entre as décadas de 1950 e 1960, como carrancas da proa de barcaças do Rio São Francisco, ex-votos, imaginária, esculturas em cerâmica de animais e figuras humanas, potes de barro, brinquedos e utensílios domésticos. Visitação gratuita de terça-feira a domingo, das 13h às 17h. Foto: Cristiano Cardoso/divulgação Arte africana de volta ao Solar Ferrão
No Centro Cultural Solar Ferrão, o destaque é para a também impressionante Coleção de Arte Africana Claudio Masella, que volta a ser exposta em três salas no museu do Pelourinho. Para a exposição, foram selecionadas 201 peças, divididas em três núcleos expositivos que exploram o colecionador (e sua coleção), a questão das identidades africanas e a ancestralidade africana e afro-brasileira. O ambiente passou por algumas e recebeu cores vibrantes e nova iluminação. “A coleção ajuda a desconstruir a ideia de que a Arte Africana é um simples artefato de um povo. Trata-se de um conjunto de obras-primas, de objetos de qualidade artística significativa. As peças estão expostas e reunidas sob o critério de localização geográfica e grupos étnicos, seguindo alguns temas como a ancestralidade e a identidade. Alguns objetos, como as Máscaras Gueledés e de Eguns, são acompanhados por fotografias contextualizadas, para que o visitante tenha uma percepção de como essas obras se apresentam em seu lugar de origem”, explica a museóloga Naiara Talita. Visitação gratuitade terça a sexta, das 10h às 16h; e sábados, das 12h às 16h.