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Com voz e repertório, Gal segura onda em live com problemas técnicos

Qualidade da filmagem foi alvo de críticas em redes sociais

  • Foto do(a) author(a) Osmar Marrom Martins
  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 27 de setembro de 2020 às 09:08

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução

(Foto: Reprodução) Dos quatro baianos que formaram em 1976 o grupo Doces Bárbaros para comemorar os 10 anos de carreira de cada um, só falta Maria Bethânia fazer a live. Gil foi primeiro, Caetano veio em seguida e neste sábado (26) foi Gal Costa, diretamente de São Paulo com transmissão do TNT pela TV fechada e pelo Youtube da emissora. Em comum: todos fizeram no dia de seus aniversários. Gil dia 26 de junho, Caetano 7 de agosto, ambos comemorando 78 anos. E Gal, 75.

Gal começou o show cantando "Eu Vim da Bahia", música de Gilberto Gil que soou como uma carta de apresentação para quem ainda não sabia de onde ela veio.

Durante 1h30, ela revisitou seu repertório fantástico cantando músicas dos compositores que ela mais gravou com direito a depoimentos afetivos deles: Caetano, Gil, Chico, Milton Nascimento, Tom Zé e da amiga Maria Bethânia. Acredito que todos viram a live. Mas eu posso afirmar que Gilberto Gil estava atento, segundo me falou sua mulher Flora Gil.

Fã confessa de Roberto Carlos, que fez com Erasmo Carlos a música Meu Nome é Gal, ela cantou Sua Estupidez. Caymmi também não poderia faltar com a Modinha para Gabriela. Afinal, ela gravou um disco só com canções do compositor baiano. Teve também Lulu Santos “ Creio", Jorge Bem “ Que Pena,”  Djavan “Açai” Tom Jobim "Tema de Amor para Gabriela” e Fábio Jr e Sergio Sá, “O que é que há”. Sem falar na clássica “Vapor Barato”de Wally Salomão e Jards Macalé.  Cantou ainda “Dom de Iludir”, “Baby” e “Força Estranha” todas de Caetano. E "Folhetim" de Chico Buarque.

Perguntando toda hora se estava ao vivo, Gal comemorou quando soube que a produção era predominantemente feminina. Pediu para que todos continuassem usando máscara e vibrou quando o pessoal da TNT revelou que a live bateu recorde de audiência. E encerrou a apresentação com um bis de "Festa no Interior", de Moraes Moreira, um estrondoso sucesso em sua carreira.

Musa de uma geração que hoje beira os cinquenta anos ou mais, Gal estava encantando seus fãs. Depois de 30 minutos de show recebi algumas mensagens de amigos mais jovens via WhatsApp reclamando que estavam achando a live um pouco monótona, as imagens meio difusas, iluminação precária, som falhando. Realmente nesses quesito a live deixou a desejar.  

A live foi dirigida pela premiada roteirista Laís Bodanzky. Cerca de 30 minutos após a finalização da transmissão, a live foi retirada do ar do Youtube. 

"O formato de live admite imperfeições. Achei desnecessário as câmeras tremidas. Eu acho que era uma linguagem que Laís estava tentando colocar em prática de uma estética mais 'suja', mas acho que ela pesou muito a mão nessa estética. Mas acho que o pecado mesmo foram os erros da edição de corte da transmissão pois teve muita imperfeição nesse ponto. Mas, Gal é Gal e foi um deleite, mesmo a despeito das críticas tão implacáveis que a Live e a diretora sofreram", opinou a cineasta Ceci Alves. 

Eu entendi as queixas  e concordei com as reclamações. Afinal, essa nova geração está mais acostumada com cantoras mais novas do que Gal, tipo Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Anitta, que têm outra vibe. Para dirimir qualquer dúvida perguntei: "além disso o que vocês acharam do show?". Todos foram unânimes: ela canta muito bem e tem um repertório ótimo. Eu expliquei: Gal sempre foi conhecida pela sua voz e influenciou toda uma geração de cantoras que veio depois dela. Ou seja, mesmo com reclamações dos telespectadores nas redes sociais pela qualidade da transmissão, todos reconheceram que Gal segurou a onda e fez a parte dela muito bem.

Pelo Instagram, Gal agradeceu: "Festa inesquecível ao lado de vocês! Muito obrigada!"