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Cantora e compositora do Recôncavo, Sued lança seu primeiro álbum

Obra é baseada nas costuras de ancestralidade e vivência negra da cantora no interior da Bahia.

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2021 às 17:32

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Ellen Katarine

Uma voz potente, com toda sonoridade do axé music e identificada como música de força. Essas são as características do primeiro álbum de Sued Nunes, "Travessia". O disco conta com 13 músicas autorais e será lançado no próximo dia 10 de abril. Uma das canções é a faixa bônus Velejo, que lançou a carreira de Sued em 2019. 

Segundo Sued, as música trazem a ancestralidade musical da cantora e compositora, com influências na musicalidade de artistas e grupos baianos como Margareth Menezes, Lazzo Matumbi, Márcia Short, Cortejo Afro, Olodum e Baiana System. 

“É um álbum diverso. É uma produção que bebe em Música Preta Brasileira, especialmente a baiana. Tem o levar percussivo não só do instrumento, mas da própria voz, que traz a rua para roda. Também trago as influências de manifestações culturais como o samba, as festas de largo, o samba de roda, que resgata o interior, principalmente de Sapeaçu, que é o lugar de onde eu vim. É um balaio musical que forma essa travessia”, conta Sued.

A escolha do nome está ligada ao desejo da artista em falar sobre novas travessias de um corpo negro que dança. “O tambor está no meu DNA musical, e a minha música sempre me apresentou para pessoas, no sentido de dizer quem eu sou, de onde eu vinha. Tudo isso é muito demarcado nas minhas composições, no meu jeito de cantar. O álbum encontra o tempo comum entre passado, presente e futuro. A construção dele faz o trajeto de olhar para trás e repensar, e olhar pra frente e projetar, que também é ancestral”, ressalta a cantora.

A obra nasceu após a premiação de Sued no I Festival Mugunzá de Música Baiana, realizado pela Mugunzá Records, no segundo semestre de 2020.

Natural de Sapeaçu, no Recôncavo Baiano, Sued Nunes, 22 anos, começou a sua história na música aos 7 anos de idade, quando ganhou de presente um violão, dado pelo pai, que também é músico. A partir daí, não parou mais. O instrumento despertou o interesse pelo canto, que levou a cantora e compositora para experiências como apresentações em barzinho, igreja e eventos. 

Em 2018, ela começou a compor e entrou no processo de descoberta musical, bebendo em referências da música negra, como nos trabalhos das cantoras Margareth Menezes e Josyara.

“É a minha história e a minha verdade que contam a história deste álbum", afirma Sued.

Além do lançamento de Travessias, Sued garantiu a gravação de um clipe e um EP, que será lançado pelo selo/gravadora Mugunzá Records em data ainda não definida.