Mundinho Falcão é o quarto bom moço da carreira de Mateus Solano

Mundinho se apaixona por Gerusa (Luiza Valdetaro), neta de seu inimigo Ramiro Bastos (Antonio Fagundes). Com ideias progressistas, ele bate de frente com os coronéis da Ilhéus dos anos 20

  • D
  • Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2012 às 15:37

- Atualizado há um ano

Camila [email protected] da voz grave e do jeito, por vezes sério, Mateus Solano, 31 anos, deve mesmo ter carinha de anjo para os diretores. Motivo? Mundinho Falcão, seu papel no remake de Gabriela, é o quarto mocinho da carreira do ator brasiliense. “Eu faço o maior esforço para não me repetir. Posso ter feito apenas galãs, mas acho que eles são bem diferentes entre si. Estou sempre buscando humanidade, não importa o personagem”, conta ao CORREIO.“Mundinho é um galã diferente. Ele não vive apenas uma linda e desencontrada história ao lado de Gerusa (Luiza Valdetaro). Ele tem convicções políticas e promove profundas transformações sociais em Ilhéus. É um mocinho ousado e até petulante”, emenda.Se Mundinho incomoda os coronéis da região - em especial Ramiro Bastos (Antonio Fagundes) - até o fim da trama de Walcyr Carrasco, a coisa vai ferver. Além de tentar dar um basta no coronelismo, o embate entre ele e Ramiro será agravado pelo romance do rapaz com a neta do coronel.Enquanto o clima entre os personagens não é ameno, na vida real, Solano é só elogios: “O Fagundes além de ser aquele ator incrível que eu assisto desde que me conheço por gente, é um colega extremamente amoroso e generoso. Ele tem uma coisa jovem nele, de ator que quer morrer aprendendo, algo que o diferencia da maioria”.Jorge amado Para se preparar para o personagem, interpretado por José Wilker na versão de 1975, Solano fez oficinas para trabalhar corpo e voz. “Também li sobre vários assuntos e personagens históricos que me pareciam se aproximar do caráter inovador, contestador e político do Mundinho. Além disso, estar na Bahia para gravar algumas cenas foi fundamental! O contato com a fazenda, a plantação, a seca e o cacau foi muito bom”.Muitos atores, entre eles Vanessa Giácomo e Ivete Sangalo, optaram por não assistir à primeira versão para não se influenciarem. Já Solano entrega que viu alguns capítulos. “Vi pouco para não confundir as coisas. Quando lemos um livro temos na cabeça a nossa versão daquele livro. A novela é uma versão de Gabriela do autor e do diretor, e assim, naturalmente a Gabriela de 1975 e a de 2012 são olhares completamente diferentes do mesmo livro”.Fã da obra de Jorge Amado (1912-2001), o ator entrega que já leu vários livros do baiano. “É uma obra prima. Um épico baiano”. Quando questionado sobre sua relação com a Bahia, Solano diz que é fã da cultura local. “Não fui muito à Bahia, só a trabalho, mas sou um grande fã de tudo o que veio de lá. Terra de gente muito talentosa”.O remake de Gabriela está previsto para acabar em outubro e o ator já tem planos. “Tenho um projeto teatral chamado Do Tamanho do Mundo, de Lourenço Mutarelli, com direção de Jefferson Miranda, para ensaiar ainda este ano e a estreia será ano que vem. Quanto ao cinema, tem dois filmes por vir: Procura-se e O Menino no Espelho”.Mateus estreou na telinha em 2003, num episódio do extinto programa Linha Direta. No entanto, só ganhou destaque como Ronaldo Bôscoli, na série Maysa - Quando Fala o Coração (2008). Um ano depois, o brasiliense brilhou como os gêmeos Jorge e Miguel em Viver a Vida. A última novela, antes de Gabriela, foi como o nerd Ícaro de Morde & Assopra (2011). “Cada personagem que fiz me ensinou sobre algo. Então não tenho um personagem favorito, mas tenho um respeito pelo que cada um me fez enxergar”.