Investigado por assassinato de Marielle, delegado escreveu livro sobre bastidores do crime

Giniton é um dos alvos da operação da PF

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Publicado em 24 de março de 2024 às 10:01

Giniton escreveu livro sobre bastidores da morte de Marielle
Giniton escreveu livro sobre bastidores da morte de Marielle Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um dos alvos da operação da Polícia Federal na manhã deste domingo (24) por suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco, o delegado Giniton Lages chegou a escrever um livro sobre os bastidores da morte da vereadora.

Ele ficou à frente do caso Marielle na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) logo no início das investigações, e atualmente é um dos alvos de mandados de busca e apreensão na Operação Murder, que prendeu três suspeitos nesta manhã, por suspeita de serem os mandantes do atentado contra a parlamentar.

Após ser retirado do caso, em 2019, Giniton escreveu um livro de 296 páginas contando os bastidores da investigação. Em entrevistas, ele chegou a dizer que “alguém estava dando informações privilegiada aos criminosos” e disse que foi pego de surpresa ao ser afastado.

O livro escrito por Giniton leva o nome de 'Quem matou Marielle? Os bastidores do caso que abalou o Brasil e o mundo, revelados pelo delegado que comandou a investigação', e traz detalhes de como Marielle e Anderson foram executados.

No livro, o delegado diz que o leitor iria conhecer "em detalhes como foi esse trabalho de apuração do crime, acompanhando os bastidores do caso na visão de Giniton Lages, o primeiro delegado designado para a tarefa e que enfrentou diversas dificuldades para a elucidação do homicídio. Um livro também feito para ajudar a sociedade a se preparar melhor para lidar com situações semelhantes no futuro e, se possível, evitá-las".

Além das três prisões neste domingo, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado. Além de Giniton Lages, seu chefe de investigação à época Marcos Antônio de Barros Pinto, que era uma espécie de braço direito do delegado, teve seus documentos e celulares apreendidos.

Tanto Giniton quanto Marcos Antônio foram afastados de suas funções por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Os presos da operação Murder neste domingo, até o momento, são Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.