Bolsonaro em maus lençóis: ex-presidente enfrenta avalanche de más notícias após deixar poder

Ex-chefe do Palácio do Planalto está Inelegível e é alvo de dois indiciamentos pela Polícia Federal em um intervalo de apenas quatro meses

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  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 6 de julho de 2024 às 05:00

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Ex-presidente da República foi indiciado nesta semana no caso das joias Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Inelegível e alvo de dois indiciamentos pela Polícia Federal em um intervalo de apenas quatro meses. A situação do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), está cada vez mais complicada. Os adversários políticos celebram e apostam, inclusive, na prisão do oponente. Os apoiadores, por outro lado, se mantêm fiéis e acreditam até na reversão da inelegibilidade e vitória nas urnas daqui a dois anos.

O ex-chefe do Palácio do Planalto foi colocado, de novo, nesta semana contra a parede pela Polícia Federal, que o indiciou na investigação sobre a venda de joias recebidas de presente pelo governo brasileiro. Em março, Bolsonaro já havia sido indiciado no inquérito que apura suposta fraude em cartões de vacinação da covid-19. E, segundo a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a avalanche de más notícias contra o ex-presidente da República não vai parar por aí.

A investigação sobre a participação de Jair Bolsonaro nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro está perto de ser concluída, e o relatório final deve ser apresentado na próxima semana. De acordo com a jornalista, ele será indiciado por crimes ainda mais graves, como “golpe de Estado e tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado democrático de direito”. As penas previstas, respectivamente, são de 4 a 12 anos e 4 a 8 anos de prisão. Os investigadores acreditam que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar ainda este ano o ex-presidente sobre a invasão à sede dos Três Poderes.

Malu Gaspar informou também, em seu blog, que, no caso das joias, a Procuradoria Geral da República pode deixar para depois das eleições se vai denunciar ou não o ex-presidente da República. Segundo a jornalista, a cúpula da PGR quer evitar ser acusada de ter influenciado as eleições municipais deste ano.

A tropa de choque de Bolsonaro já entrou no campo de batalha para defender o ex-chefe da nação. Entre os soldados dispostos a defendê-lo, está o senador e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Ele afirmou, na sexta-feira (5), que houve discrepância na forma de tratar o ex-chefe do Palácio do Planalto na comparação com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atual presidente da República.

“Lula não foi indiciado por peculato por se apropriar de presentes que recebeu na Presidência. Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares”, escreveu Moro no X (antigo Twitter).

Enquanto enfrenta uma verdadeira tempestade política, Bolsonaro se agarra a sua base eleitoral. Para mantê-la firme e forte, ele irá, neste final de semana, para Balneário Camboriú, em Santa Catarina, onde vai palestrar na Conferência de Ação Política Conservadora. O evento conservador terá a presença das principais lideranças políticas do bolsonarismo. Também terá o presidente da Argentina, Javier Milei.

Como Bolsonaro irá reagir às últimas notícias contra ele ainda é um mistério, mas não há dúvida de que a conferência será usada pelo ex-presidente da República para mostrar que as garras permanecem afiadas contra os rivais, que torcem pelo seu sepultamento político.