Ato convocado por Bolsonaro será um suicídio político para aliados, diz Aloysio Nunes

Os custos da organização do evento serão arcados por Silas Malafaia

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 20:33

Ex-ministro Aloysio Nunes
Ex-ministro Aloysio Nunes Crédito: Alan Santos/PR

O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes (PSDB), disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou seus aliados para um “suicídio político coletivo" ao chamá-los para um ato no próximo dia 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo.

"Ele (Bolsonaro) é o Jim Jones da política brasileira", disse o tucano, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Jim Jones foi um pastor americano que em 1978 levou mais de 900 de seus seguidores a se suicidarem em Jonestown, na Guiana.

O ex-presidente Jair Bolsonaro conta com a presença confirmada de 49 deputados federais no ato organizado por ele para se defender das acusações. A lista foi enviada ao Estadão pela equipe de Bolsonaro e circula em grupos bolsonaristas com a etiqueta de "encaminhada com frequência". Entre os baianos, estão os parlamentares Capitão Alden e Roberta Roma, ambos do PL.

O ex-presidente pediu a aliados e parlamentares bolsonaristas que não contribuam com campanhas de arrecadação de dinheiro para o ato. Em mensagem encaminhada a deputados, Bolsonaro disse que a organização da manifestação "não precisa de recursos".

"Comunicado que o evento de 25/fevereiro tem uma coordenação. Não precisamos de recursos. Quem porventura esteja pedindo dinheiro (vaquinha) para o evento, não conta com nosso apoio. Não contribua", escreveu o ex-presidente.

A manifestação tem sido encabeçada pelo pastor evangélico Silas Malafaia, o ex-ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência (Secom) e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, e o deputado federal Zucco (Republicanos-RS). O ato tem como objetivo se contrapor às investigações reveladas na Operação Tempus Veritatis, que apura a articulação de ações antidemocráticas no País.

Os custos da organização do evento serão arcados por Silas Malafaia. O pastor disse, após reunião com Bolsonaro, que a manifestação "vai além" do ex-presidente do Bolsonaro.