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Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 08:52
- Atualizado há 2 anos
Os brasileiros que participaram dos testes da farmcêutica Pfizer para a vacina contra covid-19, mas que tomaram o placebo, começarão a ser imunizados a partir deste mês. Segundo a empresa, cerca de 1.400 pessoas receberão gratuitamente as duas doses da vacina, que ainda não está disponível para uso no Brasil.
"O procedimento está de acordo com as tratativas definidas juntos aos órgãos brasileiros Anvisa e Conep, e faz parte do termo de consentimento assinado pelos participantes no início da pesquisa", diz nota divulgada pela farmacêutica.
No entanto, os voluntários é que devem procurar os centros que estão responsáveis pelos estudos no Brasil. Na Bahia, os testes foram conduzidos pelas Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em Salvador.
Voluntários reclamam O CORREIO publicou uma reportagem nessa quarta-feira (20) relatando que os voluntários baianos que participaram dos estudos clínicos com as vacinas contra a covid-19 da Pzifer e de Oxford/AstraZeneca até o momento não foram informados pelos laboratórios se receberam a dose do agente ativo ou o placebo.
Quando os laboratórios começaram a recrutar pessoas para testar seus imunizantes em desenvolvimento, uma das promessas foi de que os voluntários que receberam placebo seriam vacinados tão logo a substância em questão estivesse liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A vacina de Oxford foi liberada no domingo, 17, em caráter emergencial para uso no Brasil. No mesmo dia, também foi liberada a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan. As primeiras doses de Coronavac chegaram a Salvador na noite de segunda-feira, 18, e, nesta terça-feira, 19, a primeira etapa da imunização começou.
A questão é que muitos voluntários de outros laboratórios não sabem se podem – ou devem – tomar a Coronavac. No caso da vacina de Oxford, aqueles que não sabem se já tomaram a substância na fase de testes, não têm certeza se precisam tomar de novo.
Uma das voluntárias do estudo do laboratório americano Pfizer com a empresa alemã BioNTech é a psicopedagoga Kátia Leite, 56 anos. Ela diz que desde novembro não recebe mais notícias das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), instituição responsável pela coordenação da pesquisa em Salvador. “Acho que eles estão negligenciando, a gente merecia mais um pouco de atenção. Eles não ligam mais, não passam mensagem, não dão um retorno. Você não sabe de nada. A gente está voando, sem saber de nada”, reclama Kátia.
Secretário questiona farmacêutica O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, usou seu Twitter para reclamar publicamente da fabricante de vacinas contra covid-19 Pfizer. Segundo ele, a empresa está se recusando a vender o imunizante ao estado.
Fábio lembrou que a vacina foi testada em 1.500 voluntários baianos e que havia conversas, em 2020, para a Bahia comprar doses."A Pfizer usou a boa fé de 1.500 voluntários baianos e agora recusa-se a vender a vacina para a Bahia. Em 2020 reuniram-se oficialmente com o governador Rui Costa para vender a vacina e a partir dali no preparamos. Apoiamos o centro de pesquisas da OSID (Irmã Dulce), investimos na montagem de uma rede de ultracongeladores e, agora, nos informam que venderam tudo pra outros países", relata.