Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2020 às 20:52
- Atualizado há 2 anos
A vacina russa Sputnik V é 92% eficaz para proteger as pessoas da covid-19, de acordo com resultados provisórios de testes, disse o fundo soberano do país nesta quarta-feira (11), enquanto Moscou corre para acompanhar o ritmo de farmacêuticas ocidentais na corrida por uma vacina. As informações são da Agência Brasil e da Reuters.
O resultado foi comemorado pelo secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, que lembrou que o governador Rui Costa firmou um acordo de acesso prioritário a 50 milhões de doses.
“A vacina SputnikV alcançou eficácia de 92% na redução do contágio no grupo vacinado. Agora já podemos aguardar a conclusão dos estudos e o registro Anvisa”, postou ele, junto com um vídeo no qual explica que os ensaios clínicos devem continuar em dezembro e janeiro.
“Concluído o estudo, o processo de registro será finalizado e a vacina disponível para o país no primeiro trimestre de 2021”, prevê Vilas-Boas.
A leva de resultados iniciais é somente a segunda de um teste de estágio avançado com humanos a ser publicada em meio ao esforço global para produzir vacinas que consigam deter uma pandemia que já matou mais de 1,2 milhão de pessoas e devastou a economia mundial.
Os resultados se baseiam em dados dos 16 mil primeiros participantes do teste a receberem as duas aplicações da vacina de duas doses, informou o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que está apoiando seu desenvolvimento.
"Estamos mostrando, com base nos dados, que temos uma vacina muito eficaz", disse o chefe do RDIF, Kirill Dmitriev, acrescentando que é o tipo de notícia sobre a qual os desenvolvedores de vacina conversarão um dia com os netos.
A análise foi realizada depois que 20 participantes do teste desenvolveram a covid-19 e foram examinados quantos receberam a vacina na comparação com os que receberam um placebo.
Comunidade científica A cifra é consideravelmente mais baixa do que as 94 infecções do teste de uma vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech. Para confirmar o índice de eficácia, a Pfizer disse que continuará seu teste até atingir 164 casos de covid-19.
O RDIF disse que o teste russo continuará durante seis meses e que dados do estudo também serão publicados em um periódico científico internacional destacado depois de serem revisados pela comunidade científica.
As ações europeias e os mercados de futuros norte-americanos ampliaram os ganhos ligeiramente após o anúncio da Rússia. Este veio logo depois de resultados publicados na última segunda-feira pela Pfizer e pela BioNTech, que disseram que sua vacina é mais de 90% eficaz.
Os resultados russos são mais um impulso a outras vacinas contra a doença atualmente em desenvolvimento e uma prova de conceito de que a covid-19 pode ser detida através da vacinação.
Mas especialistas disseram que o conhecimento a respeito do projeto e do protocolo do teste russo é escasso, o que torna difícil interpretar as cifras divulgadas nesta quarta.