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Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2021 às 11:12
- Atualizado há 2 anos
O ex-ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou de maneira pesada o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um texto que enviou pelo WhatsApp, segundo a CNN Brasil. Ele afirmou que a recusa de Bolsonaro em adotar um lockdown nacional na pandemia é um "gesto insensato", um "repulsivo e horrendo grito necrófilo".
Para Celso, que está aposentado, a atitude de Bolsonaro é própria de quem não possui o atributo virtuoso do 'statesmanship'" (estadista). Ele cita o português Eça de Queirós ao dizer que o comportamento de Bolsonaro revela "aquela 'obtusidade córnea' de que falava o escritor. As ações, ou falta delas, mostram "seu inqualificável despreparo político e pessoal", escreve.
O ex-ministro cita Araraquara (SP) como um destaque no combate à pandemia, lembrando os resultados potivios das medidas de restrições na cidade. As medidas tomadas seguiram as orientações da OMS e de outros países que são governados "por políticos responsáveis, que repudiam as insensatas (e destrutivas) teses negacionistas".
Ele diz que o presidente Bolsonaro julga ser "um monarca absolutista ou um contraditório 'monarca presidencial". A postura de Bolsonaro o faz se lembrar, escreve, "do conflito entre Miguel de Unamuno, Reitor da Universidade de Salamanca no início da Guerra Civil espanhola, em 1936, e o General Millán Astray, falangista e seguidor do autocrata Francisco Franco, 'Caudilho de Espanha'”.
De acordo com a CNN, Mello enviou o texto para amigos, incluindo ministros que ainda estão no STF.
O Palácio de Planalto diz que não comentará o texto.