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Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2020 às 08:48
- Atualizado há 2 anos
Quase 800 corpos de pessoas que morreram dentro de suas casas na cidade de Guaiaquil, no Equador, foram retirados pelo governo do país sul-americano nas últimas semanas. O anúncio foi feito pelo governo nacional, reforçando que os hospitais e funerárias estão colapsados. >
"A quantidade que coletamos, com a força-tarefa nas casas, excedeu 700 pessoas" mortas, disse Jorge Wated, que lidera uma equipe de policiais e militares criada pelo governo diante do caos desencadeado em Guaiaquil pela covid-19.>
Ele informou em sua conta no Twitter que a força-tarefa conjunta, que atua há três semanas, fez o balanço legal de 771 mortos em residências e 631 em hospitais, que têm os necrotérios lotados. >
As autoridades, que agora enfrentam denúncias de pessoas que exigem os corpos de parentes mortos durante a pandemia, sepultaram quase 600 vítimas fatais da doença. >
Apesar do alto número de corpos retirados, ainda não se sabe a causa da morte da maioria das 1.400 mortes ocorridas durante a emergência sanitária pela pandemia, que no Equador deixa 7.500 casos, incluindo 333 mortes segundo o balanço oficial, desde que a presença do vírus foi declarada em 29 de fevereiro. >
O balanço oficial sobre a situação provocada pelo coronavírus no país, onde o primeiro caso correspondeu a uma migrante equatoriana que retornou da Espanha, também detalha até domingo outros 384 casos de pessoas que provavelmente morreram vítimas do vírus, mas que não foram submetidas a teste em vida, nem seus corpos foram objetos de autópsias para determinar um possível contágio. >
A província costeira de Guayas concentra 72% dos infectados. E em sua capital, Guaiaquil, existem cerca de 4.000 pacientes, segundo o governo nacional. >
Há três semanas, as forças militares e policiais começaram a remover corpos das casas após falhas no "sistema mortuário" do porto de Guaiaquil, o que causou atrasos no instituto médico legal e nas funerárias em meio ao toque de recolher diário de 15 horas que governa o país. >
Diante da situação, os moradores de Guaiaquil transmitem vídeos de corpos abandonados nas ruas e mensagens de ajuda de parentes para enterrar seus mortos nas redes sociais. >
O governo equatoriano também assumiu a tarefa de enterrar os corpos devido à incapacidade de seus parentes em fazê-lo por várias razões, inclusive econômicas. >
De Guaiaquil, em uma coletiva de imprensa virtual, Wated apontou que os corpos de 600 pessoas identificadas foram enterrados em dois cemitérios da cidade. >
Há quase duas semanas, Wated antecipou que "os médicos infelizmente estimam que as mortes nesses meses cheguem entre 2.500 a 3.500 por covid-19, apenas na província de Guayas".>