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Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2021 às 13:25
- Atualizado há 2 anos
A Bahia vai permitir que o governo federal compre as 50 milhões de doses da vacina Sputnik V a que o estado tem direito graças a um acordo feito ainda no ano passado com o fundo russo. Além disso, segundo o governo estadual, a Bahia deve receber diretamente cerca de 500 mil doses do imunizante desenvolvido na Rússia até abril deste ano.
A aplicação depende da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as doses compradas pelo governo federal serão distribuídas proporcionalmente entre os estados, como já vem acontecendo com a Coronavac e a da Astrazeneca/Oxford. O entendimento é que faz parte das atribuições da União comprar e distribuir as vacinas.
"Desde sempre nosso objetivo é salvar vidas em todo o Brasil. Fizemos o acordo com os russos em setembro para o fornecimento de 50 milhões de doses da Sputnik V. Por isso negociamos um número muito superior às 15 milhões de pessoas que vivem na Bahia", escreveu o governador Rui Costa em uma rede social. O governador citou ainda a ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a liberação emergencial da vacina, que ainda não ocorreu.
Em outro post, Rui garantiu que o governo da Bahia vai comprar as doses caso a União não o faça. "Se o Governo Federal não cumprir sua obrigação, baianas e baianos podem ter a certeza que nós vamos garantir as doses necessárias para imunização do nosso povo!", escreveu ele.
O acordo feito entre o governo da Bahia e o fundo russo não envolve a União Química, farmacêutica brasileira que tem acordo para produzir a Sputnik V aqui. O contrato entre a Bahia e o fundo russo aconteceu em setembro do ano passado e os detalhes são confidenciais, mas a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) diz que o fornecimento para o estado vai acontecer de maneira independente à decisão do governo federal, que tem se mostrado interessado em comprar o imunizante russo.
Liberação A Anvisa anunciou a decisão de não exigir mais testes da fase 3 no Brasil para liberar imunizantes contra a covid-19 de maneira emergencial, decisão que beneficia a Sputnik V e também a Covaxin, da Índia. São vacinas que já estão sendo testadas ou usadas de maneira aprovada em outros países. Apesar disso, nenhuma das duas vacinas foi liberada para uso no Brasil até o momento. A Sputnik V chegou a pedir autorização, mas foi rejeitada por falta de documentos e de testes na fase 3 no país - esse último agora não é mais necessário, portanto. Um novo pedido é analisado.
"Não muda nenhum critério de segurança, qualidade, eficácia da vacina, continua sendo tão rigoroso quanto. O único avanço que tivemos nesse momento foi em relação a esse ponto, que eu entendo que é uma estratégia para permitir que vacinas que tem desenvolvimento no exterior possam vim para o Brasil", disse o gerente de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.
O Ministério da Saúde deve se reunir hoje com representantes do instituto russo Gamaleya, fabricante da Sputnik V, e do laboratório indiano Bharat Biotech, fornecedor do imunizante Covaxin, para negociar a compra de 30 milhões de doses de vacinas.
Ainda segundo o ministério, o instituto russo já adiantou que, em caso de acordo, poderá entregar entre fevereiro e março 10 milhões de doses de sua vacina importadas. Além disso, a partir de abril passará a produzir oito milhões de doses no Brasil.