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Jairo Costa Jr.
Publicado em 1 de agosto de 2023 às 05:00
Em processo que corre silenciosamente há dois meses e meio, o governo Jerônimo Rodrigues (PT) acelerou os planos para privatizar a Bahiagás, segunda maior distribuidora de gás natural do país. A intenção de vender a parte que o estado tem na companhia ficou clara a partir dos contratos firmados em 15 e 17 de maio com a Ernst & Young e o Consórcio Genial, respectivamente, responsáveis por avaliar os ativos da Bahiagás e estruturar as etapas necessárias à privatização, incluindo a possibilidade de negociar apenas as ações antes pertencentes à Gaspetro, antiga subsidiária da Petrobras, adquiridas pela Commit Gás e depois compradas pelo governo em 25 de julho por R$ 540 milhões.
Cerco fechado
Ao longo das últimas semanas, diretores da Bahiagás vêm sofrendo pressões para fornecer informações sigilosas às duas consultorias. Entre as quais, dados sobre o controle de presença, avaliações médicas periódicas e remuneração dos funcionários, além do plano estratégico da companhia para os próximos anos.
Jogo das sombras
Os sinais de que o governo pretendia se desfazer da Bahiagás se tornaram evidentes em 14 de setembro do ano passado, quando a Secretaria Estadual de Infraestrutura lançou edital de licitação para contratar serviços destinados a concretizar, de acordo com o resumo publicado no Diário Oficial, o "projeto de desestatização" da companhia. Diante dos possíveis desgastes durante a campanha eleitoral de 2022, o edital foi ratificado e relançado em novembro, dias após o fim do segundo turno, sem mencionar o termo "desestatização", mas com escopo igual ao anterior.
Prova dos nove
A escolha do Consórcio Genial para tocar o processo foi recebida pela cúpula da Bahiagás como indício cabal de que o governo pretende liquidar sua parte na empresa, já que o grupo de consultoria foi responsável pelo modelo de privatização da Eletrobrás. Resta saber se o Palácio de Ondina bancará o ônus por vender à iniciativa privada uma companhia rentável e lucrativa, com grandes projetos de expansão em curso, como o gasoduto de 306 quilômetros de extensão que está sendo construído no Sudoeste baiano, e que gera dividendos milionários ao estado e o outro sócio no negócio, a Mitsui.
Volta ao baile
Embora jure de pé junto que não quer disputar a reeleição para o comando da Assembleia Legislativa, o deputado Adolfo Menezes (PSD) reativou o desejo após ser informado de que há campo favorável a ele no Supremo Tribunal Federal (STF). O otimismo, segundo aliados de Menezes, se deve a decisões da Corte que liberaram o segundo mandato em casos semelhantes em estados e municípios.
Voz própria
As costuras do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) que o tornaram cada vez mais próximo do senador Jaques Wagner (PT) têm como pano de fundo o interesse do emedebista em uma secretaria para chamar de sua. No caso, os olhos de Geraldo, que também é radialista, brilham sobre a poderosa pasta de Comunicação Social.
Arthur Maia, deputado federal pela União Brasil na Bahia e presidente da comissão mista que investiga os ataques aos Três Poderes
Deputado federal