Antes de pagar respiradores da Bahia, governo Rui Costa já havia anulado contrato

Por Jairo Costa Júnior

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Publicado em 18 de outubro de 2022 às 05:00

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Além de ter autorizado o repasse de R$ 9,89 milhões para quitar a parcela da Bahia na compra dos respiradores para pacientes com covid um dia após a Operação Ragnarok, voltada a investigar fraudes e desvios de recursos na negociata, o governo Rui Costa (PT) liberou a verba também quase 20 dias depois de informar a decisão de anular o contrato e de solicitar o reembolso do dinheiro transferido antecipadamente à HempCare. A informação consta em ofício enviado no dia 11 de maio de 2020 à empresa, assinado pelo próprio Rui, então presidente do Consórcio Nordeste, responsável pela aquisição conjunta de 300 aparelhos em nome dos nove estados da região, ao custo de cerca de R$ 48 milhões.

Calote anunciado No ofício, o governador da Bahia destaca o descumprimento do prazo de entrega dos respiradores, alerta sobre a rescisão unilateral do contrato e exige que o montante pago fosse devolvido imediatamente ao consórcio, por meio da conta corrente da entidade no Banco do Brasil.

Barulho no silêncio A notícia de que o governo do estado liberou a transferência milionária mesmo ciente de que a HempCare havia sido alvo de uma investigação da própria Polícia Civil da Bahia - revelada ontem pela Satélite, com base em documento disponível para acesso público na página de transparência do Poder Executivo - causou estranheza em parlamentares da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, que criticaram o silêncio do governador sobre o caso. "Queria perguntar ainda a Rui Costa por qual motivo emitiu uma ordem de pagamento depois de ter pedido rescisão contratual e reembolso", disparou, pelo Twitter, o deputado estadual reeleito Tiago Correia (PSDB).

Aperto nas cordas "Pra piorar, a negociação foi com uma empresa que vende produtos à base de maconha. O caso requer apuração rigorosa. Protocolamos um pedido para abertura de CPI na Assembleia Legislativa e exigimos resposta. O PT precisa dar explicações", cobrou o líder da bancada na Casa, Sandro Régis (união Brasil). A oposição já cogita levar os novos detalhes do caso ao Ministério Público Federal, onde corre uma investigação sobre o escândalo dos respiradores.

Fora da área A equipe da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) respirou aliviada pela recusa do petista em participar do debate com ACM Neto (União Brasil) na Band. Embora não pudesse repetir a justificativa usada pela explicar a ausência no debate da TV Aratu - Jerônimo alegou que a emissora era gerida pela família da vice de Neto, Ana Coelho (Republicanos) -, havia a preocupação de que o formato criado este ano pela emissora, testado anteontem no debate entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), expusesse as fragilidades dele.

Tela quente Em contrapartida, parte dos cardeais da base acha que o sucesso do confronto presidencial da Band pode ter impulsionado a audiência para a entrevista de 30 minutos de ACM Neto em um cenário de púlpito vazio pela fuga de Jerônimo do duelo.Foram muitas as reuniões, muitos os encontros nesses últimos dias, todos ele bastante positivos. Estamos na busca e na luta do voto 44 no dia 30 de outubro José Ronaldo, ex-prefeito de Feira de Santana, que se deslocou para a cidade para tentar elevar a diferença com a qual ACM Neto ficou em primeiro na cidade e alavancar a votação nos municípios vizinhos