Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Osmar Marrom Martins
Publicado em 21 de dezembro de 2024 às 05:00
Quando se fala no filho do saudoso cantor e compositor baiano Moraes Moreira, que nos deixou em 13 de abril de 2020, o primeiro nome que vem é o de Davi Moraes. Aos 51 anos, além de ter herdado o talento musical do pai, Davi ainda ficou conhecido por namorar beldades, a exemplo de Marisa Monte, Ivete Sangalo e Maria Rita (filha de Elis Regina) com quem tem uma filha, Alice.
Mas o que pouca gente sabe é que Moraes também tem outro filho. Músico como ele, nasceu em Salvador, fruto de um relacionamento com a cantora baiana, Era Encarnação, uma das musas da música baiana da era pré Axé Music, lá pelos anos 70. Era fez sucesso com a gravação da música Vestido de Prata ( Chico Evangelista/Jorge Alfredo). Essa música também foi gravada por Paulinho Boca de Cantor. Seu nome: Ari Moraes. Aos 47 anos e morando com a mãe, Ari continua na atividade, sempre compondo e se relacionando com diversos parceiros.
Ari tem músicas gravadas por Preta Gil, Lampirônicos e Ivete Sangalo com quem inclusive tem uma parceria, Azul da Moda. Ele também compôs uma músicas com o pai, Esplendor, que foi gravada pela cantora paulista Cibelle que mora em Londres.
O Baú do Marrom foi conversar com Ari e Era Encarnação para falar um pouco sobre o relacionamento de pai e filho e saber porque, mesmo talentoso, Ari não conseguiu ficar tão conhecido como o irmão Davi. Vale ressaltar que Moraes também tem uma filha, Ciça. Tanto Ciça como Davi são filhos de Marilia Mattos, que foi casada com Moraes e morreu em 25 de novembro de 2020, mesmo ano que o cantor e compositor baiano.
BAÚ DO MARROM - Mesmo sendo um bom músico e compositor, por que Ari demorou de ser reconhecido?
ERA ENCARNAÇÃO - Ele foi sempre respeitado como violonista autodidata e compositor. Foi gravado pelos Lampirônicos, Ivete Sangalo, Carla Visi, Pedro Baby, Cibelle, Preta Gil. Ele foi sempre muito respeitado... Houve um show dele no Pátio do MAM (dele e de Moraes) que Cristina Sá organizou através da Funceb, que foi swingueira pura. Nessa época, Ivete estava casada com Davi e os dois estavam lá. Ela ficou maravilhada com o trabalho de Ari.
BM - Como era a sua relação com seu pai Moraes Moreira?
ARI MORAES - Havia uma relação bonita de amizade.
BM - E a sua relação com seus irmãos Davi e Ciça?
AM - A princípio, uma relação muito próxima. Cheguei a morar com eles no Rio. Depois da morte do nosso pai, nos falamos algumas vezes. Ficamos meio distanciados. Espero que, num futuro próximo, voltemos a ter uma aproximação maior.
BM - Ari, fale um pouco de seu um trabalho autoral? Quais são suas músicas mais conhecidas?
Sim, tenho uma vasta produção (muitas obras autorais) como Só sei viver no Samba e Esplendor (uma parceria com meu pai) gravadas por Cibelle (cantora Paulista que mora em Londres). Pan-americana gravada por Ivete Sangalo, com quem tenho uma parceira de outra música, Azul da Moda, gravada no mesmo álbum; três músicas em parceria com Fernando Gurman, gravadas por Preta Gil, e Mestiça Raiz, gravada pelo grupo Lampirônicos, e Leva o Veleiro, gravada por Carla Visi.
BM - Qual o impacto da morte de seu pai?
AM - Uma grande tristeza porque eu amava e amo muito meu pai... um amor perene. Foi uma porrada, ele tinha ainda muita vida para viver.. se foi muito cedo!!! Saudade que não se mede.
BM - Além de Moraes tem algum artista que voce admira?
AM - Sim. Djavan, Geronimo, Toninho Horta, Armandinho (meu tio, pode-se dizer), Luiz Caldas, Milton Nascimento e muitos outros.
BM - Para encerrar a entrevista, já que você foi a primeira a responder, como é a sua rotina de Ari?
EE - Ari é uma pessoa muito amorosa e sensível (sou suspeita pra falar, mas é isso). A nossa relação é de muito amor e companherismo. Ficamos muito em casa e ele está sempre tocando, compondo, arranjando, escrevendo me acompanhando em algumas canções e, assim, a gente vai vivendo o dia a dia.