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Por que os baianos preferem os jogos do Bahia e Vitória aos da Seleção brasileira?

Diferentemente do domingo, que o público lotou as barracas do Imbui para assistir o Ba X Vi, ontem não compareceu nem 1/3 do público

  • Foto do(a) author(a) Osmar Marrom Martins
  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 26 de março de 2025 às 09:54

Brasil e Argentina
Brasil e Argentina Crédito: Rafael Ribeiro (Divulgação CBF)

Da varanda do prédio onde eu moro, no Imbui, dá para ver as famosas barracas que costumam atrair muita gente, principalmente, nos finais de semana e feriados. E, quando se trata de dias de clássicos, o público praticamente dobra. Mas, ultimamente, um fato tem me chamado a atenção. Tenho percebido que não é qualquer jogo que mobiliza o torcedor a sair de sua casa para assistir uma partida de futebol. E, no jogo de ontem, quando o Brasil perdeu humilhantemente para a Argentina por 4 X 1, ficou claro que a Seleção Verde e Amarela não é mais a mesma.

Não faz muito tempo que, quando era anunciado um jogo do Brasil, havia uma mobilização entre amigos para assistir a partida. O encontro podia acontecer nos bares ou até mesmo em suas casas, reunindo amigos, tomando uma cervejinha e saboreando alguns petiscos. E, em época de Copa do Mundo, quando coincidia com os festejos juninos, aí a festa era mais bonita ainda. Misturando o sentimento do brasileiro, principalmente do Nordeste, com a devoção aos santos Antônio, João e Pedro.

Feita essas considerações, vamos aos fatos. No último domingo, quando houve a decisão do Campeonato Baiano de 2025 em que o Bahia empatou de 1 X 1 com o Vitória, no Barradão, com direito a transmissão pela TVE, o Imbuí estava uma ferveção só. Como eu iria assistir o jogo via TV junto com uns amigos, fui ao mercado comprar uns petiscos e umas geladas, por volta das 13h. Quando retornei, já estava uma muvuca daquelas nas barracas.

Muitos carros procurando vaga nos estacionamentos, guardadores com seus estridentes apitos e moradores do bairro e de adjacências vestidos com as camisas de seus clubes se dirigindo às barracas. Era tanta gente que, quando começou o jogo, da varanda de meu apartamento dava para ver que tinha o dobro de gente assistindo do lado de fora das barracas, que não comportavam mais ninguém.

E o melhor era o burburinho. A cada lance perigoso ouviam-se os gritos de “Uh”. Na hora dos gols então, foi um estrondo tão grande que era impossível não se contagiar. Quando o jogo acabou com o Bahia sagrando-se campeão, aí foi um verdadeiro Carnaval. Uma banda tocando com todo entusiasmo e as comemorações se misturaram aos fogos. Enfim, uma festa digna de uma grande partida de futebol. Até onde eu soube, tudo aconteceu na santa paz, apesar de sempre aparecer um torcedor mais exaltado querendo criar confusão.

Corta a cena para ontem, terça-feira (25). O jogo estava marcado para começar às 21h. Quando cheguei na varanda e olhei para o estacionamento que fica bem em frente ao prédio, uma tristeza. Contava-se nos dedos o número de carros. As barracas, então, não tinham metade do público registrado no Ba X Vi. Além do silêncio sepulcral até mesmo quando o Brasil fez gol. Era como se nada tivesse acontecendo. Final de jogo, os poucos carros que estavam no estacionamento sumiram em questão de minutos.

Resumo da ópera. O público baiano mostrou que prefere muito mais assistir aos jogos do Bahia e do Vitória do que os da Seleção. Acredito que há uma maior identificação com seus jogadores. Afinal, tirando alguns nomes, a maioria dos integrantes da Seleção Brasileira não tem a menor empatia com nosso torcedor. A maioria joga na Europa e parece que jogar no Escrete nacional é como umas férias remuneradas.