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Coluna Pombo Correio
Publicado em 20 de setembro de 2024 às 05:00
Carvão molhado
O senador Jaques Wagner (PT) tem demonstrado crescente arrependimento por ter apoiado a candidatura de Geraldo Júnior (MDB). Segundo fontes próximas, Wagner tem criticado a falta de dedicação e comprometimento do candidato. O senador, inclusive, já sinalizou que vai fechar a torneira e os recursos destinados à campanha serão reduzidos nessa reta final. O que mais irrita Wagner não é a possível derrota nas urnas, mas o pouco empenho de Geraldo Júnior. A aliados, o petista confidenciou estar cansado de “abanar carvão molhado”.
São 33 ...
“A assistência militar do vice-governador são 40 homens. Não são 40 não. São 33 e eu estou pedindo ao governo mais 40... Sou a segunda maior autoridade do estado”. Geraldo Júnior não parece nem um pouco arrependido desta desastrosa declaração que deu ano passado a uma emissora de rádio. Quem imaginava que ele iria recuar na gastança neste ano de campanha se enganou. Dados do portal Transparência Bahia mostram que Geraldo já consumiu mais de R$3 ,3 milhões apenas com despesas relacionadas a servidores da área militar. São R$ 2,3 milhões com vencimentos e vantagens fixas, além de R$1 milhão para despesas variáveis, considerando apenas o período de janeiro a 20 de setembro. Só para proteção pessoal, o emedebista já gastou em nove meses um montante equivalente ao total de despesa do gabinete em gestões anteriores.
Caderninho de Geraldo
Por falar Geraldo, em uma sabatina, ele não gostou de ser questionado por um jornalista sobre segurança pública e subiu o tom. Em outro caso, chegou a insinuar que o jornalista havia sido assessor de um partido, o que não é verdade, e, em outra entrevista, mencionou o histórico do pai do profissional que lhe fazia perguntas. Em ambos os casos, o vice-governador claramente agiu na tentativa de coagir e constranger os jornalistas ao levantar a ficha deles, quase uma nova versão do Serviço Nacional de Informações (SNI). E detalhe: tudo isso feito com perguntas simples, sem qualquer aperto. Além de não responder, Geraldo partiu para as ameaças.
Chantagem?
Com a aprovação patinando em diversas regiões do estado, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) decidiu ligar o modo campanha em eventos no interior. Mas em três cidades o governador cometeu gafes ou passou por maus bocados com a fraca presença popular. Em Barra, o petista, ao lado de seus aliados na cidade, disse que iria esperar a eleição acabar para colocar sua Secretaria da Saúde para falar com o município, o que lhe rendeu críticas. Muitos consideraram a fala como chantagem e outros como perseguição ao prefeito Artur Silva Filho (PP). Resultado: o povo ficou do lado do prefeito.
Cadê o povo?
Em Ibicaraí e Jussara, Jerônimo foi às cidades para fazer campanha ao lado de seus candidatos, que são adversários dos atuais prefeitos, Monalisa Tavares (União Brasil) e Tacinho Mendes (PP), respectivamente. Nas ruas, contudo, os eventos com o governador foram bem fracos em participação popular, como mostram diversas imagens que circularam nas redes sociais. Restou a Jerônimo só o oba oba mesmo.
Esconde esconde
Integrantes da cúpula governista do estado decidiram praticamente jogar a toalha em relação ao candidato Antônio Rosalvo (PT) em Lauro de Freitas. Segundo interlocutores, o objetivo agora é concentrar esforços em cidades onde há maior possibilidade de vitória do PT. Avaliação interna é que a candidatura de Rosalvo não decolou e continua enfrentando muitas dificuldades na base e, inclusive, dentro do próprio partido. Alguns candidatos a vereador, inclusive, já estão abandonando o petista para seguir com Débora Regis (União Brasil).
Rosalvo de Moema
Por falar em Rosalvo, o candidato resolveu esconder de vez da campanha seu principal cabo eleitoral, a prefeita Moema Gramacho (PT), que tem elevada rejeição. No feed de Rosalvo no Instagram, não se encontra uma imagem com a prefeita. Pelo que se comenta na cidade, Moema sacou a estratégia e avisou que não vai aceitar ser omitida e, inclusive, já disse que vai a todos os eventos de campanha com Rosalvo. Aliados da dupla dizem que o candidato não tem gostado nada de ser chamado de “Rosalvo de Moema”.
Silêncio ensurdecedor
O governador Jerônimo Rodrigues, que tanto tem feito propaganda para dizer que combate a violência, ainda não se pronunciou sobre a grave denúncia de que uma facção criminosa estaria impedindo a entrada de candidatos do União Brasil em Portão, em Lauro de Freitas. Além de ser uma afronta à democracia, a situação é mais um triste episódio do predomínio do crime organizado em detrimento do estado.
Bora
Candidatos a vereador de partidos que integram a coligação majoritária de Geraldo Júnior (MDB) já não escondem que preferem fazer carreira solo em vez de casarem material com o emedebista, tamanho é o clima derrotista que cerca o vice-governador. Muitos, na verdade, já orientam suas lideranças a associarem seus santinhos ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), que lidera todas as pesquisas. Em um vídeo que circula nas redes sociais, uma multiplicadora do time de Geraldo joga a toalha e solta um sonoro “Bora com Bruno”.
Expediente terrorista
Candidato à reeleição em Itabuna, o prefeito Augusto Castro (PSD) partiu para o tudo ou nada e adotou um expediente terrorista contra seu principal adversário, o deputado estadual Fabrício Pancadinha (SD). Castro orientou sua tropa de choque a sugerir a morte do opositor, desfilando pelas ruas da cidade com caixões com a imagem estampada de Pancadinha. A ironia é que Augusto Castro começou o período eleitoral pedindo que os adversários fizessem uma campanha limpa.