O silêncio ensurdecedor de Jerônimo, o atropelo de Wagner e o fantasma que assombra Geraldo Jr.

Leia a coluna na íntegra

  • C
  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 21 de junho de 2024 às 05:00

Governador da Bahia emudeceu após os dados do Atlas da Violência
Governador da Bahia emudeceu após os dados do Atlas da Violência Crédito: Ana albuquerque/arquivo correio

Silêncio ensurdecedor

Chama a atenção o silêncio ensurdecedor do governador Jerônimo Rodrigues (PT) após a recente divulgação da nova edição do Atlas da Violência, que coloca sete cidades da Bahia entre as dez mais violentas do país e aponta o estado como o mais violento do país, mais uma vez. Não houve sequer uma fala sobre os dados alarmantes e muito menos algum anúncio para ao menos tentar frear o caos da segurança pública da Bahia, que vê o crime organizado avançar até mesmo nas pequenas cidades. Enquanto Jerônimo se cala, as facções avançam e a Bahia mantém o nada agradável título do estado com mais homicídios do país.

Verborragia

Recentemente, vale recordar, o governador chegou a comparar a situação da segurança pública da Bahia com a Europa, dizendo que o continente europeu também enfrenta problemas com facções. Já afirmou também que é um tema nacional, jogando a conta no colo do governo Lula, e até considerou a proibição das pistolas de água no Carnaval como uma importante medida de segurança. Como bem disse um observador da política baiana: se fala, apanha pela verborragia; se cala, apanha pela omissão.

Atropelando o time

As investidas políticas do senador Jaques Wagner (PT) estão criando embaraços e dificuldades regionais para partidos aliados de Jerônimo, como é o caso do PSD, no exemplo mais específico de Bom Jesus da Lapa. Juazeiro e Ilhéus são outras cidades onde a ambição petista vai atropelando a ideia de time. Cada passo à frente que o Galego dá em 2024 pode significar dois passos para trás em 2026.

Meu passado me condena

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) pode até dizer ter “arrependimento mortal” de ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas a militância da esquerda não esqueceu, não. Durante sabatina do UOL, o pré-candidato a prefeito pelo PSOL, Kleber Rosa, disse que “Geraldo tem imagem recentemente vinculada à família Bolsonaro”. O vice-governador confessou publicamente o voto em Bolsonaro e até já disse ser amigo do senador Flavio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente. Mas agora o emedebista diz ser lulista de carteirinha.

Sem fake news

Vamos ver agora qual será a nova fake news que o grupo da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), vai espalhar contra a vereadora Débora Régis, pré-candidata do União Brasil à prefeitura, após a nova decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que julgou improcedente a representação feita pelo PSB da cidade. Moema e sua claque insistiam em espalhar que Débora estaria inelegível, mas agora o TSE não só confirma a elegibilidade como derrubou a acusação com tons de perseguição contra Débora, franca favorita a vencer a eleição em outubro. Interlocutores dizem que a nova vitória dá a Débora ainda mais força e, ainda, reforça o discurso de perseguição política de Moema e seu escolhido, Antonio Rosalvo (PT), contra a vereadora.

Gestão Crefisa

A administração do governador Jerônimo Rodrigues vem sendo apelidada nos bastidores de gestão Crefisa, dada a quantidade expressiva de empréstimos solicitados em apenas 18 meses de governo. Nesta quinta, quando todo mundo estava de saída para o São João, Jerônimo enviou o oitavo pedido para a Assembleia Legislativa. A soma já está na casa dos R$ 6 bilhões. Estranho é, todavia, que as soluções para os problemas crônicos do Estado não acompanham a mesma intensidade dos empréstimos.

Na volta a gente compra

A base do governo Jerônimo na Assembleia Legislativa preparou um novo baile e vai deixar a classe de defensores públicos da Bahia chupando dedo mais uma vez. Desde o final do ano passado, a categoria suplica pela aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC 154/2023) que reestrutura cargos e carreira da Defensoria Pública do Estado. A promessa do líder de governo foi realizar uma sessão no dia 26, mas como a Casa já aprovou a LDO, que é a condição para saída ao recesso branco, é quase improvável que alguém retorne ao plenário entre o São João e o São Pedro.

Democracia relativa

Lideranças do PT fizeram um estardalhaço quando deputados estaduais do União Brasil decidiram, por unanimidade, punir aqueles que votassem contra o fechamento de questão do partido na Assembleia Legislativa. Agora, o PT ameaçou punir o vereador de Salvador Tiago Ferreira, que participou de um evento institucional do prefeito Bruno Reis (União Brasil) no Subúrbio. E pasmem: o próprio governador Jerônimo Rodrigues (PT), um dos que bradaram contra a decisão da bancada do União Brasil, admitiu que uma punição a Ferreira estava sendo avaliada. Bom, como disse o presidente Lula (PT), “o conceito de democracia é relativo para você e para mim”.

A pergunta que não quer calar

Para completar, nesta semana um grupo de militantes históricos do PT se reuniu com o pré-candidato do PSOL, Kleber Rosa, e declarou apoio ao psolista, rejeitando o vice-governador Geraldo Júnior (MDB), escolhido pelo grupo de Jerônimo. Agora, a pergunta que fica é: o PT vai punir também os filiados históricos que vão marchar com Kleber?

O homem virou

O jogo eleitoral virou em Santo Antônio de Jesus nas últimas semanas. O prefeito Genival Deolino (PSDB) colocou sebo nas canelas e reverteu o ambiente de desconfiança que os opositores tentavam semear na cidade. Fato é que a resposta das ruas já dá sinais de que o homem virou e vem forte até outubro.