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O garanhão do CAB, Jerônimo quer ser ombudsman e governo tamanho P

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 05:00

Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues
Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues Crédito: Paula Fróes/CORREIO

O garanhão do CAB

Um secretário de uma influente pasta do governo do estado vem sendo protagonista de uma situação que muito se assemelha às histórias do programa Casos de Família, do SBT. O enredo da trama no CAB gira em torno dele e de sua chefe de gabinete, que foi obrigada recentemente a tirar férias após rasgar as roupas de uma mulher na sala do chefe por ciúmes. Para completar, ainda deu dois tapas na cara do patrão-garanhão. Dizem na boca miúda que secretário e chefe de gabinete são amantes de longas datas. Inclusive, o que se comenta nos corredores é que essa não é a primeira vez que ela ataca mulheres que se encontram com o chefe, sempre com o mesmo modus operandi de rasgar as vestimentas das vítimas. Desta vez, contudo, o secretário foi obrigado a mandar a auxiliar para um descanso forçado porque o assunto chegou na Governadoria. Já tem gente ansiosa pelos próximos capítulos.

Governador ombudsman

Leitor assíduo do CORREIO, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) parece agora querer mesmo virar ombudsman do jornal. Nesta semana, o petista voltou a atacar o periódico após ser questionado sobre a fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis. Dedicou apenas 20 segundos para falar da situação e mais de um minuto para agredir o CORREIO, inclusive constrangendo o profissional do veículo que acompanhava a pauta do governador. Pelo visto, Jerônimo está mais preocupado em analisar e criticar a cobertura da imprensa, em especial do CORREIO, sobre os problemas de seu governo do que em resolver os gargalos.

Desrespeito à imprensa

E vale lembrar que essa não é a primeira vez que o governador ataca o jornal ou tem postura no mínimo deselegante com profissionais da imprensa. Recentemente, Jerônimo chamou o CORREIO de “jornaleco” após o periódico publicar uma pesquisa do instituto AtlasIntel que apontava elevada desaprovação da gestão dele em Salvador. Também recentemente, deu as costas a dois profissionais de imprensa (uma na capital e outro no interior) que fizeram perguntas relacionadas à violência. No fim do ano passado, atacou uma jornalista após ser questionado sobre a relação política com aliados e foi acusado de misoginia.

Inerte

Ainda sobre a fuga de detentos em Eunápolis, depois de sucessivas tentativas de normalizar os episódios diários de violência na Bahia, o governador Jerônimo pareceu inerte diante do caso, cuja ação foi orquestrada por uma facção criminosa. Em vez de prestar esclarecimentos sobre o caso, Jerônimo pegou o atalho de sempre e atacou a imprensa e adversários políticos, que criticaram a fragilidade do sistema prisional e cobravam providências mais enérgicas do governo do estado. A fuga completou, nesta quinta-feira (19), uma semana sem que nenhum fugitivo fosse recapturado. É possível que o petista já tenha esquecido o caso.

Letargia custa caro

A letargia de Jerônimo, todavia, tem um preço alto aos cofres públicos. A empresa Reviver Administração Prisional Privada LTDA, responsável pela unidade de Eunápolis, já recebeu, só este ano, R$ 56,5 milhões em pagamentos do Governo do Estado, segundo mostra o portal Transparência Bahia. No primeiro ano de Jerônimo, em 2023, a conta foi ainda maior, chegando a quase R$ 70 milhões. Antes dele, o ex-governador Rui Costa (PT), também de acordo com o Transparência Bahia, realizou pagamentos de R$ 68,2 milhões em 2021 e R$ 79,1 milhões em 2022. Na soma dos últimos quatro anos, foram 488 pagamentos que somam R$ 273 milhões.

Tamanho P

O governador Jerônimo Rodrigues tem sido alertado pelo seu núcleo político de que precisa correr contra o tempo para acelerar o volume de obras no estado visando 2026. Na prática, em razão do prazo estabelecido pela legislação, ele só tem um ano e meio para retirar do papel e inaugurar obras, período considerado curto demais por técnicos que entendem de obras públicas. Nesta semana, Jerônimo comemorou ter chegado à marca de 300 municípios visitados, mas seus interlocutores admitem que “apenas simpatia” pode não ser o bastante para sua tentativa de reeleição, uma vez que enxergam uma lacuna de projetos regionais que deveriam ser encabeçados pelo governo estadual. Depois de dois anos iniciais de pouca produtividade, Jerônimo não dá sinais de correção e está decidido a focar em obras menores para capturar apoios de prefeitos. Daí vem o apelido de “Governo tamanho P”, que alguns aliados mais críticos já começam a sugerir – num claro contraponto à publicidade de “Governo tamanho G”, que havia na época do ex-governador Rui Costa.

Fama

É esse cenário que desencoraja o ex-secretário de Infraestrutura Marcus Cavalcanti a retornar à máquina estadual, especialmente para chefiar a Casa Civil, como se especula nos bastidores. Ligado a Rui Costa, Cavalcanti, que hoje pilota a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, viria com a tarefa de ser um “tocador de obras” para tirar projetos do papel, já que o desempenho do atual titular, Afonso Florence (PT), deixa muito a desejar, de acordo com interlocutores do Palácio de Ondina. Confortável no Planalto, Cavalcanti já sinalizou que não deseja regressar à Bahia, especialmente pela fama que já chegou à capital federal sobre o pouco apreço do governador Jerônimo à atividade administrativa. Nesse sentido, ele não quer correr o risco de colocar sobre seus ombros a responsabilidade de ser o fiador administrativo, tão pouco político, da tentativa de reeleição de Jerônimo em 2026.

Perseguição ao povo

O novo episódio da série “Pense num absurdo, na Bahia tem precedente” vem de Casa Nova, no Norte da Bahia. Por lá, o prefeito Wilker Torres (PSB) e o seu irmão, o secretário de Agricultura da Bahia, Tum (Avante), decidiram fazer o distrato de um convênio entre o município e o governo do estado que transferia maquinários à prefeitura local. Na prática, com a medida, os equipamentos, que envolvem rolo compressor, sete retroescavadeiras, quatro caminhões e três caminhões pipas, serão devolvidos ao estado. Tudo isso porque o grupo de Wilker e Tum foi derrotado nas eleições deste ano, cujo vencedor foi Anísio Viana (PSDB). Mais um típico caso de perseguição política que prejudica o povo.

Ele não

Dada como certa, a saída do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) da liderança do governo na Assembleia Legislativa criou uma severa de cabeça para o governador Jerônimo Rodrigues. Apesar de ter uma bancada de 42 aliados, o petista encontra muita dificuldade para definir um sucessor. O nome mais cotado até o momento é do deputado Robinson Almeida (PT), único petista com vitalidade para enfrentar o desafio, mas que tem baixa aceitação entre os seus pares. O perfil explosivo e a pouca habilidade de negociação em momentos de pressão colocam em Robinson um carimbo de alguém que ainda não alcançou estatura para o posto. Governistas defendem que Jerônimo busque nomes em outras legendas.

Mensageiro do caos

Coube ao governador Jerônimo Rodrigues o papel de mensageiro do caos ao avisar que o contrato com a ViaBahia, que administra as BRs 116 e 324 no estado, não será encerrado no final deste ano, como havia anunciado com muita pompa o ministro Rui Costa (PT). Em setembro, Rui disse que a concessionária deixaria de administrar as duas rodovias federais. Agora, contudo, o rompimento do contrato depende de análise do Tribunal de Contas da União (TCU).