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Pombo Correio
Publicado em 15 de novembro de 2024 às 07:08
O colapso de Lauro
Os órgãos de controle já estão com a lupa sobre o município de Lauro de Freitas, que tem sofrido um colapso nesta reta final da gestão da prefeita Moema Gramacho (PT). A cidade, que já vinha em situação de abandono há algum tempo, agora vive um verdadeiro caos. O cenário é de terra arrasada: lixo acumulado em diversas vias, servidores sem receber salários, falta de pagamento a fornecedores, descontinuidade de tratamentos médicos e demissões em massa. Sem contar na falta de transporte público, que a prefeita colocou para rodar na eleição e agora acabou. O rombo, pelo que se fala, já passa de R$1 bilhão. Tudo isso tem afetado a prestação dos serviços mais básicos à população, a exemplo da limpeza, educação e saúde. Nas redes sociais, viralizam vídeos de funcionários cobrando o pagamento de seus salários e de pessoas reclamando da falta dos serviços e do abandono. A situação já chegou a promotores de Justiça e auditores do Tribunal de Contas, que já se debruçam sobre o caso.
Quarta-feira 13
Moema Gramacho, inclusive, viveu um dia de terror na última quarta-feira (13). Um grupo de servidores resolveu acampar no centro administrativo da cidade e cobrar, no grito, o pagamento de salários atrasados. Além do dinheiro, ou da falta dele, o principal desabafo era pelo sentimento de traição da petista, que demitiu muita gente como forma de retaliação depois que perdeu a eleição. Desde então, Moema e Antônio Rosalvo, seu candidato derrotado, sumiram do mapa e deixaram a cidade a ver navios, sem ao menos dar uma previsão aos trabalhadores. O apelo que mais se ouviu na última quarta foi para colocar comida na mesa de casa.
Recados do PIB I
A última amostra do IBGE sobre o PIB da Bahia sinaliza recados claros sobre a nova dinâmica da economia estadual nos últimos anos. Com base em 2022, o levantamento mostrou um crescimento de 4,2%, deixando o saldo daquele ano em R$ 402,6 bilhões, o sétimo maior do Brasil. Mesmo assim, o ex-governador Rui Costa (PT) entregou a Bahia com mais da metade da população vivendo em situação de pobreza, conforme estudo do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), feito a partir das informações de 2021 e 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE.
Recados do PIB II
Outro alerta veio sobre a dinâmica na formação do Produto Interno Bruto, com destaque para a desaceleração do setor de serviços e o crescimento da indústria e da agropecuária, que injetaram mais de R$ 130 bilhões, em que pese a Bahia não ter um plano estruturado de estímulo aos dois segmentos. O governador Jerônimo Rodrigues (PT), pelo contrário, já chegou a participar de atos do MST e nunca se opôs à onda de invasões em fazendas e áreas produtivas.
No limite
Pressionado por mais uma crise assistencial no funcionamento do Planserv, o governador Jerônimo Rodrigues soltou frases ao vento para não ficar encurralado diante da ausência de soluções do seu governo. “Estou chegando no meu limite”, disse o petista, apontando sinais de cansaço em lidar com o tema. Ele ainda confessou que pediu à Secretaria de Administração uma “decisão drástica” sobre o problema crônico. Além de mostrar pouca familiaridade técnica com a gestão do plano, Jerônimo ignorou que parte da crise estabelecida vem do fato de os governos petistas terem cortado pela metade a contribuição patronal que cabe ao estado para a manutenção do Planserv. A transferência de 5% caiu para 2,5%.
Gambiarras petistas
Outro aspecto que pesa diretamente para a falência do Planserv vem das gambiarras administrativas que foram feitas ao longo dos últimos anos, permitindo incluir na assistência de saúde os funcionários de empresas públicas. Assim, fica para elas a transferência patronal, o que alivia a carga direta do estado. Mas isso só ocorre enquanto o trabalhador está na ativa, depois disso a empresa para de pagar e a única contribuição que cai na conta do Planserv é a do servidor.
Faltou educação
No último sábado (9), Vitória da Conquista completou 184 anos de emancipação política. A terceira maior cidade da Bahia comemorou seu aniversário com diversas ações, entre as quais a Marcha para Jesus. O governador Jerônimo Rodrigues resolveu voltar ao município após se manter distante durante o período eleitoral. Não foi bem recebido. Na chegada, teve que lidar com uma manifestação na Avenida Presidente Vargas. A obra inacabada e muito explorada pelos petistas na campanha já foi responsável pela morte de duas pessoas em 15 dias. Sem sinalização, iluminação, acostamento, calçada e sem previsão de término, a via tem causado insegurança e provocado a revolta da população.
Evento
Na noite, o governador foi para os show da Marcha para Jesus. Primeiro, não teve a deferência, em pleno aniversário da cidade, de cumprimentar a chefe do Executivo local, Sheila Lemos (União Brasil), reeleita em outubro passado no primeiro turno. A falta de educação e republicanismo ficou evidente. Depois, seus assessores pintaram e bordaram para que fosse chamado ao palco, com seus aliados. Resultado: tomou uma vaia sonora! Saiu sem se despedir e sem deixar saudade.
Fora das quatro linhas
O PT de Vitória da Conquista, diga-se de passagem, tem adotado uma postura completamente antidemocrática neste pós-eleição na cidade. Mesmo após a grande e indiscutível vitória da prefeita Sheila Lemos nas urnas, petistas locais insistem na estratégia do tapetão e seguem dizendo que Waldenor Pereira (PT) será prefeito. Nessa semana, até mesmo o respeitado deputado federal Zé Raimundo (PT), ex-prefeito da cidade, decidiu endossar essa tese. O Ministério Público Eleitoral, vale ressaltar, já deu parecer favorável a Sheila no processo que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com as muitas derrotadas nas urnas, em Conquista e em outras cidades, restou ao PT o tapetão antidemocrático.
Tensão no ar
Um clima de apreensão tem tomado conta da base governista com a iminente reforma que o governador Jerônimo Rodrigues pretende fazer até o início do próximo ano. Quem circula pelo plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e pelos gabinetes dos deputados estaduais da base conta que os parlamentares demonstram preocupação, principalmente por não estarem sendo ouvidos. Alguns deputados buscam cargos regionais na estrutura do governo, mas por enquanto não tiveram sinalização positiva nem negativa do núcleo duro de Jerônimo. Fato é que muitos já começam a ameaçar sumir das votações.
Disputa acirrada
A disputa pelo comando da União dos Municípios da Bahia (UPB) caminha para ser acirrada e totalmente inesperada entre os prefeitos reeleitos de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), e de Ituaçu, Phellipe Brito (PSD). O primeiro é favorito e, pelo que se diz, já reuniu o apoio de mais de 250 prefeitos, entre eles os ex-presidentes Zé Cocá (PP) e Eures Ribeiro (PSD). Do outro lado, Brito conta com articulação do senador Jaques Wagner (PT), mais precisamente de Lucas Reis (PT), assessor do cacique petista e nome dele para a Câmara dos Deputados em 2026. Se nos últimos anos a eleição da UPB ocorreu quase que por consenso, agora algumas faíscas já começaram a aparecer e há quem diga que pode haver tensão.
Oposição dominou
Os deputados de oposição dominaram a lista dos quatro parlamentares com maior destaque em 2024 na Assembleia Legislativa da Bahia, com destaque para Alan Sanches (União Brasil), líder da bancada, que recebeu a maior quantidade de votos (35) na escolha dos jornalistas que cobrem a Casa. Marcinho Oliveira (União Brasil), com 32, e Tiago Correia (PSDB) com 30 completam o pódio. A quarta posição ficou com o presidente Adolfo Menezes (PSD), que teve 26 votos. Nos bastidores, sobraram comentários sobre a ausência de nomes governistas em destaque. “O governador não ajuda”, disse um assessor em tom de provocação.