O caixa 2 da gasolina, os rejeitados da Bancada do Feijão e o hotel do ódio petista em Feira de Santana

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  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 6 de setembro de 2024 às 05:00

Pré-candidato do MDB, Geraldo Júnior
Candidato do MDB, Geraldo Júnior Crédito: Paula Fróes/Correio

Dedo na cara

Amigos, amigos, finanças à parte. O núcleo petista, sempre tão unido, acabou tendo um “pequeno” desentendimento com um aliado numa importante capital brasileira. Coisa pouca, claro. O partido, magnânimo, cedeu a cabeça de chapa e ficou com a vice. Até aí, festa. Mas, quando chegou a hora de mexer no cofrinho da campanha, aí o bicho pegou. Teve dedo na cara e tudo! Os ‘companheiros’ ficaram intrigados com o festival de gastos na primeira semana e veio a surpresa! Descobriram que o coordenador da campanha estava dando aquela inflada nas despesas de transporte e combustível. Agora, a cereja do bolo: os petistas estão convencidos de que o candidato estava no esquema e, claro, sabia de tudinho. Quem diria, hein?

Bancada do Feijão

A campanha do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) levou mais um golpe essa semana depois que a Bancada do Feijão, como é conhecida a reunião de lideranças e militantes da agenda racial em Salvador, decidiu rejeitar candidatos afroconvenientes, como é o caso do emedebista, que tenta a todo custo se apresentar como emissário da esquerda de Salvador. Além de reforçar apoio a Kleber Rosa, a posição mais firme da Bancada do Feijão também atraiu petistas que até então não haviam se posicionado contra o oportunismo eleitoral de Geraldo. Na leitura mais pragmática, integrantes desse segmento avaliam que Geraldo está, na verdade, tentando acessar novas bases já pensando na candidatura de deputado em 2026, e pode, pelo menos, atrapalhar a campanha de representantes de direito da agenda identitária.

Teorias

A foto do ex-deputado Nelson Pelegrino, quadro histórico do PT, ao lado do prefeito Bruno Reis (União Brasil) que circulou nas redes sociais suscitou uma série de teorias que desgastaram ainda mais a percepção já carcomida do apoio da real da esquerda a Geraldo Júnior. Em tempo, Pelegrino já saiu da vida política e hoje é conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA). Mesmo assim, muita gente alimentou teses que isolam de vez o emedebista.

Distanciamento estratégico

Candidatos a vereador de partidos que apoiam o vice-governador Geraldo Júnior andam bastante insatisfeitos com a campanha do candidato da base petista, e isso tem sido sentido nas ruas e na agenda do emedebista. Geraldo não tem participado de eventos políticos de aliados e, nas caminhadas que realiza, são raros os candidatos a vereador que o acompanham. Inclusive, alguns deles já informalmente estão apoiando a reeleição do prefeito Bruno Reis. Além disso, em materiais de campanha, diversos postulantes à Câmara Municipal decidiram usar imagens apenas deles próprios, excluindo qualquer relação com Geraldo. Nesta semana, a coluna flagrou, por exemplo, alguns casos de candidatos do Podemos e do PSB com materiais sem o vice-governador.

Hotel do ódio

Feira de Santana tem visto um verdadeiro show de horrores protagonizado pela campanha do deputado Zé Neto (PT). Caindo nas pesquisas, o petista tem apostado em ataques cada dia mais intensos contra o ex-prefeito Zé Ronaldo de Carvalho (União Brasil). O problema é que a campanha de ódio de Zé Neto contra o adversário não tem funcionado, visto que Zé Ronaldo mantém sua liderança nos levantamentos de intenção de votos, com chance real de vitória já no primeiro turno.

Sincericídio

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) cometeu mais uma trapalhada e causou constrangimento aos seus aliados em Alagoinhas durante um evento político na cidade nesta semana. Em um discurso, Jerônimo admitiu que seu candidato na cidade, Gustavo Carmo (PSD), está atrás nas pesquisas. “O cenário já melhorou nas pesquisas, mas a eleição só se resolve no dia 6 até as 18 horas”, disse o governador. Gustavo, aliás, é apoiado pelo prefeito Joaquim Neto (PSD), cuja gestão tem visto a rejeição crescer.

Quem vai ceder?

Começou a circular nos bastidores que o governador Jerônimo Rodrigues pretende intervir em Vitória da Conquista para unir os seus dois candidatos, Waldenor Pereira (PT) e Lúcia Rocha (MDB), ainda no primeiro turno. Diante do crescimento da prefeita Sheila Lemos (União Brasil), que tem possibilidade de vencer já no dia 6 de outubro. O líder petista buscaria a unidade para tentar reverter a situação. Só faltou Jerônimo combinar com Waldenor e Lúcia, que não abrem mão de suas candidaturas e rechaçam qualquer possibilidade de união no primeiro turno. A dupla, inclusive, não gostou nada de saber que esse assunto está na pauta do governador.

Puxadinho

Depois de pressionar a prefeitura de Salvador e disparar fake news sobre a liberação de alvará para o início efetivo das obras do VLT, o governo do estado abriu um crédito suplementar de última hora de R$ 22 milhões para poder bancar os custos da montagem do canteiro de obras e topografia; ou seja, de requisitos elementares para tirar a obra do papel. O puxadinho no orçamento mostra o nível de desorganização daquela que o governador Jerônimo Rodrigues diz ser sua principal obra em Salvador.

Às cegas

O governo do Estado também resolveu estender para Salvador o modelo de licitação guarda-chuva que vinha fazendo pelo interior do estado, criando uma espécie de terra sem lei para realização de obras às vésperas das eleições municipais. Segundo publicação em Diário Oficial, a Conder começou a receber nesta quinta-feira (5) propostas de empresas interessadas em realizar obras de requalificação na orla marítima de Salvador, mas sem definir trecho, custo nem qualquer outro detalhe. Pelo jeito, as informações vão direto para a propaganda.

Rolo compressor digital

O líder do Governo na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Rosemberg Pinto (PT), articulou uma manobra para viabilizar a realização de sessões híbridas durante o período eleitoral, o que na prática é uma forma de ampliar o efeito rolo compressor e facilitar a aprovação desenfreada de empréstimos requeridos pelo governador Jerônimo. A operação, com a benção do presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), foi feita à revelia da bancada de oposição, que sequer foi comunicada da reunião em que os súditos de Jerônimo e defensores da democracia arquitetaram o plano.

Fake News

Na teoria, o prefeito de Irecê, Elmo Vaz (PSB), anda arrotando na cidade que vai fazer seu sucessor, Murilo Franca (PSB), com tranquilidade, mas na realidade as ações do gestor e de seu grupo parecem apontar para um cenário bem diferente. Nos últimos dias, a trupe de Elmo resolveu intensificar as fakes news contra o adversário, Figueiredo Amorim (PDT), e começou a prometer obras faraônicas nos quatro cantos da cidade. Em uma das fakes, o grupo de Elmo espalhou na cidade que um idoso havia sido agredido por um apoiador de Figueiredo pelo fato de votar em Murilo. Contudo, a própria vítima negou a versão e desmoralizou o time do prefeito. Soma-se a isso o fato de a população não engolir a candidatura de Murilo, que é chamado na cidade de “laranja” de Elmo.

Revés

Em Teixeira de Freitas, o candidato da base petista, Uldurico Junior (MDB), sofreu mais um baque com o indeferimento de seu vice, Thomaz Andrade (PT). O petista era a esperança de Uldurico para conquistar o eleitorado mais à esquerda, que rejeita o emedebista. Na cidade, o grupo do PT está dividido entre Uldurico e o Eujácio Dantas (PSD), que disputam o segundo lugar nas pesquisas. Enquanto isso, o prefeito Marcelo Belitardo (União Brasil) assiste de camarote a briga na base petista.