O beijo roubado em Rui, a articulação kamikaze de Jerônimo e o debate da federação União-PP

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  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 05:00

Ministro não escondeu o incômodo ao ser beijado pelo vice-governador
Ministro não escondeu o incômodo ao ser beijado pelo vice-governador Crédito: Reprodução

Corra do beijo

O ex-governador e ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), não escondeu o incômodo ao ser beijado pelo vice-governador Geraldo Júnior (MDB) durante a convenção que confirmou a candidatura do emedebista. Já há quem especule que a cara fechada de Rui diz respeito às mudanças de lado de Geraldo, que já foi eleitor de Bolsonaro e agora diz ser seguidor de Lula, além de ter feito parte do grupo do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) e do prefeito Bruno Reis (União Brasil) e agora fazer parte da base petista. Ao ver a cara de Rui, um observador já começou a especular o que se passa na cabeça do ministro: “Esse cara dá beijos e traiu tanta gente”.

Meu passado me condena

Um conhecido líder evangélico de Salvador está com uma pérola nas mãos. Trata-se de um discurso do vice-governador Geraldo Júnior com críticas pesadas ao PT e suas pautas ideológicas durante uma reunião realizada em 2020. Quem viu garante que a peça é bastante constrangedora para o neoesquerdista Geraldo.

A internet não perdoa

O ex-prefeito ACM Neto publicou em suas redes sociais uma foto com o prefeito Bruno Reis e deixou vazar Geraldo Júnior, que aparece parcialmente cortado na imagem. Foi a oportunidade para usuários das redes lembrarem do passado do vice-governador. Os comentários são impagáveis. “Até Judas aplaude de pé”, disse um deles. “O amostradinho do ladinho”, escreveu outro. “E essa cabeça aí do lado? É de lero lero?”, questionou um usuário, enquanto outro arrematou: “É Judas mesmo”.

De volta à pauta

Lideranças do União Brasil e do Progressistas voltaram a conversar sobre a possibilidade de federação entre os dois partidos. Por enquanto, as tratativas são mantidas em ambiente muito fechado, mas com grande disposição de ambas as partes de fazer dar certo. A perspectiva é que o tema entre na pauta logo após as eleições do Congresso.

Bola dividida

A investigação que avança no Judiciário baiano sobre rachadinhas realizadas por deputados estaduais ganhou um novo elemento. A apuração descobriu um jogador de futebol profissional figurava como assessor de um gabinete na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

Articulador kamikaze

Muitos aliados pelo interior estão surpresos com o mergulho radical que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) resolveu dar nessas eleições municipais. Dizem que nem mesmo Jaques Wagner (PT) com todo seu estilo de articulador político fez movimentos tão explícitos quando esteve no Palácio de Ondina. Mas não bastasse o risco da exposição em si, Jerônimo tem feito movimentos públicos de rechaçar quadros clássicos do PT e da esquerda em favor de candidaturas estranhas ao seu campo político, com o agravante de ser, muitas vezes, ele mesmo o fiador das respectivas operações. Interlocutores mais sensatos avaliam que a jogada kamikaze pode dar muito certo ou pode fazer a coisa desandar de vez em 2026.

Deixados para trás

Nessas articulações, em sua maioria acaloradas e apressadas em função do prazo eleitoral, Jerônimo rifou aliados que foram fiéis em 2022 e que esperavam um gesto agora em 2024. Em Feira de Santana, o governador soltou a mão de Beto Tourinho, do PSB, em Teixeira de Freitas deixou para trás o casal Raíssa Félix e João Bosco, ex-prefeito e liderança expressiva da região, sem contar Itabuna com a proeza de colocar o petista raiz Geraldo Simões de corpo e alma na campanha de Fabricio Pancadinha (SD), principal nome da oposição, que conta com o apoio de ACM Neto.

Tudo nosso

A disputa eleitoral em Juazeiro é o maior exemplo da retórica falida do PT de que privilegia os partidos aliados. Por lá, a legenda petista continua apostando todas as fichas na candidatura de Isaac Carvalho, que está inelegível e dificilmente conseguirá disputar a eleição, mesmo com outros nomes da base na corrida. A situação tem irritado siglas aliadas. O ex-prefeito Joseph Bandeira (PSB), por exemplo, pulou fora da disputa e anunciou apoio à reeleição da prefeita Suzana Ramos (PSDB). Sob anonimato, parlamentares reclamam da postura dos caciques petistas. “Com o PT, primeiro é o PT, segundo é o PT e depois é o PT também”, resumiu um deles.

O golpe tá aí...

No auge do desespero, o grupo da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), tentou comemorar uma pesquisa fraudada, mas não deu muito certo. O levantamento, que era favorável ao candidato dela, Antonio Rosalvo (PT), acabou impugnado pela Justiça Eleitoral por uma série de irregularidades. No fim, o que prevaleceu foi o resultado de pesquisas sérias recentes, com a do Instituto Séculus, que apontam Débora Régis (União Brasil) com larga vantagem, chegando perto dos 70%. Ficou feio para Moema e Rosalvo.

...Cai quem quer

Ainda em Lauro, um aliado de primeira hora de Moema, o blogueiro Lau (PSB), soltou o verbo contra o grupo da prefeita. Denunciou o "empreguismo" que toma conta da prefeitura neste período eleitoral e avisou que todo mundo vai ser demitido quando o pleito de outubro acabar. A estratégia de Moema é a mesma adotada em 2020. Após a eleição, foram milhares de servidores demitidos.

Tiro pela culatra

A oposição em Santo Antônio de Jesus deu dois tiros pela culatra. O primeiro deles foi a união entre os ex-prefeitos Euvaldo Rosa (PSD), que lidera o grupo 'Jacu', e Humberto Leite (PP), que integrava o 'Beija Flor'. Pelo acordo, Rosa será candidato a prefeito e Leite, a vice. Acontece que o povo não gostou nada da união dos agora ex-rivais, que fizeram uma aliança para enfrentar a reeleição do prefeito Genival Deolino (PSDB). A partir daí foi acusação de traição para todo lado, inclusive do presidente da Câmara, Chico de Dega (MDB), que havia deixado o grupo de Genival para ser vice de Euvaldo, mas foi deixado de lado e retornou para o lado do prefeito com a língua afiada contra os opositores. Na boca miúda, o que não falta é suposição sobre o que motivou a aliança dos arquirrivais.

Gago

O segundo tiro pela culatra foi a tentativa de constranger o prefeito Genival Deolino com críticas pejorativas sobre seu apelido de 'Gago'. O entorno do gestor não deu a menor importância para a provocação e até sugeriu que ele abraçasse a alcunha de gago, que não demorou a cair na boca do povo. Resultado: a música que mais se ouve na cidade é “O povo quer o gago”.