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Coluna Pombo Correio
Publicado em 23 de agosto de 2024 às 05:00
Baratino
A cúpula petista teve acesso ao resultado de pesquisas qualitativas com 12 grupos focais e ficou bastante assustada com a imagem do vice-governador Geraldo Júnior (MDB). No final de cada reunião, o mediador pediu para os participantes associarem uma palavra aos vídeos do ex-vereador. Os termos mais comuns em todos os grupos foram lero lero, baratino, duas caras, traidor, enrolação e não tem lado.
Candidato “fake”
O mesmo resultado da pesquisa qualitativa tem sido medido nas redes sociais. Recentemente, por exemplo, Geraldo Jùnior publicou, em sua página no Instagram, um vídeo no qual sugere uma suposta “indústria da multa” em que o próprio candidato contracena com um motorista por aplicativo para falar dos radares da Avenida Bonocô e no Vale de Nazaré. Até o final da manhã de ontem, mais de 80% dos comentários na publicação eram negativos, e muitos deles reforçaram o discurso de o vice-governador ser um “candidato fake”.
Música para os ouvidos
Enquanto isso, Geraldo Júnior tem batido ponto nos finais de semana em mansões de amigos no Litoral Norte. Nestes encontros, segundo pessoas próximas ao emedebista, o candidato não tem gostado de “algumas verdades” que os coligados dizem a ele, criticando especialmente seu desempenho na campanha. Interlocutores confidenciaram que Geraldo tem sido bastante reativo às críticas, principalmente dos mais próximos. Alguns já desistiram das intervenções e tomaram a decisão de só dizer o que o vice-governador quer ouvir.
Não agiu
Dizem que na disputa para ter o partido Agir, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) brigou por um leão e levou um gatinho. Isso porque a legenda, que é controlada na Bahia pelo deputado estadual Júnior Muniz (PT), não montou chapa de vereadores em Salvador e chegou à coligação de Geraldo Júnior de mãos vazias. Se ficasse com o Bruno Reis, interlocutores estimam que o antigo PTC poderia colocar cerca de 20 candidatos na proporcional. Sem a aliança com Bruno, o Agir não agiu.
Tom de ameaça
Repercutiu mal entre os policiais baianos a fala do governador Jerônimo Rodrigues em tom de ameaça prevendo punir aqueles agentes que eventualmente manifestarem “torcida eleitoral”. O contexto da fala do governador remeteu a 2022 quando houve a suspeita de que agentes da PRF impediram acesso de potenciais eleitores da oposição nas rodovias federais. “Não vou querer policial tendo torcida nas eleições. Faça o seu trabalho”, bradou Jerônimo. O que se diz entre a categoria é que o petista só esqueceu de combinar o discurso com o comando da tropa.
Meu passado me condena
Caiu como uma bomba na campanha do candidato a prefeito de Lauro de Freitas Antônio Rosalvo (PT) a divulgação das imagens do período em que ele era antipetista. As fotos, publicadas nas próprias redes sociais de Rosalvo, começaram a circular nas redes sociais e mostram que ele participou das manifestações contra o PT em 2016 e chegou a defender o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em uma das imagens, Rosalvo segura uma faixa de “Fora Dilma”. No núcleo duro da campanha, a avaliação é que Rosalvo está criando uma imagem similar à de Geraldo Júnior, que já confessou ter votado em Bolsonaro, e terá ainda mais dificuldade para conquistar a confiança da esquerda raiz. Por lá, Rosalvo já vem sendo chamado de “camaleão”.
Fogo amigo
Por falar em Rosalvo, os aliados desconfiam de “fogo amigo” em relação à ação de impugnação do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o candidato do PT. Segundo eles, a ação teria sido motivada por uma “denúncia anônima” e teria partido de dentro do próprio grupo da prefeita Moema Gramacho (PT). De acordo com interlocutores, a publicação dos atos administrativos com a assinatura de Rosalvo após o prazo de desincompatibilização seria um “erro muito amador” para uma cidade do porte de Lauro de Freitas.
Candidato laranja
Em Irecê, o candidato Murilo Franca (PSB), escolhido pelo prefeito Elmo Vaz (PSB), ganhou um apelido para lá de desagradável. Na cidade, o socialista tem sido chamado de “o candidato laranja”, pelo fato de ser um nome imposto por Elmo ao seu grupo, sem discussão. Adversários dizem que, com Murilo Franca, que é da plena confiança do prefeito, Elmo pretende um terceiro mandato. Justamente por isso, caiu na boca do povo que Murilo é o “candidato laranja” de Elmo, que considera fundamental a eleição do aliado na prefeitura para o seu objetivo prioritário de se candidatar a deputado federal em 2026.
Indireta direta
O senador Angelo Coronel (PSD) expôs nesta semana a insatisfação de seu partido com o governador Jerônimo Rodrigues e com o PT no estado. O estopim foi a situação de Juazeiro, onde Jerônimo optou pelo apoio a Andrei da Caixa (MDB), enquanto o PSD lançou Celso Carvalho, sobrinho do ex-prefeito Isaac Carvalho (PT), impedido de entrar na disputa por estar inelegível. A insatisfação, no entanto, não se limita a Juazeiro e chega a outras cidades, como Serrinha, onde o governador optou pelo apoio a Cyro Novais (MDB) contra Ferreirinha (PSD). “Quando definiu um lado, não pode se cobrar apoio depois”, avisou o senador, em entrevista ao CORREIO. O recado foi dado.
Operação assistida
Quem costuma folhear o Diário Oficial do Estado sempre se assusta com aberrações e gambiarras administrativas que viraram selo PT de governança. Exemplo disso são as recorrentes ações de reconhecimento de débito, que nada mais é do que contratar sem licitação e pagar posteriormente numa canetada só. Mas a surpresa da semana veio em forma de contrato, cuja execução é pouco explicativa para o desembolso de R$8,5 milhões em favor da Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM). Em síntese, a fundação vai receber a bolada para “acompanhar e monitorar” a entrega de capacetes e coletes de proteção que será realizada pela Secretaria do Trabalho. Seria uma operação assistida?