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O banho de R$ 200 mil, a ponte e o esteroide e a impaciência de Jerônimo com o próprio governo

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 05:00

Governo desembolsou R$ 200 mil em  evento com Jerônimo
Governo desembolsou R$ 200 mil em evento com Jerônimo Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Banho de 200 mil

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) contou efusivo, nas redes sociais, o dia de divertimento que teve na cidade de Taperoá, com direito a banho de mangueira e tudo mais. O relato inusitado seria curioso e engraçado, se não fosse a fatia generosa de recursos públicos que patrocinou o “banho”. Segundo publicação do Diário Oficial, a Secretaria de Turismo (Setur) desembolsou R$ 200 mil para o evento local que teve a presença do governador. “Eu tomei banho de mangueira e dei banho de mangueira. Sabe o que é legal? As pessoas dizem, olha, o governador está ali…eu estava me divertindo, eu estava curtindo a festa”, divertiu-se Jerônimo.

A ponte e o asteroide

Ponte pode ser entregue no mesmo ano em que Terra colidirá com  asteroide
Ponte pode ser entregue no mesmo ano em que Terra colidirá com asteroide Crédito: Divulgação

A notícia de que a Terra pode ser atingida por um asteroide em 2032 levou observadores da política baiana a relacionarem o fato com a prometida ponte Salvador-Itaparica. Mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Vamos lá. Nesta semana, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou o acordo para a construção da ponte. Com isso, a expectativa do governo é que o contrato seja assinado em 2026, com prazo de seis anos para a entrega do equipamento (prometido desde 2007 pelos governos petistas). Ou seja, se o cronograma for cumprido, a ponte ficará pronta justamente em 2032, quando a Terra pode colidir com o asteroide. Observadores não perderam a piada: “Demoraram tanto e, quando dizem que vai ficar pronta, pode ser destruída”, disse um deles, em tom de jocoso.

Dupla do arrocho

O que era para ser uma parceria lucrativa, a dobradinha Lula-Jerônimo virou sinônimo de arrocho para a Bahia. Um arrocha de lá, o outro aperta de cá. Não bastasse o preço dos alimentos nas alturas, provocado pelo penhasco fiscal do governo Lula (PT), Jerônimo Rodrigues abraçou a ideia de aumentar ainda mais o ICMS que incide sobre os combustíveis. Se já estava difícil comer, o povo agora vai pensar duas vezes em se locomover. Mas, como disse o presidente, “se está caro, não compra”.

Dupla do empurra

Lula e Jerônimo, a propósito, se tornaram especialistas em criticar o que eles mesmos deveriam resolver. Em Brasília, Lula já culpou o presidente do Banco Central pelo fiasco do governo na economia, já apontou o dedo para o mercado financeiro e agora, sem saída, resolveu incriminar a vítima: o povo brasileiro. “Se todo mundo tivesse consciência e não comprasse aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar”. Aqui na Bahia, Jerônimo segue a mesma cartilha e esta semana abriu fogo amigo contra a própria gestão quando questionado sobre o fatídico ferry-boat. “Chamei a Agerba, não tá correto, eu não concordo com isso. A Agerba não está fazendo um serviço correto”, esquivou.

Impaciente

Neste caso, ao que parece, até mesmo Jerônimo perdeu a paciência com sua própria gestão pela falta de resultados nos problemas que a Bahia enfrenta. Ao falar sobre o sucateamento do ferryboat, o petista disse que a “paciência esgota” com a situação do transporte marítimo, que há anos vem penando com um serviço caótico para os usuários. Se a impaciência do governador resolver o problema crônico do ferry, talvez seja interessante que ele perca a paciência também com o fato de o estado liderar os rankings de homicídios, analfabetismo, pobreza e desemprego. Fica a dica.

Divórcio

Por outro lado, integrantes da base governista, dizem que Jerônimo citou nominalmente a Agerba porque a direção da agência fiscalizadora está sob a influência do senador Angelo Coronel (PSD), o aliado mais inimigo do PT na atualidade. Segundo interlocutores, o governador está decidido a enfraquecer todos os espaços que o senador ainda detém na estrutura do Estado a fim de acelerar o divórcio político que já é dado como certo pela cúpula petista.

Todo poderoso

Tem causado constrangimento entre caciques governistas a participação de David Loyola, irmão do secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola (PT), em reuniões com prefeitos e autoridades em órgãos do Estado. Fontes governistas dizem, sob anonimato, que David tem atuado como um "braço informal" do irmão junto à base petista. Inclusive, ele chega a despachar no Hospital Costa das Baleias, em Teixeira de Freitas, de onde é natural, com poderes de direção na unidade de saúde. Vale lembrar que David não tem cargo na estrutura do Estado, o que justamente tem incomodado lideranças da base. Muitos veem a situação como uma tentativa de Adolpho ampliar seus poderes na gestão estadual.

Síntese

Em Brasília, é cada vez mais comum o uso de uma expressão que surgiu com um ministro palaciano, mas que já virou a síntese mais óbvia sobre o andamento do governo Lula 3: “está tudo sob controle, só não sabemos de quem”.

Coincidência

E a piada pronta da semana na Assembleia Legislativa é se o afastamento do presidente Adolfo Menezes (PSD) fazia parte das comemorações dos 45 anos do PT, celebrados, pela coincidência do destino, no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal vetou o terceiro mandato do pessedista.

Atrasado

O governador Jerônimo pediu regime de urgência à Assembleia Legislativa para a aprovação de um projeto de lei que pretende criar o Programa Bahia Alfabetizada. A medida vai no vácuo de uma ação similar do Ministério da Educação, mas só chegou à Bahia um ano e meio depois do decreto federal que instituiu o “Compromisso Nacional Criança Alfabetizada”. Com o pedido de urgência, Jerônimo não só admite que chegou atrasado, e agora tem pressa, como inviabiliza regimentalmente a discussão mais profunda do programa pelos deputados e profissionais da educação nas comissões temáticas da Assembleia.