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Coluna Pombo Correio
Publicado em 18 de agosto de 2023 às 05:47
Para cada problema, uma propaganda >
Não seria errado dizer que o departamento mais efetivo da segurança pública na Bahia é o da propaganda. As peças publicitárias espalhadas por Salvador e pelo interior do Estado nada têm a ver com a realidade dos fatos. A prova mais recente foi o Monitor da Violência mostrar que o estado lidera o ranking de mortes violentas no Brasil pelo quinto ano consecutivo. Somente nos seis meses iniciais deste ano, foram 2.515 mortes violentas, o que dá uma média de 13 mortos por dia. Com números próprios de uma guerra civil, há quem aposte que o governador vai intensificar os investimentos… em propaganda.>
Sem propaganda>
Embora a propaganda do governo negue, os números apresentados pelo Monitor da Violência são alarmantes. Os dados apontam que os homicídios na Bahia foram quase 30% a mais do que o Rio de Janeiro (1.790 casos), que vive uma nova onda de violência, e superam inclusive a quantidade de mortes em toda a região Sul do país no primeiro semestre (2.202 casos). >
Fortunato baiano>
Um certo apresentador de televisão da Bahia tem sido comparado ao icônico personagem Fortunato no filme Tropa de Elite, interpretado pelo ator André Mattos. A comparação não é à toa: a semelhança entre ficção e vida real é gritante! Enquanto Fortunato provocava risadas com sua eloquência ao falar da segurança pública nas telonas, aqui o apresentador baiano parece ter se inspirado no personagem e tem, nas últimas semanas, exagerado nas frases de efeito, na verborragia e na defesa quase que intransigente do governo do estado e do governador Jerônimo Rodrigues (PT), bombardeado pela crise de violência que assola a Bahia. O problema é que, pelo menos nas redes sociais, as pessoas já perceberam o enorme abismo entre o discurso do Fortunato baiano e a realidade, com a escalada da insegurança. Agora, resta saber se os interesses do apresentador são os mesmos do personagem fictício...>
Lágrimas de crocodilo>
Após perder a liderança de seu horário e não conseguir mais recuperar, o tal apresentador de TV vem choramingando por todos os cantos. Diz que está cansado e reclama de colegas de trabalho. Há até quem diga que a abordagem cada vez mais sensacionalista que tem adotado não passa de uma tentativa desesperada de recuperar a liderança, por enquanto sem sucesso. Que fase...>
Pombinhos discretos>
Um empresário e uma executiva do governo estadual têm sido vistos em ambientes discretos. Muitas vezes almoçando de mãos dadas em clima de romance. Ele recém-separado e ela ainda comprometida. Não sabemos se é só amor ou se tem também negócios nessa relação.>
Manobra>
Nos corredores da Assembleia Legislativa (ALBA), há quem garanta que está tudo sendo pavimentado para a reeleição do presidente Adolfo Menezes (PSD), possibilidade hoje considerada inconstitucional. A dúvida agora é como vai ser, se vai desfazer a regra da reeleição via projeto de lei ou se seguirá uma brecha do Supremo Tribunal Federal (STF). Quem não gostou nada disso foi a deputada Ivana Bastos (PSD), que sonha com o cargo, mas está cada dia mais distante da cadeira. >
Apuração limitada>
Ainda na ALBA, a CPI da ViaBahia foi barrada mais uma vez. Embora desejassem uma apuração mais profunda, os parlamentares que lideram o debate chegaram a propor uma CPI para investigar apenas o serviço prestado pela empresa no estado, e não o contrato de concessão, que é federal, de forma a tentar emplacar a comissão. Mas não vingou, pelo menos por enquanto. Na Polícia Federal nesta semana, quando um grupo de deputados foi pedir uma apuração, a orientação foi a seguinte: aguardem o laudo do Tribunal de Contas da União (TCU) e acionem o Ministério Público Federal (MPF).>
Professor malvadeza>
O governador Jerônimo Rodrigues, professor de formação, vem sendo chamado nos bastidores de “professor malvadeza” porque se recusa a pagar o montante dos precatórios aos profissionais de educação da Bahia com juros e correção. No projeto enviado à Assembleia Legislativa, o petista diz que só pretende pagar 60% da parcela correspondente a 2023. A estimativa da classe é que, sem o pagamento integral, os professores deixam de receber cerca de R$ 1 bilhão. “O que me parece é que Jerônimo quer contrastar com a trajetória de Rui Costa, que foi perversa com as educadoras, mas precisa fazer isso, sob pena dele começar a ser chamado de ex-professor”, bradou uma liderança durante as mobilizações esta semana no Legislativo estadual. >
Bancada da fuga>
Professores também reclamaram da falta de empenho político da base do governo nas negociações, a exemplo da bancada da maioria que desapareceu do plenário na sessão da última terça-feira, enquanto os deputados de oposição queriam discutir o assunto. Foi preciso uma chamada nominal do presidente da Casa e uma pressão do bloco de oposição para que uma parte dos jeronistas desse as caras, mesmo assim não houve um sequer que defendeu o pagamento integral dos precatórios com juros e correção. >
Negócio de bilhões>
A notícia da venda da fábrica da Ford em Camaçari ao governo da Bahia esta semana despertou certa curiosidade. Primeiro porque os termos e valores da negociação não foram divulgados, mas sobretudo porque não se tem notícia de que a Ford algum dia tenha comprado a área. O contrato que trouxe a fabricante norte-americana à Bahia incluía, além de generosos incentivos fiscais, uma concessão do espaço para o polo automotivo. Quando decidiu encerrar as atividades em 2021, a Ford precisou indenizar o Estado em cerca de R$ 2 bilhões. Agora, ao que parece, está recebendo uma fatia de volta.>