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Pombo Correio
Publicado em 24 de janeiro de 2025 às 05:00
A trapalhada do ministro >
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), cometeu uma verdadeira trapalhada nesta semana ao falar em “intervenção” para baratear os preços dos alimentos e acabou gerando uma nova crise para o governo Lula, ainda cambaleante após o caso do Pix. O tropeço de Rui rendeu ao governo uma série de críticas da oposição, e mais uma vez permitiu que viralizasse uma declaração do deputado federal Nikolas Ferreira (PL). Ministros precisaram entrar em ação para dizer que não era bem assim, mas o estrago já estava feito. O mais curioso é que a “operação Tabajara” de Rui veio após Lula dizer, em reunião ministerial, que toda medida que crie confusão deve passar pela “Presidência da República através da Casa Civil”.>
Tratorada vermelha>
Parlamentares do PSD no estado acompanham com muita atenção o que chamam de “tratorada do PT” na base aliada. Internamente, a avaliação é que o partido vai mesmo perder a vaga do senador Angelo Coronel (PSD) na chapa majoritária de Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026 em detrimento do ex-governador e ministro Rui Costa. Deputados pessedistas comentam reservadamente que o próprio senador Otto Alencar, presidente do partido no estado, já admite a aliados mais próximos que será difícil para o PSD manter a vaga. Inclusive, em uma entrevista nesta semana, Otto afirmou que “nós não vamos sair da aliança, haja o que houver”. Para muitos, a declaração foi interpretada como um “jogou a toalha” do cacique pessedista.>
Derrota tripla?>
A preocupação maior, agora, de lideranças do PSD é com outros espaços conquistados pelo partido nos últimos anos, a exemplo da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e da União dos Municípios (UPB). Entre as duas, a entidade municipalista já é considerada perdida, visto que o prefeito de Andaraí, Wilson Cardoso (PSB), amigo pessoal do senador Jaques Wagner (PT), já conquistou a maioria dos apoios. Caso perca a Alba, o PSD pode sofrer uma derrota tripla para o PT na disputa interna por espaços na base aliada.>
Inimigo>
Embora o governador Jerônimo tenha dito que vai se manter distante da eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, a ordem dentro do governo é tratar o senador Angelo Coronel (PSD) como “inimigo” e fazer o que for preciso para impedir que o filho dele, o deputado estadual Angelo Filho (PSD) vença a disputa para a 1ª vice-presidência da Casa no confronto direto que pode ocorrer contra o parlamentar Rosemberg Pinto (PT). Além de antecipar o debate sobre a formação da chapa majoritária, prevendo uma composição puro sangue e excluindo antecipadamente o PSD, o PT mira também uma manobra jurídica para tomar o controle do Legislativo, atropelando o espaço que a legenda de Coronel já ocupa hoje com Adolfo Menezes.>
O trio falhou>
As últimas três administrações do PT na Bahia falharam em sequência nas ações de saneamento básico para drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, medida que é avaliada por especialistas como crucial para prevenir e/ou atenuar os efeitos das fortes chuvas, como a que se viu pelo interior do estado nas últimas semanas. De acordo com uma análise da 1ª Coordenadoria de Controle Externo do TCE-BA, entre 2013 e 2024 – período que atravessa as gestões de Jaques Wagner, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues – os R$ 624,5 milhões aplicados representaram menos de 25% do orçamento total previsto. E mais, apenas cinco cidades receberam recursos estaduais para implantação de sistemas de macrodrenagem, enquanto municípios como Ilhéus, Jaguaquara, Ibicaraí, Itabuna, Itaquara e Teolândia, que historicamente são afetados por fortes chuvas, não receberam investimento estadual no período analisado.>
Exposta a riscos>
Segundo a auditoria, os indicadores propostos pelo Plano Estadual de Manejo de Águas Pluviais e Esgotamento Sanitário (PEMAPES), bem como suas metas, não foram monitorados e estão desatualizados. A situação fez a Bahia aparecer numa nota técnica publicada pelo Governo Federal na 5ª posição entre estados brasileiros com maior número de municípios suscetíveis aos riscos geo-hidrológicos e na 1ª posição quanto ao percentual da população exposta a esses riscos. O TCE já recomendou que o relatório da auditoria seja submetido agora ao crivo dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa.>
Casos de família>
O ex-prefeito de Ilhéus Mario Alexandre (PSD), o popular Marão, pode “tomar” o lugar da esposa, a deputada estadual Soane Galvão (PSB), nas eleições de 2026. O plano dele era disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas, como não conseguiu eleger seu sucessor na cidade do Sul baiano, acabou enfraquecido. Segundo pessoas próximas, Marão tem ponderado que pode mesmo disputar a eleição para deputado estadual no lugar da esposa. A jogada, contudo, enfrenta resistência de Soane, que não gostou nada da ideia e quer concorrer à reeleição. Por enquanto, ainda não há sinal de consenso entre os dois.>
Trampolim>
O ex-prefeito de Irecê Elmo Vaz (PSB) tem feito de tudo para assumir a presidência da Embasa a fim de fortalecer sua futura candidatura a deputado federal. Embora tenha conseguido fazer seu sucessor na cidade, Elmo não elegeu o número de prefeitos que esperava na região de Irecê e saiu enfraquecido. Segundo fontes governistas, ele aposta na presidência da Embasa para viabilizar a candidatura pelo Avante, já que deve sair do PSB. O nome dele, entretanto, enfrenta resistências no governo, inclusive do PT.>
Rombo histórico>
A notícia de que o Governo da Bahia fechou o primeiro ano de gestão do governador Jerônimo Rodrigues com um rombo histórico de R$ 2,5 bilhões no orçamento deu o que falar. A informação, publicada nesta quarta-feira (22) pelo CORREIO, vem de uma auditoria feita pelo TCE mostrando que Jerônimo executou despesas acima do que tinha disponível em caixa. Para a bancada de oposição na Assembleia Legislativa, a notícia do rombo ajuda a explicar o volume excessivo de 15 empréstimos que foram pedidos pelo governador Jerônimo nesses dois anos iniciais de mandato. Assim que a informação ganhou as ruas, a comunicação do governo correu e disparou uma nota cheia de malabarismos para passar uma impressão diferente da realidade. Em tempo: o episódio mostrou que o governo é mais rápido na comunicação do que na Fazenda.>
Deu as costas>
Pelo menos 2.500 trabalhadores da rede estadual de Educação aparecem na folha de pagamentos do Governo da Bahia com salários abaixo do que determina a lei do Piso Nacional do Magistério. Metade desse efetivo, incluindo os do magistério indígena, atua sob contrato temporário via regime especial (Reda). O descumprimento só amplia a insatisfação da categoria com o governador Jerônimo, que é professor de formação e ex-secretário de Educação, mas que deu as costas para os pares quando sentou na cadeira de governador. Vale lembrar que Jerônimo já atacou a classe no caso em que defendeu a aprovação automática dos estudantes. “Fico muito triste, como governador e como professor, quando vejo professoras e professores reprovando alunos. Não pode ser um educador que tenha que dizer no final do ano ‘você está reprovado’. Quando se reprova, é a escola que está reprovada”.>