Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Pombo Correio
Publicado em 1 de novembro de 2024 às 05:00
Demissão em massa >
Aconteceu o que todo mundo já esperava após a eleição em Lauro de Freitas: a prefeita de Moema Gramacho (PT) vem promovendo uma verdadeira demissão em massa nos últimos dias. Fontes da coluna garantem que a leva de demissões já chegou à casa dos milhares, tanto em secretarias quanto de funcionários terceirizados por meio de cooperativas. Como a estratégia do empreguismo às vésperas das eleições não deu certo, visto que o grupo da prefeita perdeu para Débora Regis (União Brasil), agora Moema decidiu botar todo mundo para fora.>
Olha o Gelo!>
A fábrica de memes do governador Jerônimo Rodrigues (PT) atacou novamente. Após comparar, recentemente, a crise de violência a uma “gripezinha”, o petista disse nesta quinta-feira (31), na reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores para discutir segurança pública, que tem o sentimento de que está “enxugando gelo”. Ele citou investimentos realizados na área, mas afirmou que “os resultados são menores do que esperávamos”, o que representa uma contradição, já que o próprio governador vem comemorando os índices de segurança no estado. A dúvida é se os governadores dos estados que conseguiram reduzir drasticamente as taxas de violência, a exemplo de Goiás, também têm a sensação de que estão enxugando gelo.>
Prioridade petista>
Se o governador Jerônimo Rodrigues se esforçasse tanto para mobilizar as forças de segurança pública para combater o crime organizado, como fez nas eleições em Camaçari, talvez a Bahia não fosse disparada o estado mais violento do Brasil. Nos últimos dias do segundo turno na cidade, o petista mobilizou seus comandantes, mas não para combater o crime e sim perseguir adversários políticos, como denunciou a oposição. Na delegacia da cidade, dezenas de pessoas, todas vestidas de azul, foram detidas.>
Farda constrangida>
Em Camaçari, vale ressaltar que os policiais militares envolvidos na operação de guerra montada por Jerônimo estavam visivelmente constrangidos. Em conversas entre eles, os agentes não esconderam a insatisfação por terem sido submetidos a situações como as vistas na cidade.>
Piada parental>
Virou motivo de piada na Câmara Municipal a indagação da vereadora Marta Rodrigues (PT) contra a aprovação do empréstimo para a prefeitura de Salvador renovar a frota de ônibus da cidade. Isso porque o seu irmão, governador Jerônimo Rodrigues, vive uma verdadeira farra de empréstimos no governo do estado, com operações de crédito que sequer apontam qual será a destinação dos recursos. Em termos de comparação, o valor requerido pela prefeitura e aprovado na sessão na última quarta-feira foi de R$ 264 milhões, enquanto Jerônimo já chegou à casa de R$ 13 bilhões em menos de dois anos de governo.>
Democracia relativa>
Ainda sobre Camaçari, a frase “a democracia venceu” dita por Jerônimo Rodrigues após seu grupo vencer a disputa na cidade pegou muito mal até mesmo entre os petistas mais raízes. A avaliação, até mesmo na ala mais à esquerda, é que a declaração do governador beira o despotismo, já que, na visão dele, só é democracia se o seu candidato for o vencedor do pleito.>
Ressuscitador>
Ainda sobre os empréstimos de Jerônimo, uma coisa mais grave chama a atenção: em pelo menos dois projetos enviados à Assembleia Legislativa, ele pede para “ressuscitar” operações de crédito feitas por Jaques Wagner e Rui Costa, ambos do PT, sendo R$ 800 milhões e US$ 400 milhões em 2014 e 2015, respectivamente. Na prática, Jerônimo queria usar a carta de autorização que seus antecessores tinham na gaveta, mudando a destinação do objeto. A manobra deixou no ar uma suspeita profunda: os empréstimos aprovados dez anos atrás nunca foram usados?>
Manobra nos números>
Após as eleições, o grupo petista no estado tem feito manobras e mais manobras para tentar dizer que saiu vitorioso. A celebração é que, segundo as contas do governo, Jerônimo elegeu 309 prefeitos, considerando os partidos de sua base. O problema é que, em muitos casos, prefeitos eleitos por partidos do grupo tiveram a oposição de Jerônimo durante a campanha eleitoral. Entre as maiores cidades, vale citar os exemplos de Brumado, Bom Jesus da Lapa e Itapetinga, onde os vencedores integram legendas do arco de alianças do PT, mas o governador fez campanha contra eles. Ou seja: o próprio Jerônimo os considera adversários. Há quem diga que são dezenas de casos parecidos. Na prática, os números não são bem os divulgados pelo PT. >
Balanço positivo>
O fato é que, apesar da derrota em Camaçari no segundo turno, a oposição conseguiu manter muitos espaços e até avançar em grandes e médias cidades, a exemplo das vitórias em Lauro de Freitas, Ilhéus, Casa Nova e Santo Estêvão. Até mesmo em Camaçari, a disputa foi muito mais acirrada do que a cúpula governista imaginava. Entre médias e grandes cidades onde a eleição foi estadualizada, o grupo do PT acabou sendo derrotado. O balanço da disputa, avaliam lideranças oposicionistas, é muito positivo e evidencia o desgaste de Jerônimo e do próprio modelo do PT, que vai chegar a 20 anos de governo em 2026.>
Grito de liberdade>
Voltando a Bom Jesus da Lapa, o deputado estadual Eures Ribeiro (PSD), eleito prefeito, deu um verdadeiro grito de liberdade. Em entrevista à imprensa, o pessedista disse que o PT “quis acabar comigo”, avisou que vai voltar para “consertar a desgraça que o PT fez na Lapa” e cobrou respeito do governo com os aliados. O recado foi dado.>
Buraco>
O alívio pelo fim do contrato de concessão da ViaBahia não demorou muito. Vários municípios perceberam que pode ocorrer um verdadeiro buraco existencial nos termos de compromisso que foram rascunhados com a concessionária prevendo intervenções que impactam diretamente a infraestrutura de suas cidades. E até agora não se sabe se o governo federal também assumirá o que a empresa havia pactuado com os municípios. Alguns desses termos envolviam a seção de terrenos públicos para viabilizar a realização de tais investimentos, que agora estão mais no campo da dúvida do que da certeza. Um prefeito bem-humorado ironizou a situação: “até saindo a ViaBahia deixa um buraco”.>