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A gravidez bombástica, os calafrios dos petistas com a desaprovação de Lula e o pragmatismo dos prefeitos

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 4 de abril de 2025 às 05:00

Desaprovação do governo Lula tem tirado o sono do grupo petista
Desaprovação do governo Lula tem tirado o sono do grupo petista Crédito: Ton Molina/ Estadão Conteúdo

Casos de família

No Extremo Sul da Bahia, uma situação que começou como caso de polícia agora parece se tornar, também, um caso de família. A advogada Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis presa por suspeita de facilitar fuga de 16 detentos, entrou com uma ação contra um ex-deputado federal da região. Ela diz estar grávida do ex-parlamentar, que inclusive se casou recentemente com outra mulher, e cobra o pagamento de uma pensão para cobrir as despesas com a gravidez. O caso corre em segredo de justiça, mas já começa a circular no Extremo Sul.

Calafrios

A nova rodada da pesquisa Quaest/Genial, que mostrou uma desaprovação histórica de Lula com 56% contra apenas 41% de aprovação, provocou calafrios em petistas baianos que sempre ancoraram suas campanhas eleitorais nos bons indicadores de popularidade do presidente. A tendência de alta na rejeição ao maior símbolo nacional do PT já vinha se desenhando nos levantamentos anteriores, mas agora agravada pelo detalhe de que mais da metade dos brasileiros acha que o país está na direção errada. Assim, a fórmula de atrelar o palanque estadual ao nacional pode provocar um efeito reverso em 2026, puxando para baixo em vez de alavancar.

Temporal à vista

Nos bastidores do próprio governo, há uma expressão que resume o cenário de crescente desaprovação de Lula: “vem um temporal aí”. Segundo governistas, é por isso mesmo, que o governador Jerônimo Rodrigues corre desesperadamente para atrair prefeitos a fim de reduzir o prejuízo que já imagina ter na transferência de votos do presidente em 2026. Nas palavras de um interlocutor do governo, “quando você sabe que vai chover, começa a consertar o telhado antes”. A ansiedade de Jerônimo na adesão de prefeitos quase dois anos antes das eleições deixa transparecer que, no PT, ninguém dorme tranquilo com Lula descendo a ladeira.

Pragmatismo

É nessa janela de ansiedade que muitos prefeitos estão se aproximando do governador sob a ótica do pragmatismo político. Sabendo que Jerônimo tropeça na gestão, mas aposta todas as fichas na política, a turma se aproxima para garantir recursos e investimentos estaduais que os caixas das prefeituras não conseguem dar conta, sem necessariamente que isso represente compromisso antecipado com sua reeleição. O raciocínio é simples: sem afago, não tem verba. Essa foi a tônica de várias rodas de conversas reservadas de gestores na última sexta, durante a posse da nova diretoria da UPB. Até que 2026 tome forma, os gestores vão continuar apertando a mão do governador e aguardando para onde a bússola política da expectativa de poder vai apontar.

Amnésia conveniente

Depois de um tempo sumida após o baque sofrido nas eleições do ano passado, a ex-prefeita de Lauro de Freitas Moema Gramacho (PT) começou a botar as caras. Nesta semana, ela foi para um grupo de WhatsApp na cidade para dizer que ia resolver o imbróglio de uma obra do governo do estado no município, cujo atraso tem gerado revolta na população, e aproveitou para criticar a prefeita Débora Regis (União Brasil), que completou apenas três meses de gestão. Moema só esqueceu de dizer que a intervenção foi iniciada na gestão dela e que, por longos meses, sofreu com atrasos e interrupções, sem que a ex-prefeita fizesse nada para resolver. Resultado: Moema recebeu uma enxurrada de críticas da população. Convenhamos: é brincar demais com a memória do povo, né?

Calote vermelho

Por falar em Moema, a ex-prefeita ficou com fama de caloteira entre empresários que prestaram serviço durante a gestão dela. Parlamentares que conversaram com alguns prestadores confidenciaram que a insatisfação é grande. Alguns relataram que ficavam até oito meses sem receber pela prestação dos serviços. Outros contaram que Moema deixou a prefeitura com vários meses em atraso, mesmo com os serviços tendo sido executados.

Democracia e ameaça

Setores do PT baiano começaram a engrossar o tom contra a candidatura do deputado Júnior Muniz para a 1ª vice-presidência da Assembleia Legislativa. Por maioria, a bancada do partido encaminhou a candidatura de Fátima Nunes, que não reúne os 32 votos válidos para ser eleita nem se fosse candidata única. Independente da benção da legenda, Muniz alega ter o direito regimental de disputar a cadeira, aspecto desprezado por petistas mais radicais, que já falam em acusação de infidelidade partidária, machismo e até expulsão do correligionário. Como se sabe, a candidatura de Muniz tem o apoio do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano e, por isso mesmo, não terá interferência do governador Jerônimo. Assim, por mais uma semana, a votação foi adiada.

Inema sucateado

Servidores do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) andam fazendo queixas públicas contra o sucateamento do órgão. Além da perda de profissionais por falta de valorização nos últimos anos, as coordenações contam com diversos problemas. Durante um evento público na Assembleia Legislativa, eles denunciaram que o setor de segurança de barragens é coordenado por uma nutricionista e que uma das coordenações do Inema está há mais de um ano sem chefe. A situação, dizem eles, é caótica.

Da água para o vinho

A mudança da água para o vinho do posicionamento político do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Junior Marabá (PP), tem gerado revolta na população local, que reelegeu o pepista por 83,52% dos votos válidos no ano passado. Eleito com discurso antipetista, que é majoritário na região Oeste, o prefeito agora tem feito elogios ao governador Jerônimo Rodrigues e, pasmem, até ao presidente Lula (PT). A revolta é geral e chega até ao agronegócio, setor ao qual ele sempre foi ligado e que tem críticas históricas aos governos petistas pela falta de apoio suficiente para o desenvolvimento da região. Em comentários nas redes sociais e em conversas na cidade, a queixa contra Marabá é quase unânime.

Suicídio político

Reservadamente, integrantes do setor agropecuário lembram que o aeroporto da cidade, conhecida como capital do Matopiba, ainda não tem estrutura para receber aeronaves maiores e que muitas estradas e pontes foram feitas pelos próprios produtores. Argumentam, ainda, que recorrentemente as gestões do PT atacam o Agro e são coniventes com as invasões de terra conduzidas pelo MST. Sem contar que Luís Eduardo Magalhães foi uma das poucas cidades da Bahia onde o ex-presidente Bolsonaro venceu em 2022. Diante disso tudo, a avaliação é que movimento do prefeito é considerado um “suicídio político”.