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Paula Theotonio
Publicado em 22 de dezembro de 2024 às 05:00
Tenho lido ultimamente que dezembro é uma grande sexta-feira, com suas festas, confraternizações e a antecipação pela desaceleração do sábado do ano, que seria janeiro. Mas estou mais inclinada a pensar que se trata mesmo é de uma longa quinta-feira, quando precisamos equilibrar as saídas noturnas com os compromissos da manhã seguinte, o corre-corre dos fechamentos, e-mails chegando a cada segundo e a sensação de que talvez não dê tempo de fazer tudo.
No crepúsculo dessa eterna quinta, inclusive, chega finalmente a véspera de Natal; e com ela, os preparativos para a tão esperada ceia, com seus sabores e trocas de presentes. Apesar de ser um convite ao relaxamento e às boas conversas, o vinho não é jamais o protagonista desse jantar festivo. Ele é o coadjuvante perfeito, que favorece bons momentos e tem o dom de deixar as comidas ainda mais saborosas. Escolhê-lo, portanto, não deveria ser fonte alguma de estresse no turbilhão de preparativos que antecedem o tão esperado momento à mesa.
Como minha intenção aqui é viabilizar o vinho em sua ceia (ou em qualquer evento de dezembro), vou compartilhar o que eu certamente terei à minha mesa. E as palavras-chave são frescor e versatilidade.
Versatilidade porque são tantas as receitas, entre tradicionais e aquelas especiais da família, que eu seria incapaz de indicar um vinho para cada preparo. Além disso, quero que minha mãe e avó – que só bebem vinhos docinhos – sintam-se incluídas nesse momento. Frescor, pois é início de verão; e também porque essa característica sensorial ajuda a tornar as comidas mais gordurosas do natal mais palatáveis. Com essas qualidades há uma infinidade de opções, e você pode escolher a que mais faz sentido para sua cultura alimentar, paladar e bolso.
PARA RECEBER
Muitas famílias católicas só servem a ceia tarde da noite. Para beliscar com uma tacinha na mão, espumantes e até mesmo frisantes suaves e meio secos são ideais. Para harmonizar com panetone de frutas secas e sobremesas leves e geladas, os moscatéis são curinga.
BRANCOS COM MAIS CORPO
Para ceias com predominância de aves, bem como preparos condimentados, agridoces, leves e untuosos, eleja brancos mais encorpados e/ou com alguma passagem por barricas.
CARNE VERMELHA NA CEIA
Tintos mais encorpados, com até 14% de álcool, são perfeitos para uma noite com churrasco ou carnes condimentadas com molhos intensos.
ROSÉS FRUTADOS
Os rosados, que unem frescor e um toque a mais de estrutura, são perfeitos para comidas de dendê e preparos com carnes de porco.
TINTOS LEVÍSSIMOS
Para quem não abre mão do tinto, mas quer versatilidade e frescor, deve optar por opções de corpo mais leve. Pinot Noir, Gamay, Cinsault, Criolla Chica/País brilham no Natal.