Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Osmar Marrom Martins
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 10:26
O Carnaval de 2025, além de comemorar os 40 anos da Axé Music, também marca os 45 anos da banda Cheiro de Amor, que realiza um grande show nesta, quinta-feira (23), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. A Cheiro de Amor vai gravar o novo audiovisual com a cantora Raquel Tombesi e vai receber convidados para lá de especiais: Alinne Rosa, Vina Calmon, Carla Visi, Laurinha Arantes (a primeira vocalista) e Serginho Pimenta, que irão mostrar toda a riqueza da história da banda.
Nessa comemoração, uma ausência chamou atenção: Márcia Freire. Ela estava no comando da banda no auge da Axé Music, gravando sucessos como Rebentão, Canto ao pescador, É um Auê, entre muitos hits. Só que Márcia disse não ao convite feito pelos queridos irmãos gêmeos Ricardo e Rafael Cal, da OK Prroduções. Essa negativa causou estranheza, até porque, há dez anos, quando o Axé completou 30 anos e o Canal Viva da Globo gravou uma série de dez programas com os principais nomes da cena, Márcia já estava fora da Cheiro de Amor e aceitou o convite.
Depois que o “não” dela chegou ao público, o CORREIO foi entrevistá-la para saber qual o real motivo da recusa.
“Depois de eu ser chamada de velha, não poderia aceitar essa homenagem do Cheiro”, disse Márcia.
"Eu nem sabia que ia haver tanta polêmica porque eu não aceitei o convite. Enfim, todos ficaram sabendo que uma vez a Destaque (produtora do Carnatal na capital do Rio Grande do Norte) queria fazer uma homenagem pra mim no Carnatal e essa homenagem causou um problema muito forte com o Cheiro de Amor. O Cheiro ligou pra lá [Windson Silva, sócio fundador da banda] entrou na minha página pra me esculhambar e falou depois com Carla, que é minha irmã, que agora ia ser eu ou ele. Causou uma polêmica tão grande para essa que seria uma homenagem da Destaque", disse Márcia sobre o empresário.
"Dali eu soube que a máscara dele havia caído porque, até então, eu ia para todas as participações do Cheiro de Amor. Inclusive participações onde Carla Visi e nem Aline [Rosa] foram, eu fui com Vina [Calmon], deixei de ganhar dinheiro em uma quinta-feira de Carnaval que eu tinha um show de valor bom, e eu disse que o Cheiro havia me pedido (Windson), e fui fazer com Vina perdendo dinheiro e tudo. Enfim, tudo que ele pedia eu fazia.
Márcia disse que esse episódio do Carnatal foi a gota d´água para que ela deixasse de participar das homenagens ao Cheiro.
"Depois que ele fez isso com uma homenagem tão singela que a Destaque fez pra mim, com o maior carinho, e ele fez essa confusão toda, eu não iria aceitar de jeito nenhum. Depois que ele me chamou de velha, que ele disse que agora ia ser eu ou ele, que ele fez uma confusão. Ele só, não, todos, entraram na minha página pra falar. Eu não vou aceitar essa homenagem. Eu não vou aceitar. Eu já perdoei, mas perdoar não é esquecer. Eu fiquei muito desapontada e eu não quero essa homenagem. Por que que ele está fazendo essa homenagem depois que ele me esculhambou tanto, entrou nas minhas páginas e falou mal de mim, falou que eu era velha? Eu não vou aceitar e acho que tenho esse direito. E não é por causa de ego inflado. Não é de raiva ou mágoa. Não mais raiva e nem mágoa, mas decepcionadíssima. Por isso não vou pra lá.
Márcia disse que não conseguiu relevar as divergências e participar dessa celebração junto com os outros vocalistas.
"Relevar essa divergência...Eu já o pedoei, não tenho mágoas. O Cheiro passou, esse não é meu Cheiro. Meu Cheiro ficou pra trás com Totó, Manoel, Zé de Henrique, Marinho, com toda essa galera. Esse Cheiro de agora não é o meu Cheiro. Elas aceitaram cada uma com seus processos com a banda Cheiro de Amor, é um direito delas, e eu tenho os meus. Enfim, eu não iria me sentir bem. Eu hoje prefiro não fazer por falta de sintonia com as pessoas. Por isso, prefiro não fazer. É um direito meu!", diz.
Márcia falou do tempo que ficou à frente da Banda Cheiro de Amor e o que motivou sua saída na época.
"Eu passei mais de doze anos na banda Cheiro de Amor. Depois Carla Visi assumiu. Em seguida eu voltei e passei mais quatro anos e Aline entrou em meu lugar. Quando eu sai, Totó (irmão de Windson) já tinha morrido, já era Windson que estava na banda. Manuel continuava e eu queria fazer novos projetos. Eu queria assumir minha carreira, eu queria coisas que eles não queriam, ai eu preferi sair. Eu estava a fim de fazer uma outra coisa e também ser proprietária do meu próprio trabalho, ter o direito de dizer sim ou não e está vinculada mim mesmo e as pessoas que saíram comigo.
Márcia falou como é sua relação com as cantoras da banda: Carla Visi, Alinne Rosa, Vina Calmon.
"Eu não tenho nenhum problema com as cantoras. Gosto demais de Aline, de Carla Visi, de Vina, a Raquel eu não conheço. Todas são boas cantoras. Laurinha também. Eu tenho certeza que vai ser uma festa bonita, mesmo porque os meninos (Ricardo e Rafal que são da produtora OK) eu tenho o maior carinho por eles. Por Walter, por Beto Loiro e todos que trabalham na banda Cheiro de Amor eu tenho um carinho especial por elas. Eu não estou indo por causa de polêmica ou de ego, não. Já expliquei que não estou indo porque não iria me sentir bem com essa homenagem. Mas elas vão arrasar porque elas são maravilhosas e não tenho nenhum problema com as meninas", revelou.
Procurado pelo CORREIO, Windson Silva disse que não foi contra uma homenagem a Marcia Freire, mas que pediu que também fosse feita uma celebração à banda Cheiro de Amor.
'A minha crítica, em momento nenhum, foi à Márcia Freire. O que eu contestei a Destaque foi ter feito os 25 anos do Carnatal sem a banda Cheiro de Amor, no site da Destaque e na postagem de Claudio Porpino, que era o presidente do bloco Caju com Sal, e eu contestei dizendo que não era correto', diz Windson.
'A vida toda, tudo foi feito pelo Cheiro de Amor, e eles estavam simplesmente não homenageando quem de fato deveria ser homenageado. Mas em momento nenhum questionei a presença de Márcia Freire, porque ela também deveria ser homenageada'.