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O "Fui, querido" de Rui Costa, os demissionários de Jerônimo e a pesquisa gelada do PT em Salvador

Ex-governador da Bahia vira motivo de piada no Congresso

Publicado em 22 de setembro de 2023 às 05:00

Petista se recusou a responder sobre crescimento da violência na Bahia Crédito: reprodução 

Fui, querido

No Congresso Nacional, a piada da semana foi o “fui” dito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ao abandonar uma coletiva de imprensa por se recusar a comentar sobre a escalada da violência na Bahia quando questionado por um repórter. Em Brasília, parlamentares compararam a fala do ministro ao “Tchau, querida” da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e chamaram a nova versão de “Fui, querido”. Entre os mais ácidos, já há quem chame o ministro de “Fui Costa”. Que maldade…

Demissionários

Após quase 20 anos de PT no poder na Bahia, nunca os conflitos internos estiveram tão acirrados. Dois ex-assessores próximos ao ministro Rui Costa pensam agora em pedir demissão e mudar para Brasília com o ex-chefe. Sentem-se desprestigiados e perseguidos pela turma do senador Jaques Wagner (PT). E isso com a simpatia do governador Jerônimo Rodrigues, que parece não ser fã de nenhum dos dois. Apesar do desgaste, a maioria acha que é apenas jogo de cena da dupla. “Duvido que larguem a boquinha e o gordo orçamento das pastas que ocupam”, aposta uma influente fonte governista. Alguém arrisca o nome dos dois “demissionários”?

Pesquisa gelada

Uma pesquisa para consumo interno feita pelo PT em Salvador caiu como um banho de água fria. Quem viu o levantamento disse que o prefeito Bruno Reis (União Brasil) lidera, com folga, em todos os cenários. Além disso, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) aparece com rejeição elevada na capital baiana e, segundo interlocutores, "ficou claro que ele vai atrapalhar mais do que ajudar". Diante da conjuntura, petistas influentes defendem a candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) com o deputado estadual Robinson Almeida (PT), já lançado pré-candidato, como vice.

Na lupa do MP

O Ministério Público ampliou a lupa sobre a Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento do Estado (Sihs) e a Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento (Cerb). O MP já vinha investigando a atuação de ambas, mas agora estuda entrar com uma ação por conta do uso da máquina pública para favorecimento pessoal de integrantes do MDB. O MP vê irregularidade na presença quase permanente do presidente de honra do partido, Lucio Vieira Lima, nas dependências da secretaria e da companhia para a realização de reuniões, que comumente são divulgadas nas redes sociais. Promotores já têm um dossiê com farto material comprovando os atos. A ação já está engatilhada.

Amor livre

Uma mesa chamou atenção essa semana em um badalado restaurante de Brasília, filial de uma rede de São Paulo, recentemente inaugurado na capital federal. No começo da noite, um conhecido empresário baiano da construção civil e uma acompanhante loira estavam aos beijos. Lá pelas tantas, chega um parlamentar, também baiano, e se junta ao que parecia um casal de pombinhos. O que causou perplexidade aos presentes é que o empresário pagou a conta e saiu. Não demorou cinco minutos e a acompanhante já se agarrava com o parlamentar. Detalhe é que o empresário e o parlamentar são amigos e casados.

Tempo livre

Ignorado pelo PT e sem prestígio com empresários, o vice-governador Geraldo Júnior tem usado sua ociosidade para cobrar dos assessores a presença em eventos realizados principalmente na capital baiana. O vice-governador exigiu que os funcionários nomeados em seu gabinete façam um “pente fino” em todos os congressos, seminários, feiras e encontros que estão marcados para Salvador até o fim do ano. A partir da lista, os assessores ligam para os organizadores e recomendam a presença de Geraldo Júnior. Quando não conseguem a confirmação, o vice-governador recorre ao cerimonial para tentar uma vaga entre os convidados.

Tropa particular

Por falar em Geraldo Júnior, o vice-governador participou da reunião na Assembleia Legislativa em que a cúpula de segurança pública da Bahia apresentou aos deputados estaduais o que tem sido feito no enfrentamento à onda de violência. Mas a presença só foi figurativa, porque o emedebista não fez nenhuma deliberação em nome da gestão estadual. Nos bastidores do encontro, muita gente brincou que o vice já ajudaria bastante se devolvesse ao estado parte da tropa particular de policiais que tem a seu dispor.

Silêncio total

“Não se cale!” A Prefeitura de Ilhéus estampou a frase nas redes sociais numa campanha de combate à violência contra a mulher, mas preferiu fazer o contrário quando o secretário municipal de Cultura e Turismo, Fábio Manzi Júnior, foi preso em flagrante por violência doméstica. Passada uma semana, nem o prefeito Marão (PSD), nem a primeira-dama e deputada estadual Soane Galvão (PSB) ergueram a voz contra o fato. Soane, a propósito, é presidente da Comissão dos Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa e chegou a realizar uma audiência pública na cidade sobre o tema. Semanas depois, quando o episódio do secretário estourou, o silêncio virou regra.

Hello, Apple

A Secretaria de Educação da Bahia selou contrato com uma empresa para adquirir 285 notebooks ao custo de R$ 2.235.825,00, o que fez cada aparelho sair por R$ 7.845. Diante do orçamento, teve gente que ficou na expectativa de receber um Macbook, da Apple, mas não demorou muito para o pessoal tomar um choque de realidade. Primeiro porque as configurações do computador eram mais modestas e, segundo, porque com o item aparece nas lojas do segmento quase pela metade do preço.

Pense num absurdo

Deputados já defendem provocar o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a postura de certos membros do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no julgamento da vereadora de Lauro de Freitas Débora Régis (PDT). Os abusos são tamanhos que têm sido, por enquanto, uma pauta local, mas em breve o assunto pode se tornar uma pauta nacional.

Disputa no TJ

A disputa pela presidência do Tribunal de Justiça da Bahia começou a esquentar. Ao que tudo indica, a desembargadora Cynthia Resende, que já confirmou interesse no comando da Corte, terá o apoio do atual presidente, Nilson Castelo Branco. Agora, a dúvida é como vai se posicionar o grupo do desembargador Mário Alberto Hirs.