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Jornalismo sem comparação

O jornalismo de hoje enfrenta desafios que o jornalismo do passado não teve, em especial no rádio e na TV, com graus de dificuldade muito maiores

  • Foto do(a) author(a) Nelson Cadena
  • Nelson Cadena

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 05:00

Não há ponto de comparação entre o jornalismo praticado hoje, vamos chamar de jornalismo do século XXI, e o jornalismo praticado no século passado. Hoje é muito melhor em todos os aspectos; comparando aqui de propósito, para contrapor as críticas nas redes sociais de alguns jornalistas aposentados e de leitores qualificados, chamemos assim, que pregam a perfeição de textos e de narrativas, de estilos e de posturas. Eles - os do passado - nunca cometeram erros de ortografia, pontuação, de sintaxe, concordância, uso inadequado de pronomes, conjugação de verbos. Exerceram a profissão sem qualquer gafe, lapso, incorreção. Acreditam nisso e vestem a toga para julgar as novas gerações.

Quem exercia a profissão de jornalista, no século passado, se numa redação de jornal ou revista, contava com a escora, vou chamar assim, de um copidesque e uma equipe de revisores e mesmo assim, com esse suporte, os veículos impressos cometiam dezenas de erros de toda ordem. Os grandes jornais criaram as pílulas do dia seguinte, seções elencando os erros cometidos na edição do dia anterior. E para quem exercia a profissão em frente às câmeras, o suporte era o teleprompter, se em estúdio. No rádio, o noticiário tinha o suporte dos veículos impressos. Sem muito espaço para o improviso.

O jornalismo de hoje enfrenta desafios que o jornalismo do passado não teve, em especial no rádio e na TV, graus de dificuldade muito maiores, no exercício da profissão. O apresentador do noticiário de TV saiu da bancada e de uma mesa para andar pelo estúdio e passou a ter a liberdade de opinião, sem a camisa de força do teleprompter durante todo o noticiário, se expõe e desenvolveu habilidades do texto de improviso.

O repórter de rua tornou-se imperativo para atender as demandas do público e, assim como o apresentador, segue um roteiro, cumpre uma pauta e ele próprio investiga, entrevista, desenvolve uma narrativa, informa e esclarece. Improvisa. Comete um ou outro erro nessa tarefa. Não tem a obrigação de encarnar Ruy Barbosa ou Carneiro Ribeiro.

Além de todas essas competências, apresentadores e repórteres, nos meios eletrônicos, interagem com a sociedade, um desafio que o jornalismo do século passado não enfrentou. “Interagia-se” através das cartas dos leitores, devidamente controladas pela editoria, ou de telefonemas para a emissora de rádio, dentro de um script programado. E com o surgimento das redes sociais e das plataformas de notícias online, o jornalista teve de aprimorar o desconfiômetro para a checagem da origem da notícia, se de fontes confiáveis.

No século XX, a voz empostada dos apresentadores do rádio e da TV, a narrativa linear, era a norma. Hoje, prevalecem a criatividade, a desenvoltura na narrativa, a emoção compartilhada com os ouvintes, a capacidade de interagir com todos os extratos sociais. É um jornalismo menos impositivo. Mais próximo da sociedade que é o foco da notícia.

Nelson Cadena é publicitário e jornalista, escreve às quintas-feiras