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Publicado em 8 de abril de 2025 às 05:00
Sou uma otimista incorrigível. Acredito que o futuro na política está reservado para a liderança das mulheres. Ainda não ocupamos todos os espaços a que temos direito, como mais da metade da população do Brasil, mas estamos avançando. Seguindo essa linha de pensamento, 2025 se apresenta como um ano promissor para a nossa luta. >
Começamos o ano com a eleição da primeira mulher para a presidência do Superior Tribunal Militar (STM), com a posse da ministra Maria Elizabeth Rocha. Cargo que já tinha ocupado anteriormente, mas na condição de vice-presidente em substituição ao presidente que se aposentou. Ainda do STM, vem a notícia da indicação da segunda mulher para compor aquela Corte, a advogada Verônica Sterman. As duas foram indicações do presidente Lula.>
Dois mil e vinte e cinco é, também, o ano da nossa ascensão à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia, nos tornando a primeira mulher a presidir o Parlamento estadual em 192 anos de história. De há muito venho me preparando para este desafio e, com orgulho e gratidão, me somo às presidentes das assembleias do Amapá, deputada Alliny Serrão; do Maranhão, Iracema Vale; e à presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), Tia Ju. >
Apesar de ter aumentado a partir de 2022, a participação das mulheres em funções de chefia nem de longe corresponde à nossa condição de mais da metade do eleitorado e da população do país. E a sub-representação das mulheres negras é ainda maior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024 as mulheres respondiam por 39% dos cargos de liderança. Ainda assim, superamos a média dos países-membros do G20. Em 2017, segundo a pesquisa Women In The Boardroom, da Deloitte, o percentual em todo o mundo era 15%.>
A insuficiência de modelos femininos em cargos altos aumenta a minha responsabilidade, a responsabilidade da presidente do STM; da ministra Carmem Lúcia (STF); da presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Cynthia Resende; da chefe da Defensoria Pública, Camila Canário; das deputadas, ministras e secretárias de Estado. >
A elas agrego os nomes de duas líderes da iniciativa privada Luíza Trajano, do Magazine Luíza, e Leila Pereira, empresária e presidente do Palmeiras. Esta última, uma vencedora em um campo onde o machismo é predominante: o futebol – e, de modo geral, o esporte. A novidade nesse campo é a escolha da nova presidente do Comitê Olímpico Internacional, a ex-nadadora do Zimbabwe Kirsty Coventry. Bem vinda!>
É nossa responsabilidade servir de inspiração para novas gerações de mulheres encontrarem seus espaços na política e na iniciativa privada. Como diz a bela canção Um Novo Tempo, de Ivan Lins: >
“Pra que nossa esperança>
Seja mais que vingança>
Seja sempre um caminho>
Que se deixa de herança”.>
Ivana Bastos é deputada estadua e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia.>