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Bruno Wendel
Publicado em 8 de julho de 2024 às 05:00
Com o histórico de medidas protetivas de violência contra mulheres diferentes, o advogado Paulo Roberto de Aguiar Valente Júnior, de 41 anos, está preso pelos crimes de extorsão, ameaça e stalking (perseguição) contra uma ex-namorada, uma dentista e professora universitária, que também já tem uma medida contra ele.
Paulo foi surpreendido pela polícia ao chegar em casa, no último dia 26, no bairro do Costa Azul, em Salvador. Ele ficou na carceragem da Polinter e recentemente foi transferido para o presídio de Vitória da Conquista, cidade onde foi expedido o mandado de prisão preventiva.
Segundo as investigações, a polícia fez o cruzamento de dados e descobriu que mensagens enviadas à ex-namorada, de perfis ‘fakes’, com ameaças de morte e falsas acusações exigindo a demissão da vítima da faculdade, partiram do celular do advogado, que não aceitava o fim da relação. Pesa ainda contra ele o fato de ter exigido quase R$ 2 mil por um serviço nunca prestado à vítima.
Procurado, o advogado de Paulo negou as acusações. “Não há provas de que ele enviou as mensagens, tanto que o Ministério Público pediu a quebra do sigilo telemático para ver se realmente partiu dele”, diz Mateus Nogueira. Sobre as ameaças, ele relata que não há comprovações. “O que existe no inquérito são prints de um celular que não foram periciados para saber se houve uma montagem”, pontua.
“Em relação à extorsão, ele estava no exercício regular de direito, pois foi ela quem o chamou pra ir lá em Vitória da Conquista”, acrescenta Nogueira. O advogado do acusado vai recorrer da decisão. “Vamos entrar com um mandado de segurança e um habeas corpus no tribunal”, declara.
Sobre as outras medidas protetivas contra o cliente, ele diz que “todos os inquéritos foram arquivados, porque as vítimas desistiram”.
Na Bahia, entre o ano passado e o primeiro semestre deste ano, foram 32.840 medidas concedidas pelo Tribunal de Justiça da Bahia, sendo 20.321 em 2023 e 12.519, de janeiro a junho deste ano.
Em Salvador, foram 4.087 pedidos deferidos no ano passado e 2.799 nos seis primeiros meses de 2024.
As medidas são um instrumento legal previsto na Lei Maria da Penha, para garantir a segurança da mulher e da sua família.