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Mortes com extrema violência têm a ver com facções de fora, diz especialista

Na  Bahia, estão três organizações criminosas vindas de outros estados: CV, PCC e TCP

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 31 de março de 2025 às 08:00

 Augusto Borges
Augusto Borges Crédito: Reprodução

Para o integrante da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia, o historiador Dudu Ribeiro, as mortes com extrema violência tem relação tanto com a reorganização geopolítica das organizações, como tráfico de armas e drogas, como a intensificação dos confrontos, com a “chegada de organizações de estrangeiras que reorganizam os conflitos locais com novas alianças”. “Precisamos observar que, sim, essas organizações também se movimentam a partir dessas simbologias. E isso passa mensagens, passa recados e estabelece representações significativas dentro do conflito”, declara Ribeiro, que é também cofundador e diretor-executivo da Iniciativa Negra, organização parceira do Instituto Fogo Cruzado na Bahia. 

Até 2019, o Bonde do Maluco (BDM) era maioral. No ano seguinte, quando o Comando Vermelho se estabeleceu na Bahia, trouxe consigo não só os armamentos pesados, mas também a frequência de atos brutais para intimidar os inimigos, promovendo uma série de decapitações, esquartejamentos, além de corpos carbonizados. Com a permanência do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Terceiro Comando Puro (TCP) as situações não foram diferentes. 

Na visão de Ribeiro, o estado brasileiro é que fez a opção pela lógica da guerra, quando não assume a postura da construção da paz, a partir da proteção absoluta da vida. “No entanto, nós temos um Estado que tem seu bojo estruturas violentas, arcaicas, produtoras, inclusive de chacinas. Isso no ponto de vista do Estado. No outro lado, no ponto de vista das facções, nós temos, ao mesmo tempo, um processo de profissionalização, impulsionados por alguns ramos dessas organizações e um processo de, ao mesmo tempo que resposta, também um processo de ataque para a construção da hegemonia de poder dentro das comunidades, mas, sobretudo, dentro do cenário nacional”, explica Ribeiro.  

Ainda sobre essa violência extrema, Ribeiro ressalta que “não é o padrão absoluto nessa guerra”. “A maioria das mortes ainda continua sendo executada por arma de fogo. E, no entendo, nós temos dado ao menos mais visibilidade a casos extremos e esses casos extremos estão realmente conectados com a temperatura da guerra nesse momento", alerta o diretor executivo da Iniciativa Negra, organização parceira do Instituto Fogo Cruzado na Bahia. Segundo o IFC, a violência armada fez 141 vítimas em Salvador e na região metropolitana em janeiro deste ano, com 111 mortos e 30 feridos.